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A continuidade das políticas atuais deve levar a inflação da Argentina em 2024 a uma média mensal de 12%, caminhando assim para uma variação de preços de 300% no ano que vem. A projeção foi feita pelo ex-ministro Domingo Cavallo, que comandou a economia do país entre 1991 e 1996 na gestão de Carlos Menem, e em 2001, no curto governo de Fernando De La Rua. A estimativa foi feta por Cavallo num post em seu blog pessoal nessa sexta-feira.
Caso se confirme, a projeção indica uma aceleração, pois o mercado local projeta que o índice de preços ao consumidor em 2023 ficará em quase 170%.
Para Cavallo, essa aceleração é inexorável porque o déficit fiscal está crescendo devido aos aumentos de gastos e de reduções de impostos praticados pelo governo e também porque os passivos monetários têm subido para financiar esse déficit – além do acúmulo de juros cada vez mais elevados dos títulos de dívida conhecidos como Lelics.
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Entre os motivos para a previsão de inflação ainda mais alta no ano que vem, ele citou ainda o “aumento inexorável” da taxa de câmbio de importação para igualar e os aumentos de preços nos combustíveis, que devem ser autorizados para evitar escassez do produto.
Sobre o câmbio, o ex-ministro acredita que após o segundo turno das eleições, em 19 de novembro, é muito provável que o governo decida ajustar a taxa de câmbio oficial para trazê-la ao nível da taxa de câmbio de exportação, que hoje ronda os 500 pesos
Dado que o mercado do câmbio CCL deixará de ser abastecido com 30% das receitas de exportação, também é provável que a taxa de câmbio nesse mercado regresse a cerca de 1.000 pesos por dólar. “Depois de ter ficado nesse valor, caiu para 860 devido à derivação de dólares de exportação”, lembrou.
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O impacto dessa desvalorização na taxa de inflação pode ser forte. Cavallo acredita que o CPI do país será de 12% ao mês nos meses de novembro e dezembro. Isso depois de subir 10% em outubro, dado ainda será divulgado pelo Indec.