G20: temores por inflação e dívida ultrapassam riscos ambientais, diz pesquisa do WEF

Levantamento do Fórum Econômico Mundial mostra que mais de um terço dos líderes empresariais estão preocupados com a piora no custo de vida

Roberto de Lira

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A aceleração da inflação, as crises da dívida e o aumento do custo de vida são as maiores ameaças aos negócios nos próximos dois anos nos países do G20, de acordo com pesquisa divulgada nesta segunda-feira (7) pelo Fórum Econômico Global (WEF, na sigla em inglês) em parceria com a Zurich Insurance Group.

De acordo com os resultados da pesquisa, os riscos econômicos, geopolíticos e sociais interligados estão dominando o cenário de risco entre os líderes empresariais do G20, à medida que continuam a abordar preocupações imediatas em torno da turbulência significativa do mercado e da intensificação dos conflitos políticos.

A subida da inflação mais rápida e sustentada é o principal risco mais citado dentro das grandes economia, com mais de um terço (37%) dos países do G20 identificando esse fator como uma das principais preocupações, seguido por crises da dívida e o custo de vida (21% das respostas).

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As disputas geoeconômicas foram identificadas como o principal risco por dois países do G20. Outros entrevistados mencionaram o potencial de colapso do Estado, a falta de serviços digitais generalizados e a desigualdade digital como principais preocupações.

As descobertas deste ano contrastam fortemente com as avaliações de 2021, particularmente em áreas-chave, como risco tecnológico e ambiental. Apesar das crescentes pressões ambientais e do aumento da regulamentação nos últimos 12 meses, as questões ambientais foram significativamente menores como um dos cinco principais riscos para os países do G20 no relatório deste ano.

Além disso, apesar da crescente ameaça de ataques cibernéticos em infraestrutura crítica, esse e outros riscos tecnológicos ficaram entre os cinco principais riscos menos citados este ano.

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Diferenças regionais

Os resultados também destacam variações regionais marcantes entre as economias avançadas e os mercados emergentes. Embora os riscos econômicos associados à inflação tenham sido identificados como a principal preocupação pelos entrevistados na Europa, América Latina e Caribe e Ásia Oriental e Pacífico, as preocupações sociais associadas à crise do custo de vida dominaram no Oriente Médio e África e África Subsaariana. Na Ásia Central e no Sul da Ásia, conflitos interestatais e crises de dívida lideraram as preocupações, respectivamente.

A pesquisa colheu as opiniões de mais de 12.000 líderes empresariais de 122 países entre abril e agosto de 2022 e antecede a cúpula do G20, na Indonésia, no final deste mês.

Para Carolina Klint, líder de gerenciamento de risco da Zurich para o continente europeu, os líderes empresariais do G20 estão corretamente focados nos riscos econômicos e geopolíticos imediatos e urgentes que estão enfrentando agora. “No entanto, se eles estão ignorando os principais riscos tecnológicos, isso pode criar pontos cegos futuros, deixando suas organizações expostas a ameaças cibernéticas graves que podem afetar seriamente seu sucesso a longo prazo.”

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