Democrata Warnock vence no 2° turno na Geórgia e consolida controle do Senado

Partido de Joe Biden vai ocupar 51 cadeiras, contra 49 dos republicanos; derrota do candidato Walker foi atribuída a Donald Trump

Roberto de Lira

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O senador democrata Raphael Warnock foi reeleito no Estado da Geórgia após um disputado segundo turno contra seu oponente republicano, o ex-astro do futebol americano Herschel Walker. Além de consolidar o controle do Senado – agora, o partido do presidente Joe Biden tem 51 cadeiras contra 49 do Partido Republicano – o resultado que encerrou a disputa das “midterms” americanas (eleições de meio de mandato presidencial) foi considerado por analistas como mais uma derrota pessoal de Donald Trump.

O ex-presidente não só apoiou Walker na corrida como foi considerado como responsável pelo lançamento de sua candidatura, há cerca de um ano.  O site Politico lembra que a contestação que Trump faz das eleições de 2020 acabou por afastar republicanos mais moderados e isso pode ter confinado os votos de Walker às zonas rurais.

Já Warnock, que liderou em áreas urbanas (no condado de Fulton, onde fica a cidade de Atlanta, ele teve 77% dos votos), acabou se saindo bem nas regiões suburbanas, onde o voto oscila muito.

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Segundo o Politico, Walker foi um candidato que não soube se comunicar nem com o eleitor, nem com a imprensa. Oficialmente defensor de legislações antiaborto, foi acusado de ter pago algumas interrupções de gravidez de ex-namoradas (o que ele negou) e até de violência doméstica.

Derrotas

Segundo a Reuters, a perda da Geórgia se somou a outras derrotas de Trump, que endossou candidatos como Mehmet Oz, na Pensilvânia, Blake Masters, no Arizona, e Don Bolduc, em New Hampshire, todos derrotados em novembro em corridas consideradas como possíveis de vencer. Bastavam duas dessas cadeiras para dar ao partido o controle das duas Casas do Congresso.

No final das contas, o Partido Republicano pelo menos pode festejar ter assumido o controle da Câmara mas “midterms”, o que permite o bloqueio de algumas legislações importantes para que Biden saia dos atuais baixos índice de aprovação. Também são esperadas investigações sobre sua atuação na retirada das tropas americanas do Afeganistão e até de condutas comerciais de seu filho, Hunter Biden.

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Já o controle do Senado permite à atual administração uma aprovação mais ágil de nomeados para tribunais e funções administrativas.

Sobre a corrida presidencial de 2024, o resultado na Geórgia provavelmente enfraquece Trump, o que pode significar maiores chances de indicação pelos republicanos dos governadores da Flórida, Ron DeSantis, e até do governador da própria Geórgia, Brian Kemp, que entrou na campanha do segundo turno do Senado e foi considerado como responsável pela pequena margem da votação (51,4% para Warnock e 48,6% para Walker).