CEO do JP Morgan espera alguma recessão nos EUA daqui a seis a nove meses

Jamie Dimon citou "ventos contrários" como inflação descontrolada, juros subindo, flexibilização quantitativa e a guerra da Rússia como causas

Roberto de Lira

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O CEO do JP Morgan Chase, Jamie Dimon, alertou hoje que uma mistura “muito, muito séria” de ventos contrários provavelmente levará a economia dos EUA e global à recessão em meados do próximo ano. A declaração foi dada em entrevista à rede CNBC nesta segunda-feira (10).

Dimon comentou que a economia americana “na verdade, ainda está indo bem” no momento e também que os consumidores estão em melhor forma em comparação com a crise financeira global de 2008. Mas ele ponderou que o futuro é preocupante.

Entre os indicadores que soam o alarme da nova crise, Dimon citou o impacto da inflação descontrolada, as taxas de juros subindo mais do que o esperado, os efeitos desconhecidos da flexibilização quantitativa e a guerra da Rússia na Ucrânia.

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“Essas são coisas muito, muito sérias que acho que provavelmente pressionarão os EUA e o mundo – quero dizer, a Europa já está em recessão – e provavelmente colocarão os EUA em algum tipo de recessão daqui a seis a nove meses”, previu Dimon.

“Fed esperou demais”

Ao comentar sobre a política monetária dos EUA, o executivo disse que o Federal Reserve “esperou demais e fez muito pouco” enquanto a inflação saltava para as máximas de quatro décadas. “A partir daqui, vamos todos desejar-lhe (ao Fed) sucesso e manter os dedos cruzados para que eles consigam desacelerar a economia o suficiente para que seja o que for, seja leve, e é possível”, disse.

Dimon disse ainda não ter certeza de quanto tempo uma recessão nos EUA pode durar. Ele afirmou que a única garantia no momento são os mercados voláteis.

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Sobre as perspectivas para o S&P 500, Dimon disse que o benchmark ainda pode cair “outros 20% fáceis” em relação aos níveis atuais, acrescentando que os próximos 20% seriam “muito mais dolorosos” do que os primeiros.

O JPMorgan deve divulgar os resultados financeiros do terceiro trimestre na sexta-feira (14).

(Com agências)