IGP-DI tem nova deflação, de 1,45% em junho em relação a maio, diz FGV

Deflação em junho foi mais intensa que a esperada pelos analistas: o consenso Refinitiv estimava queda de 1,37% na leitura mensal

Roberto de Lira

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O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) mostrou deflação de 1,45% em junho em relação a maio, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (7) pela Fundação Getúlio Vagas (FGV). Com este resultado, o índice acumula variação de -4,96% no ano e de -7,44% em 12 meses. Em junho de 2022, o índice havia subido 0,62% e acumulava elevação de 11,12% em 12 meses.

A deflação divulgada pela FGV em junho foi mais intensa que a esperado pelos analistas de mercado: o consenso Refinitiv estimava uma queda de 1,37% na leitura mensal.

Segundo André Braz, coordenador dos índices de preços da FGV, foram registradas no mês quedas menos intensas nos preços do milho (de -16,85% para -11,75%) e da soja (de -7,71% para -3,61%), que contiveram a deflação ao produtor.

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“Já no IPC, o bom comportamento dos preços dos alimentos, que caíram 0,36%, e a redução dos impostos para veículos zero quilômetro, cujos preços recuaram 5,47%, abriram espaço para que os preços ao consumidor recuassem em média 0,10%”, comentou em nota.

IPA

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) caiu 2,13% em junho. No mês anterior, o índice havia apresentado queda de 3,37%. Na análise por estágios de processamento, a FGV divulgou que a taxa do grupo Bens Finais variou de -0,71% em maio para -1,05% em junho.

O principal responsável pela desaceleração da taxa foi o subgrupo alimentos processados, cuja taxa passou de -0,26% para -1,54%. O índice de Bens Finais (ex), que resulta da exclusão de alimentos in natura e combustíveis para o consumo, caiu 0,46% em junho, após variar -0,02% em maio.

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Já a taxa do grupo Bens Intermediários passou de -3,24% em maio para -1,73% em junho. O principal responsável pela queda menos intensa foi o subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, cuja taxa passou de -12,28% para -5,28%.

O índice de Bens Intermediários (ex), calculado após a exclusão de combustíveis e lubrificantes para a produção, caiu 1,16% em junho, ante queda de 1,59%, no mês anterior.

Por fim, o estágio das Matérias-Primas Brutas caiu -3,71% em junho, contra queda de 6,11% em maio. Contribuíram para este movimento os itens: minério de ferro (-11,89% para -2,19%), soja em grão (-7,71% para -3,61%) e milho em grão (-16,85% para -11,75%). Em sentido oposto, vale citar os seguintes itens: leite in natura (3,43% para -4,76%), café em grão (-3,84% para -8,65%) e aves (0,08% para -3,75%).

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IPC

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) caiu 0,10% em junho, após variar +0,08% em maio. Seis das oito classes de despesa componentes do índice registraram decréscimo em suas taxas de variação: Transportes (-0,22% para -1,14%), Alimentação (0,41% para -0,36%), Habitação (0,85% para 0,23%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,73% para 0,19%), Despesas Diversas (0,94% para 0,12%) e Comunicação (0,22% para 0,14%).

As principais contribuições para o movimento partiram dos itens: automóvel novo (0,26% para -5,47%), laticínios (1,91% para -0,45%), gás de bujão (0,79% para -2,71%), artigos de higiene e cuidados pessoais (0,74% para -0,39%), jogo lotérico (11,77% para 0,00%) e tarifa de telefone móvel (0,62% para 0,12%).

Em contrapartida, os grupos Educação, Leitura e Recreação (-3,37% para 0,87%) e Vestuário (0,46% para 0,50%) apresentaram avanço em suas taxas de variação. Nestas classes de despesa, as maiores influências partiram dos seguintes itens: passagem aérea (-17,91% para 4,77%) e roupas (0,50% para 0,57%).

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O núcleo do IPC teve taxa de 0,16% em junho, ante 0,38% no mês anterior. Dos 85 itens componentes do IPC, 28 foram excluídos do cálculo do núcleo. Destes, 13 apresentaram taxas abaixo de -0,39%, linha de corte inferior, e 15 registraram variações acima de 0,60%, linha de corte superior.

O índice de difusão, que mede a proporção de itens com taxa de variação positiva, ficou em 53,87%, 9,03 pontos percentuais abaixo do registrado em maio, quando o índice foi de 62,90%.

INCC

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) variou 0,71% em junho, ante 0,59% no mês anterior. Os três grupos componentes do INCC registraram as seguintes variações na passagem de maio para junho: Materiais e Equipamentos (-0,13% para -0,09%), Serviços (0,51% para 0,27%) e Mão de Obra (1,22% para 1,46%).