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A Confederação Nacional da Indústria (CNI) revisou para baixo sua projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano. De acordo com o Informe Conjuntural do 1º trimestre de 2023, divulgado nesta quarta-feira, a previsão da entidade para a expansão da economia brasileira passou de uma alta de 1,6% para 1,2%.
Mesmo com a redução na projeção, a indústria ainda está mais otimista que as expectativas do mercado. Segundo o Boletim Focus, divulgado na última segunda-feira, 10, pelo Banco Central, a mediana para a alta do PIB neste ano é de 0,91%.
De acordo com o Informe Conjuntural, “a desaceleração deve caracterizar a atividade econômica em 2023”. “Presente já nos últimos meses de 2022, parte desse comportamento se deve à perda do ritmo de crescimento do setor de serviços, que foi o responsável por grande parte do avanço do mercado de trabalho até o terceiro trimestre de 2022. Outra parte da desaceleração se deve aos efeitos restritivos da política monetária, que já vinham impactando negativamente a indústria e impedindo a recuperação do varejo ao longo de 2022”, diz o documento.
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A avaliação do presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, é de que as taxas de juros elevadas vão continuar inibindo a atividade econômica e, consequentemente, a industrial, ao longo do ano. A entidade projeta que a taxa Selic ainda será mantida em patamar elevado, com efeitos negativos sobre o crédito, investimentos, consumo e comércio. A previsão da CNI é de que o ano feche com IPCA de 6% e uma taxa básica de juros de 11,75% ao ano.
Para a indústria, a economia brasileira sofre as consequências da falta de planejamento de longo prazo e da ausência de política industrial nos últimos 30 anos. “O Brasil não tem política industrial e a indústria tem perdido fôlego, sufocada por uma série de disfunções, principalmente no sistema tributário. Quando a indústria vai mal, o Brasil perde, porque é a indústria que paga os melhores salários, desenvolve tecnologia e inovação”, afirma Robson Andrade.
Com esse cenário, a CNI prevê que a indústria ficará estagnada em 2023, com um crescimento de apenas 0,1%. Em dezembro, a previsão da entidade era de uma alta de 0,8% do PIB industrial. Segundo o Informe, a queda da confiança colocou os investimentos e as contratações em compasso de espera. “Além disso, um dos principais problemas que preocupa o empresário industrial é o enfraquecimento da demanda, provocado pelos juros altos, elevado grau de inadimplência e de endividamento das famílias”, diz a entidade.
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O gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, afirma que a queda na demanda já é percebida na redução do faturamento da indústria. “Observamos a redução da demanda, não apenas do consumidor final, mas entre empresas, como menor consumo de insumos industriais e bens de capital, por exemplo”, explica o economista.