Inflação pelo mundo: Brasil tem a 4ª maior alta em ranking com 23 países; veja lista

IPCA desacelerou em maio e registrou a menor variação mensal em mais de 1 ano, mas inflação brasileira continua entre as mais altas do mundo

Lucas Sampaio

Bandeira Brics (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Bandeira Brics (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

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Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) desacelerou em maio e registrou a menor variação mensal em mais de um ano, mas a inflação brasileira ainda acumula alta de 11,73% em 12 meses e continua entre as mais altas do mundo.

O país tem a quarta maior alta de preços anual e fica só atrás de nações que passam por graves crises inflacionárias, como Turquia (73,5%), Argentina (58%) e Rússia (17,1%), segundo ranking com 23 países compilado pela Austin Rating.

A Turquia vive uma espiral inflacionária desde que o presidente Recep Tayyip Erdoğan demitiu o presidente do Banco Central do país e força a queda dos juros, o que fez a Bolsa de Istambul despencar em meio a circuit breakers, a lira turca derreter e o rendimento dos títulos da Turquia dispararem.

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A Argentina sofre há anos com hiperinflação, enquanto a Rússia viu sua inflação disparar devido à série de sanções que países ocidentais adotaram contra o país após a invasão à Ucrânia, no final de fevereiro — o que fez o BC local adotar uma série de medidas como subir os juros e fechar a Bolsa de Moscou.

Os 11,73% de inflação acumulada em 12 meses colocam o Brasil à frente não só dos países desenvolvidos, como Reino Unido (9,%), Estados Unidos (8,6%) e França (5,2%), mas também de emergentes como Índia (7,8%), México (7,8%), África do Sul (5,9%) e Indonésia (3,6%).

Inflação mundial

O processo inflacionário tem sido um problema global devido a uma série de fatores — a guerra entre Rússia e Ucrânia, os lockdowns na China devido a surtos de Covid-19 e o excesso de demanda causado pela injeção de recursos na economia por quase todos os países para enfrentar os efeitos da pandemia, entre outros fatores — o que tem levado os governos a adotarem medidas para combatê-lo.

Nos EUA, a inflação medida pelo CPI (sigla em inglês para índice de preços ao consumidor) subiu 1,0% em maio na comparação com abril, bem acima do esperado pelo mercado, o que fez a alta anual acelerar de 8,3% para 8,6%.

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O resultado ficou acima da projeção mais pessimista, que era de 8,5%. Após a divulgação do indicador nesta sexta-feira (10), o rendimento de curto prazo dos títulos do Tesouro americano dispararam e os índices futuros em Nova York se firmam em território negativo.

Na Zona do Euro, a inflação anual está em 8,1% (a região não foi incluída no ranking abaixo por reunir dezenas de países). François Villeroy de Galhau, membro do conselho do Banco Central Europeu (BCE),  afirmou nesta sexta que a inflação na Zona do Euro “não apenas está elevada, mas muito disseminada”, por isso é necessário apertar a política monetária.

A exceção é a China. O índice de preços ao consumidor (CPI) divulgado nesta sexta mostra uma alta anual de 2,1% em maio, o mesmo patamar de abril, um resultado 0,1 ponto porcentual abaixo do projetado por economistas consultados pelo The Wall Street Journal.

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Veja abaixo o ranking compilado pela Austin Rating:

Posição País Inflação em 12 meses*
1 Turquia 73,5%
2 Argentina 58,0%
3 Rússia 17,1%
4 Brasil 11,7%
5 Reino Unido 9,0%
6 Holanda 8,8%
7 Espanha 8,7%
8 Estados Unidos 8,6%
9 Alemanha 7,9%
10 Índia 7,8%
11 México 7,7%
12 Itália 6,9%
13 Canadá 6,8%
14 África do Sul 5,9%
15 Singapura 5,4%
16 Coreia do Sul 5,4%
17 França 5,2%
18 Austrália 5,1%
19 Indonésia 3,6%
20 Suíça 2,9%
21 Japão 2,5%
22 Arábia Saudita 2,3%
23 China 2,1%

* Dados acumulados até abril ou maio de 2022

Histórico da inflação no Brasil

histórico da inflação no Brasil

Lucas Sampaio

Jornalista com 12 anos de experiência nos principais grupos de comunicação do Brasil (TV Globo, Folha, Estadão e Grupo Abril), em diversas funções (editor, repórter, produtor e redator) e editorias (economia, internacional, tecnologia, política e cidades). Graduado pela UFSC com intercâmbio na Universidade Nova de Lisboa.