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O presidente do Estados Unidos, Joe Biden, deve se reunir novamente com os líderes os partidos Republicano e Democrata nesta terça-feira (16) para dar andamento às negociações me relação ao pedido de elevação do teto da dívida americana. A janela de tempo para que saia algum tipo de acordo está ficando apertada, uma vez que a última projeção feita pelo Departamento do Tesouro é que o governo fique sem recursos para pagar os serviços e obrigações de sua dívida já em 1° de junho.
Caso o tempo se esgote, os Estados Unidos ficariam inadimplentes pela primeira vez em sua história, com implicações nefastas tanto para a economia doméstica como para a global.
Biden e os quatro principais líderes do Congresso conversaram sobre o limite da dívida na semana passada na Casa Branca, mas um novo encontro previsto para a última sexta-feira não aconteceu. O presidente deveria seguir ainda nesta semana para a reunião de cúpula do G-7 no Japão, mas ainda existe uma possibilidade de cancelar a viagem devido ao impasse sobre a dívida.
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O vice-secretário do Tesouro, Wally Adeyemo, disse ontem em entrevista à CNN que as negociações entre os dois lados foram “construtivas” nos últimos dias, mas Biden fez no domingo um discurso em Nova York no qual atacou a posição intransigente dos republicanos, especialmente a ala mais radical do partido, que ele chamou de “MAGA”. A sigla é um referência ao slogan de Donald Trump: Make America Great Again.
“Há uma ala muito extremista do Partido Republicano na Câmara dos Representantes. Eles tomaram o controle da Casa. Eles têm um presidente que tem seu emprego porque o cedeu ao, entre aspas, elemento ‘MAGA’ do partido”, disse Biden.
O presidente acusou essa ala do partido de estar mantendo a economia americana como refém ao ameaçar com a inadimplência da dívida. Biden afirmou que a exigência dos republicanos é que o orçamento volte aos níveis de 2022, mas mantendo os gastos com a Defesa e também os cortes de impostos praticados pela administração de Donald Trump, que obrigaria cortes extremos em áreas sociais.
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À plateia novaiorquina, Biden disse que o projeto de lei republicano colocaria 21 milhões de pessoas em risco de perder o Medicaid, incluindo 2,3 milhões de pessoas no estado de Nova York. “É devastador. Não está certo.”
Ele ainda disse que o plano cortaria 30 mil policiais federais, incluindo 11.000 agentes do FBI, 2.000 agentes de fronteira, além de agentes da DEA. Outro impacto direto seria a redução de 375 torres de controle de tráfego aéreo em todo o país.
Segundo o site Político, o Departamento do Tesouro tinha quase US$ 360 bilhões em poder de empréstimo na sexta-feira. Isso inclui US$ 316 bilhões em dinheiro, mais US$ 41 bilhões da “medida extraordinária” que os funcionários do governo podem usar para reforçar o colchão de empréstimos quando o governo estiver perto de atingir a chamada “Data X”.
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A estimativa é que o governo provavelmente precisará de algo entre US$ 200 bilhões e US$ 300 bilhões este mês para fazer todos os seus pagamentos. Ou seja, para junho, o Tesouro provavelmente precisará de entre US$ 75 bilhões e US$ 100 bilhões, com a maioria dos pagamentos adiantados para o início do mês.
Os republicanos querem 10 anos de limites rígidos de gastos e US$ 130 bilhões em cortes de despesas no ano que vem em troca do aumento do teto da dívida. O governo está pressionando por um acordo orçamentário muito mais curto e até uma autorização temporária de elevação do teto para prosseguir nas negociações ao longo do ano.
Tudo o que a Casa Branca não quer é reverter as conquistas legislativas de Biden, obtida quando ele tinha a maioria nas duas Casas legislativas, como benefícios federais para energias renováveis e alívio de empréstimos estudantis.
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A opção de o presidente invocar a 14ª da Constituição e elevar o teto da dívida sem a autorização do Congresso, admitida até por Biden na semana passada, poderá levar o caso para Suprema Corte americana.