Banco da Inglaterra sobe juros em 0,50%, para 2,25%, em decisão dividida

Comitê do BoE também votou por unanimidade para reduzir o estoque de títulos do governo do Reino Unido em  80 bilhões de libras nos próximos doze meses

Roberto de Lira

Sede do Banco da Inglaterra (BoE)
Sede do Banco da Inglaterra (BoE)

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O Comitê de Política Monetária do Banco da Inglaterra (MPC, na sigla em inglês) decidiu hoje elevar sua taxa em 0,5 pontos percentuais, para 2,25% ao ano.

“O MPC tomará as medidas necessárias para devolver a inflação à meta de 2% de forma sustentável no médio prazo, em linha com sua missão”, diz o comunicado.

A decisão não foi unânime: cinco membros do comitê votaram para aumentar a taxa em 50 pontos base, três integrantes votaram pela elevação mais forte, de 75 pontos, e um preferiu uma abordagem mais leve, com voto de de 0,25 ponto porcentual.

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O Comitê do BoE também votou por unanimidade para reduzir o estoque de títulos do governo do Reino Unido comprados, financiados pela emissão de reservas do banco central, em  80 bilhões de libras nos próximos doze meses, para um total de £ 758 bilhões, em linha com a estratégia estabelecida em a ata da reunião do MPC de agosto.

No Relatório de Política Monetária de agosto, o MPC observou que os riscos em torno de suas projeções de fatores externos e domésticos eram excepcionalmente grandes, “dado o grande aumento nos preços do gás no atacado desde maio e os consequentes impactos sobre a renda real das famílias do Reino Unido e no na inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês).

Inflação

Desde agosto, os preços do gás no atacado têm sido altamente voláteis e houve grandes movimentos nos mercados financeiros, incluindo um forte aumento nos rendimentos dos títulos do governo em todo o mundo. A libra esterlina desvalorizou-se significativamente ao longo do período.

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O CPI do Reino Unido em doze meses caiu ligeiramente de 10,1% em julho para 9,9% em agosto, mas o BoE estima que o pico da inflação projetado no relatório (de 11% para outubro) deva ficar um pouco menor, devido á contribuição do plano do governo para segurar os custos da energia. Ainda assim, a inflação deverá permanecer acima de 10% nos próximos meses, antes de começar a cair.

Para o BoE, as pressões inflacionárias também permanecem fortes nas economias avançadas. Na área do euro, a inflação (CPI) cresceu 0,2 pontos porcentuais em termos anualizados em agosto, para 9.1% – com o núcleo da inflação aumentando em proporção semelhante, para 4.3%.

O comitê avaliou que, embora os aumentos dos preços dos produtos ligados á energia tenham dado a maior contribuição para a inflação global, os maiores aumentos vieram das contribuições dos preços dos alimentos e dos bens essenciais.

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