Déficit corrente do Brasil cai para 2,21% do PIB até agosto, diz BC

Investimentos diretos no país somaram ingressos líquidos de US$ 65,9 bilhões (3,21% do PIB) em 12 meses até agosto de 2023

Roberto de Lira

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O Brasil registrou déficit de transações correntes de US$ 778 milhões em agosto de 2023, ante um saldo negativo de US$ 7,0 bilhões em agosto de 2022, segundo dados do balanço de pagamento divulgado pelo Banco Central (BC) nesta segunda-feira (25).

Na comparação interanual, o superávit comercial brasileiro aumentou US$ 5,1 bilhões e os déficits em serviços recuaram em US$ 869 milhões. A renda primária, por sua vez, caiu US$ 504 milhões ante o mesmo mês do ano passado.

O déficit em transações correntes nos doze meses encerrados em agosto de 2023 somou US$ 45,3 bilhões (2,21% do PIB), ante US$ 51,6 bilhões (2,54% do PIB) no mês anterior e US$ 53,6 bilhões (2,94% do PIB) em agosto de 2022.

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Segundo o BC, a balança comercial de bens registrou superávit de US$ 7,6 bilhões em agosto de 2023, ante saldo positivo de US$ 2,6 bilhões em agosto de 2022. As exportações de bens totalizaram US$ 31,4 bilhões, aumento de 0,8% na comparação interanual. As importações diminuíram 16,8%, na mesma base de comparação, totalizando US$ 23,8 bilhões.

O déficit na conta de serviços totalizou US$ 2,9 bilhões em agosto, redução de 23,2% em relação a agosto de 2022. A conta de transportes registrou despesas líquidas de US$ 1,0 bilhão, recuo de 48,5% na comparação com agosto de 2022, influenciada por menores gastos em fretes.

As despesas líquidas de viagens internacionais alcançaram US$ 615 milhões, patamar próximo ao observado em agosto de 2022, com aumentos de 52,5% nas receitas (para US$ 657 milhões) e de 21,1% nas despesas (para US$ 1,3 bilhão). As despesas líquidas com aluguel de equipamentos somaram US$ 794 milhões, aumento de 12,9% em comparação a agosto de 2022.

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O déficit em renda primária somou US$5,6 bilhões em agosto, uma redução de 8,2% comparativamente ao déficit de US$ 6,1 bilhões em agosto de 2022. As despesas líquidas de lucros e dividendos, associadas aos investimentos direto e em carteira, totalizaram US$ 3,9 bilhões, ante US$ 4,9 bilhões em agosto de 2022.

Na comparação interanual, as receitas e as despesas brutas de lucros e dividendos reduziram US$ 1,4 bilhão e US$ 2,4 bilhões, respectivamente. As despesas líquidas com juros somaram US$ 1,8 bilhão em agosto de 2023, US$ 522 milhões superiores ao resultado de agosto de 2022.

Investimento direto

Os investimentos diretos no país (IDP) somaram ingressos líquidos de US$ 4,3 bilhões em agosto, ante US$ 10,0 bilhões no mesmo mês de 2022. No mês, houve ingressos líquidos de US$ 5,2 bilhões em participação no capital e saídas líquidas de US$ 1,0 bilhão em operações intercompanhia.

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O IDP acumulado em 12 meses totalizou US$ 65,9 bilhões (3,21% do PIB) em agosto de 2023, ante US$ 71,7 bilhões (3,53% do PIB) no mês anterior e US$ 64,9 bilhões (3,55% do PIB) em agosto de 2022.

Os investimentos em carteira no mercado doméstico totalizaram saídas líquidas de US$ 807 milhões em agosto de 2023, compostas por saídas líquidas de US$ 2,3 bilhões em ações e fundos de investimento e por ingressos líquidos de US$ 1,5 bilhão em títulos de dívida. Nos doze meses encerrados em agosto de 2023, os investimentos em carteira no mercado doméstico somaram ingressos líquidos de US$ 11,3 bilhões.

Reservas internacionais

As reservas internacionais somaram US$ 344,2 bilhões em agosto de 2023, um decréscimo de US$ 1,3 bilhão em comparação ao mês anterior. O resultado decorreu de contribuições negativas por variações de paridades, US$ 1,4 bilhão, e variações de preços, US$ 337 milhões. A receita de juros somou US$ 617 milhões.

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