BCE decide manter o ritmo de aperto e eleva taxas de juros em 50 pontos-base

Taxa de refinanciamento (a principal) subiu de 3,0% para 3,50%; a taxa sobre depósitos foi a 3,0% e a taxa sobre empréstimos marginais subiu pra 3,75%.

Roberto de Lira

Publicidade

O Banco Central Europeu (BCE) optou por ignorar os indícios de uma crise bancária dos últimos dias e decidiu nesta quinta-feira (16) manter o ritmo de aperto de sua política monetária, optando por uma nova alta de 50 pontos-base em suas taxas de juros, a exemplo do que já havia feito em dezembro e em fevereiro.

A taxa de refinanciamento (a principal) subiu de 3,0% para 3,50%; a taxa sobre depósitos de 2,50 para 3,0%, e a taxa sobre empréstimos marginais de 3,25% para 3,75%.

A autoridade monetária atribuiu a decisão à projeção de que a inflação deve permanecer muito alta por muito tempo e comentou que o elevado nível de incerteza reforça a importância de uma abordagem dependente de dados para as decisões de taxa de juros.

Continua depois da publicidade

O Conselho do BCE comentou ainda que está acompanhando de perto as atuais tensões do mercado e que está pronto a responder conforme necessário para preservar a estabilidade de preços e a estabilidade financeira na zona do euro.

“O setor bancário da zona do euro é resiliente, com fortes posições de capital e liquidez. Em todo o caso, o kit de ferramentas de política do BCE está totalmente equipado para fornecer apoio de liquidez ao sistema financeiro da área do euro, se necessário, e para preservar a transmissão harmoniosa da política monetária”, disse o comunicado.

Projeções

A equipe do BCE disse que projeta uma inflação em média de 5,3% em 2023, de 2,9% em 2024 e de 2,1% em 2025, mas reconhece que pressões de preços subjacentes permanecem fortes.

Continua depois da publicidade

Segundo o Banco Central Europeu, a inflação excluindo energia e alimentos continuou a aumentar em fevereiro, com estimativa de uma média de 4,6% em 2023, acima do previsto nas projeções de dezembro. Posteriormente, a projeção do núcleo é de uma desaceleração para 2,5% em 2024 e para 2,2% em 2025.

Já as projeções para o crescimento do PIB em 2023 foram revisadas para uma média de 1,0%, como resultado tanto da queda nos preços de energia quanto da maior resiliência da economia ao desafiador ambiente internacional.

“A equipe do BCE espera que o crescimento acelere ainda mais, para 1,6%, em 2024 e 2025, sustentado por um mercado de trabalho robusto, melhorando a confiança e uma recuperação nas rendas reais. Ao mesmo tempo, a retomada do crescimento em 2024 e 2025 é mais fraca do que o projetado em dezembro, devido ao aperto da política monetária.”

Continua depois da publicidade

Sobre a redução do balanço do BCE, é esperado um declínio de € 15 bilhões por mês, em média, até o final de junho de 2023. O ritmo subsequente será determinado ao longo do tempo.