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A economia brasileira deve crescer 1,9% em 2023, segundo projeção divulgada nesta terça-feira (23) pela Secretaria de Política Econômica do Ministério das Fazenda na edição mais recente do Boletim MacroFiscal. A estimativa representa uma alta em relação aos 1,6% previstos anteriormente.
Segundo a Secretaria, o aumento do crescimento esperado para este ano reflete a divulgação de indicadores econômicos com resultados melhores do que os projetados para o primeiro trimestre e para o início do segundo trimestre. Para 2024, a projeção para o PIB foi mantida, com alta de 2,3%.
O boletim informa que a projeção de crescimento para o Agronegócio no ano foi revisada de 10,4% para 11,0%. O motivo foi que o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) de abril surpreendeu positivamente, passando a prever maior elevação para a safra de grãos em 2023 comparativamente a fevereiro. Além disso, a média diária das exportações de suínos e frangos seguiu crescendo em relação ao mesmo período do ano anterior.
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Para a Indústria, a previsão de crescimento avançou ligeiramente, de 0,4% para 0,5%, enquanto a projeção para Serviços cresceu de 0,9% para 1,3%.
Segundo a Secretaria, os indicadores antecedentes para o setor industrial vieram em linha com o esperado. Mas, mas para alguns subsetores de Serviços, os valores divulgados foram melhores que os previstos, repercutindo a resiliência do mercado de trabalho e da atividade e ainda políticas adotadas desde o início desse ano, com destaque para o aumento real no valor do salário-mínimo e a reformulação do programa Bolsa-Família.
“Essas medidas, junto com o aumento da faixa de isenção do Imposto de Renda, com o novo reajuste real do mínimo anunciado no dia 1º de maio e com a desaceleração da inflação devem contribuir para elevar a renda real disponível e impulsionar o consumo e o setor de serviços também no segundo trimestre”, diz o Boletim.
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Segundo o documento, as políticas de inclusão social, de combate à pobreza e à fome e de redução da inadimplência devem seguir impulsionando o crescimento no ano que vem, amparadas ainda pelo aumento dos investimentos resultantes do plano de transição ecológica, de parcerias entre o setor público e privado e das medidas para tornar mais eficiente o mercado de capitais.
“O setor externo também deve ajudar a atividade em 2024. Projeta-se início do processo de flexibilização da política monetária de economias desenvolvidas já em fins de 2023, em resposta ao risco sistêmico, que deve permanecer, e à tendência de desaceleração mais expressiva da atividade e do crédito ao longo do segundo semestre”, segundo o Boletim.
Inflação
A previsão para o IPCA foi elevada de 5,31% para 5,58% ao ano em 2023, mas a média das métricas de núcleo deve fechar o ano entre 5,20% e 5,30%. “A revisão da projeção de IPCA foi motivada, sobretudo, pela mudança na alíquota do ICMS sobre a gasolina e pelos reajustes previstos para jogos de azar e plano de saúde, apenas parcialmente compensados pela redução anunciada para o preço da gasolina, sem resposta à queda nos preços internacionais do petróleo”, diz o texto.
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A projeção do IPCA foi feita antes do anúncio da redução de combustíveis pela Petrobras na semana passada. A SPE trabalhava com uma queda de R$ 0,30 no litro da gasolina, mas foi anunciado um corte de R$ 0,40, o que podem mexer um pouco na projeção futura.
Para a média dos cinco principais núcleos, no entanto, a expectativa é de variação entre 5,20% e 5,30%, sinalizando convergência da inflação subjacente ao intervalo da meta.
Para 2024, a projeção para o IPCA avançou ligeiramente, de 3,52% para 3,63%, em resposta a mudanças marginais nas estimativas de demanda externa. Para os anos subsequentes, espera–se IPCA com variação de 3,00%, no centro da meta.
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Para o INPC, a projeção para 2023 passou de 5,16% para 5,34%, e de 3,30% para 3,44% em 2024. Para o IGP-DI, por fim, projeta-se variação de 2,06% em 2023 e de 3,78% para 2024.
Resultado primário
No Sistema Prisma, as projeções de março e maio para o resultado primário ficaram estáveis para 2023, mas melhoraram significativamente nos anos posteriores, repercutindo o novo regime fiscal. Para 2023, a mediana das projeções para o déficit primário seguiu relativamente estável, R$ 100,7 bilhões.
O déficit primário projetado para 2024, no entanto, caiu de R$ 98,3 bilhões para R$ 81,4 bilhões, refletindo projeção de crescimento da arrecadação superior à expansão esperada para o gasto.
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Para os anos de 2025 e 2026, resultado similar foi observado, com o déficit passando de R$ 63,2 bilhões para R$ 55,3 bilhões, e de R$ 41,4 para R$ 21,7 bilhões, respectivamente. Vale notar também o recuo das projeções de março a maio para dívida bruta do governo geral em proporção do PIB nos anos de 2024 (-0,62 p.p), 2025 (-1,23 p.p.) e 2026 (-2,32 p.p.).
Segundo Raquel Nadal, subsecretária de Política Macroeconômica, a projeção do PIB para o primeiro trimestre do ano foi revisada de um crescimento de 0,8% para 1,2% ante o trimestre anterior, muito por conta do desempenho do setor de agronegócios, cuja alta foi elevada para 8%.