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SÃO PAULO – Os EUA começarão a compartilhar toda sua produção de vacinas da Oxford/AstraZeneca com o mundo, assim que a vacina contra a Covid-19 passar pelas revisões federais de segurança e for aprovada em solo americano, conforme informou a Casa Branca com exclusividade à agência de notícias Associated Press (AP) nesta segunda-feira (26).
A expectativa é de que cerca de 60 milhões de doses estejam disponíveis para exportação nos próximos meses, segundo a agência. Ainda não há definições sobre o destino das doses doadas.
A medida expande a ação do governo do presidente Joe Biden vista em março deste ano, quando compartilhou cerca de 4 milhões de doses da mesma vacina com Canadá e México. Os dois países aprovaram o uso da Oxford/AstraZeneca em suas campanhas contra a Covid-19.
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A vacina Oxford/AstraZeneca vem sendo utilizada em diversos lugares ao redor do mundo, como no Brasil e em boa parte da Europa, mas ainda não recebeu o aval de uso emergencial e nem o registro definitivo da Food and Drug Administration (FDA), a Anvisa americana.
Segundo a AP, as doses da AstraZeneca serão doadas pelo governo dos Estados Unidos, que fechou contrato com a empresa para 300 milhões de doses – embora a empresa tenha enfrentado problemas de produção. Os EUA ainda não definiram para onde irão as doses da Oxford/AstraZeneca, disse Jeff Zients, coordenador da área de Covid-19 da Casa Branca, à agência de notícias.
No caso do Canadá e México, no entanto, as doses foram compartilhadas em um formato de empréstimo. Ambos os países devolverão o mesmo número de doses.
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Os EUA estão sob crescente pressão nas últimas semanas para compartilhar mais de seu suprimento de vacinas com o mundo, enquanto países como a Índia experimentam surtos graves e outros ainda não têm acesso às doses necessárias para proteger suas populações prioritárias.
“Dado o forte portfólio de vacinas que os EUA já possuem e que foram autorizadas pelo FDA, e dado que a vacina AstraZeneca não está autorizada para uso nos EUA, não precisamos usar a vacina AstraZeneca aqui durante os próximos meses ”, disse Zients. “Portanto, os EUA estão procurando opções para compartilhar as doses da AstraZeneca com outros países à medida que se tornam disponíveis.”
Vacinas prontas, mas paradas
Havia uma expectativa de que a vacina da AstraZeneca seria a primeira a receber autorização federal de emergência nos EUA, e o governo solicitou cerca de 300 milhões de doses. Porém, o processo atrasou e o imunizante segue sem autorização oficial.
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Segundo o site da AP, cerca de 10 milhões de doses da vacina da AstraZeneca foram produzidas nos EUA. Mas estão paradas na fábrica, já que não foram aprovadas pelo FDA por não “atender às expectativas de qualidade do produto”, explicou Zients, ressaltando à agência que o regulador dos EUA é reconhecido como o “padrão ouro” para segurança em todo o mundo.
Mas, segundo o site, esse processo pode ser concluído nas próximas semanas. Cerca de 50 milhões de doses adicionais estão em vários estágios de produção e podem estar disponíveis para envio entre maio e junho, dependendo da aprovação do FDA, explicou Zients ao site.
As primeiras doses da AstraZeneca nos EUA foram produzidas em uma fábrica da empresa Emergent BioSolutions em Baltimore (Maryland), que passou por um escrutínio regulatório depois um erro humano ter causado uma mistura de ingredientes da vacina da AstraZeneca durante a produção da vacina da Johnson & Johnson.
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De acordo com a agência, os EUA pressionaram a J&J a assumir a fábrica. Como parte do esforço para garantir a qualidade das vacinas recém-produzidas, determinaram que a fábrica parasse de fazer o imunizante da AstraZeneca, já que ele ainda não pode ser aplicado nos EUA. Agora, a AstraZeneca está procurando uma nova unidade de produção nos EUA para suas doses futuras.
Vacinação contra Covid-19 nos EUA
Nos Estados Unidos, as vacinas dos laboratórios Pfizer/BioNtech; da Janssen/Johnson & Johnson; e da Moderna estão sendo aplicadas em grande escala. A vacina da Janssen, única que pede aplicação de dose única, voltou a ser administrada no último fim de semana, após uma suspensão temporária de 11 dias após seis casos de coágulos em pacientes que receberam o imunizante.
Segundo dados do Our World in Data, da Universidade de Oxford, cerca de 42% da população americana já recebeu pelo menos uma dose de vacina até o último domingo (25).
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Mais de 3 milhões de pessoas em todo o mundo já morreram de Covid-19, incluindo mais de 572 mil nos EUA. Mas, com a vacinação acelerada, a expectativa do país é ter abastecimento suficiente para toda a sua população por volta de julho deste ano.
No Brasil, foram mais de 391 mil vidas perdidas. Por aqui, apenas as vacinas da Oxford/AstraZeneca e a Coronavac, produzida pelo Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac, foram aprovadas e estão sendo aplicadas na população. A vacina da Pfizer também recebeu registro definitivo, mas ainda não faz parte da campanha brasileira contra a Covid-19.
Segundo o painel do Our World in Data, 12,6% da população do Brasil tomou pelo menos uma dose de vacina.
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