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SÃO PAULO — Um dia depois de ocupar as ruas, as manifestações pró-governo de Jair Bolsonaro (sem partido) tomaram as rodovias em parte do país nesta quarta-feira (8).
Segundo boletim mais atualizado da PRF (Polícia Rodoviária Federal), estradas federais que cortam os estados de Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Maranhão, Paraná e Santa Catarina registravam bloqueios coordenados por caminhoneiros autônomos até o final da tarde desta quarta.
Os protestos, que começaram no período da manhã, não foram reivindicados por nenhuma das principais entidades que representam a categoria.
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O próprio ministério da Infraestrutura do governo federal disse, por nota, que os atos desta quarta não possuem uma coordenação de qualquer entidade setorial do transporte rodoviário de cargas e que as pautas das manifestações são muito amplas.
A maior manifestação concentra-se no estado de Santa Catarina, com cinco rodovias federais atingidas por bloqueios. São elas: BRs 101, 280, 116, 470 e 282.
Segundo boletim mais atualizado pela Polícia Rodoviária Federal de Santa Catarina, a BR-280 apresentava o maior número de bloqueios, com cinco pontos de barreira distribuídos pela região de três municípios.
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No Espírito Santo, as mobilizações continuavam a atrapalhar o tráfego em quatro rodovias (BRs 101, 262, 447 e 482) com 12 pontos de bloqueio. No Paraná, trechos de ao menos três rodovias (BRs 277, 476 e 376) continuavam bloqueados e “sem previsão de término”, de acordo com a PRF.
No Maranhão, os atos também atingiram a movimentação de balsas. Em Mato Grosso do Sul, as interdições foram realizadas por indígenas em diferentes pontos da BR-163, que está sendo liberada aos poucos com o auxílio dos policiais rodoviários.
Ainda não se sabe quando as rodovias afetadas serão totalmente liberadas pelos manifestantes. A PRF disse que acompanha os atos e que mantém equipes para orientar os motoristas atingidos pelas manifestações.
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Para o mercado, os atos atrapalharam o desempenho das ações, sobretudo, da Petrobras (PETR4 ; PETR3), que fecharam em queda de 5,63% nas preferenciais e de 5,55% nas ordinárias.
A preocupação recai sobre como as paralisações poderão influir no preço dos combustíveis, que já está muito caro. O Ibovespa fechou com queda de 3,8% nesta quarta — o maior recuo desde março deste ano.
Repúdio
A Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística) disse, por nota, que repudia as paralisações organizadas por caminhoneiros autônomos com bloqueio do tráfego em diversas rodovias sob a influência de “supostos líderes da categoria”.
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“Trata-se de movimento de natureza política e dissociado até mesmo das bandeiras e reivindicações da própria categoria, tanto que nem tem o apoio da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos”.
Para a NTC, os bloqueios poderão causar “sérios transtornos à atividade de transporte realizada pelas empresas, com graves consequências para o abastecimento de estabelecimentos de produção e comércio, atingindo diretamente o consumidor final”.
A entidade diz esperar que o governo federal e os estados adotem providências para assegurar às empresas de transporte rodoviário de cargas “o pleno exercício de seu direito de ir e vir e de livre circulação nas rodovias em todo o território nacional”.
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