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Já tem um tempo que o dinheiro de papel vem sendo substituído por cartões e transações virtuais feitas a partir dos apps de instituições financeiras. O dinheiro virtual é uma realidade que já faz parte do nosso cotidiano, a exemplo do popular PIX, que já superou os antigos DOC e TED, com o registro de 1,8 bilhão de transações que movimentaram R$ 1,1 trilhão só no 2º trimestre de 2021, segundo dados do Banco Central.
Acompanhando essa tendência, e embora tenham surgido bem antes do PIX, o mercado de criptomoedas e NFTs (tokens não-fungíveis) está em ascensão e tem mobilizado empresas, investidores e também o terceiro setor – todos atentos às inúmeras possibilidades de novos negócios permitidas pela tecnologia que, só no ano passado, movimentou mais de R$ 120 bilhões. Os dados são da startup DappRadar, que acompanha as transações negociadas em plataformas de blockchain.
Mas, apesar da popularidade, o tema ainda gera muitas dúvidas em quem pretende se lançar no mercado e captar recursos por meio das novidades digitais. Afinal, quais são as aplicações práticas disso tudo? Como o blockchain pode contribuir para a transparência das arrecadações e destinações de recursos das OSCs? De que forma é possível resolver problemas reais com ativos virtuais?
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Essas e outras perguntas vieram à tona na conversa com Lucas Cardeal, CEO e fundador da empresa de tecnologia e blockchain Lunes Plataforma e entrevistado do podcast Aqui se Faz, Aqui se Doa, produzido pelo Instituto MOL com apoio do Movimento Bem Maior, Morro do Conselho Participações e Ambev, e divulgação do Infomoney.
Com seu conhecimento e experiência no mercado de criptoativos, Lucas é um dos responsáveis por apoiar o Instituto Dadivar para se tornar um hub digital de venda de tokens e recebimento de doações em blockchain. Ele explica como, na prática, as moedas virtuais podem ser revertidas em dinheiro para beneficiar causas sociais, como foi o caso da doação de 1 bilhão do fundador da Ethereum em criptomoedas para uma fundação filantrópica.
“Hoje existem várias casas de câmbio online, onde é possível verificar se aquele ativo está listado e realizar a transação. Toda vez que você cria um criptoativo, naturalmente haverá uma demanda de busca por ele, e quanto mais essa demanda cresce, mais valorizado ele fica”, explicou.
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Os leilões virtuais beneficentes de obras ou itens em NFTs já foram adotados por várias marcas como Pampili, Coca-Cola, Havaianas e BMW. E também por organizações como Khan Academy, Gerando Falcões, WWF, Ampara Silvestre, entre outras.
Apossibilidade de alcance do formato virtual é um dos pontos de destaque, uma vez que pessoas do mundo inteiro podem participar do arremate dos itens e ajudar causas e organizações independente do lugar onde estão. Esse foi o caso da empresa de vestuário infantil Pampili, que criou um tênis exclusivo em NFT que foi vendido para uma pessoa na China, por US$7 mil. Parte do dinheiro arrecadado foi doado para o Movimento Saber Lidar, organização voltada para o cuidado com a saúde mental.
Vale lembrar que nem tudo são flores. Ou melhor, cifrões. As criptomoedas, como um todo, têm enfrentado quedas consideráveis nos últimos anos. Elas são uma oportunidade bastante promissora pro terceiro setor, mas é importante estudar bastante, estar atento aos riscos e ser cauteloso antes de entrar de cabeça. Por sua alta volatilidade e instabilidade, os movimentos de subida e descida são muito mais agressivos, em geral, do que dos investimentos tradicionais e, com isso, pode haver grandes alterações em um curto prazo.
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(Ana Julia Rodrigues)