Volta às aulas: mensalidade escolar deve subir 9% em 2024, aponta pesquisa

Aumento deve exceder a inflação esperada para 2023

Maria Luiza Dourado

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As mensalidades escolares ficarão mais caras em 2024, superando em quase cinco pontos percentuais a inflação prevista para este ano. É o que mostra levantamento da Explorar, empresa de dados do grupo especializado no setor educacional Rabbit.

Segundo o levantamento feito com 800 escolas espalhadas por todos os estados do país, as mensalidades das instituições particulares aumentarão acima da inflação, para 9,2%.

Christian Rocha, diretor de conteúdo do Grupo Rabbit, diz que o aumento não está acima da média histórica das escolas privadas no país. “Para chegar a este índice, as instituições consideram a inflação, o reajuste de salário de professores e um percentual para investimento”.

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“Com a obrigatoriedade de aulas remotas, muitos pais e responsáveis argumentaram que as mensalidades deveriam cair no período da pandemia, e elas caíram. Agora, as escolas buscam recuperá-las, já que os custos retornaram e com um tempero amargo, que são as dívidas herdadas com empréstimos contraídos ou impostos que não foram pagos. Isso explica porque 12% da nossa base de clientes não sobreviveu e fechou as portas”, complementa Rocha.

De acordo com dados do Grupo Rabbit, as escolas promoveram um desconto de 22% nas mensalidades durante a pandemia. “Agora, o desafio é como recuperar isso, porque os pais estão acostumados com um aumento em torno de 9%, que é a média histórica, mas não superior a isso”.

O cenário de encarecimento das mensalidades vem sendo monitorado pelo IBGE. Segundo o órgão, o aumento de preços acumulado dos últimos 12 meses medidos pelo IPCA foi de 4,82% em outubro, e, considerando o mesmo período, o preço dos cursos regulares aumentou 8,36%. Em creches, pré-escola, ensino fundamental e médio, os custos subiram 9,19%, 10,46%, 10,63% e 10,37%, respectivamente, de acordo com a medição realizada em outubro.

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Material escolar

O material escolar, componente que compromete boa parte da renda de pais ou responsáveis por crianças e adolescentes matriculados em escolas particulares, exigirá dos adultos ainda mais atenção.

Nos últimos 12 meses até outubro, o preço dos itens da categoria papelaria acumulava aumento de 8,76%, segundo o IBGE. O campeão é o caderno, com preços 13,91% maiores. O livro didático registrou aumento superior a 9% no mesmo período.

E a tendência é que os itens encareçam ainda mais no início do ano que vem. Pouco antes do início do ano letivo de 2023, o Procon-SP (órgão de defesa do consumidor paulista) elaborou um levantamento mostrando que as diferenças de valores de um mesmo item do material escolar poderiam atingir mais de 260%.

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Na ocasião, a comparação de 69 produtos comuns entre as pesquisas realizadas em 2021 e 2022 localizou, em média, acréscimo de 13,95% no preço dos itens no início de 2023.

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Maria Luiza Dourado

Repórter de Finanças do InfoMoney. É formada pela Cásper Líbero e possui especialização em Economia pela Fipe - Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas.