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A cotação do iene passou nesta quinta-feira (20) a marca de ¥ 150 por dólar americano, atingindo nova mínima de 32 anos e ampliando as preocupações de que a moeda mais fraca continue a alimentar a pressão inflacionária no país, informa a imprensa local.
Mais cedo, o ministro das Finanças, Shunichi Suzuki, disse que o governo iria tomar as medidas apropriadas contra a volatilidade excessiva do mercado de câmbio. “As recentes quedas rápidas e unilaterais do iene são indesejáveis. Nós absolutamente não podemos tolerar movimentos excessivamente voláteis impulsionados pelo comércio especulativo”, disse Suzuki a um comitê do parlamento.
“Continuaremos a tomar medidas apropriadas contra o excesso de volatilidade, enquanto observamos os desenvolvimentos do mercado de câmbio com um forte senso de urgência”, completou.
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No mercado local, economistas preveem que a pressão de compra sobre o iene continuará até que o ritmo de aumento das taxas pelo Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA) desacelere o ciclo de alta de juros no final deste ano ou no início do próximo.
Há uma forte divergência entre a política monetária agressiva do Fed e a postura mais “dovish” do Banco do Japão (BoJ).
O iene caiu quase 30% neste ano, o que elevou os custos de importação, preocupando empresas e famílias. Dados do governo revelaram que o déficit comercial para o período de abril a setembro, a primeira metade deste ano fiscal, atingiu um recorde de 11 trilhões de ienes devido à moeda mais fraca e aos altos preços das commodities.
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Outro impacto sentido foi nos preços no atacado do país, que subiram 9,7% em setembro.
Em 22 de setembro, o governo interveio no mercado de câmbio comprando ienes pela primeira vez em 24 anos depois que a desvalorização do iene caiu para o nível de 145 por dólar.