IEA prevê que oferta recorde de petróleo não vai conseguir atender a demanda em 2023

Relatório da agência projeta que a demanda aumentará em 1,9 milhão de barris por dia neste ano, para 101,7 milhões de barris

Roberto de Lira

(Divulgação)
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A oferta recorde de petróleo este ano não conseguirá atender a demanda também em alta, com uma mudança gradual no equilíbrio levando a um déficit na disponibilidade da commodity até o final de 2023, informou nesta quarta-feira (18) a Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês).

O relatório mensal do mercado de petróleo da organização divulgado hoje projeta que a demanda aumentará em 1,9 milhão de barris por dia neste ano, para 101,7 milhões de barris por dia. Isso significa uma alta em sua previsão anterior, de um aumento de 1,7 milhão de barris por dia.

Ao mesmo tempo, a previsão da IEA aponta que a oferta deve superar a demanda em quase 1 milhão b/d no trimestre atual, com variação marginal no segundo trimestre, antes de uma virada. A demanda para o terceiro e quarto trimestres deve superar a oferta em 1,6 milhão de barris por dia e 2,4 milhões de barris por dia, respectivamente.

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O crescimento da oferta mundial de petróleo em 2023 deve desacelerar para 1 milhão de barris por dia, após o crescimento de 4,7 milhões de barris liderado pela Opep+ no ano passado. Um aumento geral fora da OPEP+ de 1,9 mb/d será atenuado por uma queda da Opep+ de 870 mil barris por dia devido aos declínios esperados na Rússia.

Os EUA são a principal fonte mundial de crescimento da oferta e, juntamente com Canadá, Brasil e Guiana, vão atingir um recorde anual de produção pelo segundo ano consecutivo, segundo a projeção.

Segundo a agência internacional, o momento e o ritmo da recuperação da demanda chinesa e a resiliência da oferta russa podem afetar essas previsões.

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A IEA informou que “dois curingas” dominam as perspectivas do mercado de petróleo para 2023: Rússia e China. Enquanto a segunda economia do planeta deve gerar quase metade do crescimento da demanda global, a oferta russa tende a diminuir, com o impacto total das sanções ocidentais ao país por conta da invasão à Ucrânia.

Segundo a IEA, uma lenta recuperação da demanda esperada para o primeiro semestre do ano sugere a continuação da formação de estoques, como as que começaram a surgir no terceiro trimestre de 2022. “No último trimestre de 2022, a oferta superou a demanda em mais de 1 mb/d, apesar de um corte nas metas de produção da OPEP+ e interrupções na oferta dos EUA devido às tempestades de inverno”, comentou a agência.

Os estoques globais de petróleo observados aumentaram 79,1 milhões de barris em novembro, atingindo seus níveis mais altos desde outubro de 2021. O aumento foi liderado por estoques fora da OCDE (+43,9 mb). Na OCDE, a liberação de reservas compensou um pequeno aumento nas participações da indústria.

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Segundo o relatório, os contratos futuros de petróleo bruto de referência estenderam sua queda em dezembro, com o ICE Brent caindo para US$ 81,34/bbl. No mês, o levantamento das restrições da China à covid fez pouco para aumentar o ânimo, enquanto as exportações de petróleo da Rússia permaneceram resilientes.