Quase 60% do crédito à pessoa física está nas modalidades mais caras

A resposta pode estar na facilidade, já que tanto o cartão de crédito como o cheque especial são modalidades pré-aprovadas

Patricia Alves

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SÃO PAULO – Os brasileiros ainda insistem em apostar, nas épocas de aperto financeiro, mas modalidades mais caras de crédito. De acordo com dados do Banco Central, em maio, cerca de 60% de todo o crédito concedido à pessoa física estava no cheque especial e nos cartões de crédito.

A resposta pode estar na facilidade, já que ambas as modalidades são pré-aprovadas. O problema, no entanto, está nos custos, já que o cartão e o cheque especial estão entre as formas de crédito mais caras do mercado. Segundo a última pesquisa da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), em maio, a taxa média de juros do cheque especial era de 7,43% ao mês, enquanto que a do cartão de crédito estava em 10,69% a.m.

Para não perder o controle
O cheque especial é uma facilidade oferecida pelos bancos para que, caso você não tenha saldo suficiente na conta, não tenha problemas com cheques devolvidos, contas atrasadas etc. No entanto, como diz a máxima no mundo dos investimentos, “não existe almoço grátis”, ou seja, os custos da modalidade são bastante altos.

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Existem instituições que permitem o uso por algum período sem a cobrança de juros. No entanto, depois os encargos incidem sobre o período todo.

Um dos cuidados a tomar, de qualquer forma, é não considerar o cheque especial como parte da renda mensal, erro cometido por muitas pessoas, exatamente por conta da facilidade. A prática pode levar ao descontrole e, consequentemente, ao endividamento.

Especialistas salientam que as menores taxas costumam estar disponíveis para clientes de alta renda. Portanto, ao precisar de um dinheiro extra, só se deve recorrer ao cheque especial quando não houver outra saída.

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O cartão de crédito, por outro lado, apesar de estar no topo do ranking das modalidades mais caras, quando usado de forma consciente, pode até ajudar no planejamento financeiro. O plástico permite que a compra feita hoje seja paga mais para frente e ainda oferece a possibilidade do parcelamento sem juros.

O problema está, no entanto, nos atrasos dos pagamentos. Os encargos cobrados nestes casos são altos, o que pode, sim, pôr todo o planejamento por água abaixo.

Modalidades mais baratas
Considerando apenas as taxas de juros, modalidades como desconto em folha de pagamento (empréstimo consignado) e crédito pessoal costumam ser mais baratas, como mostra a tabela abaixo:

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Taxa
(% ao mês)
Maio 2009  Abril 2010 Maio 2010 
Cheque especial 7,59 7,40 7,43
Crédito pessoal (bancos) 5,36 4,79 4,75
Cartão de Crédito 10,68 10,69 10,69
Juros do comércio 6,10 5,77 5,83
Crédito consignado 2,12 2 2,02

Fonte: Banco Central e Anefac

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