Índice de preços de alimentos da FAO sobe 0,6% em abril, na primeira alta em um ano

Índice de preços do açúcar avançou 17,6% em abril ante março, atingindo seu nível mais alto desde outubro de 2011

Roberto de Lira

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O índice de referência dos preços internacionais de commodities alimentares subiu em abril pela primeira vez em um ano, em meio a aumentos nas cotações mundiais de açúcar, carne e arroz, informou nesta sexta-feira (5) a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).

O Índice de Preços de Alimentos da FAO atingiu média de 127,2 pontos em abril de 2023, um aumento de 0,6% em relação a março. Nesse nível, o índice ficou 19,7% abaixo do registrado em abril de 2022, mas ainda 5,2% acima do verificado em abril de 2021.

O índice de preços do açúcar avançou 17,6% em abril ante março, atingindo seu nível mais alto desde outubro de 2011. Isso foi motivado pela redução das expectativas de produção e resultados na Índia, China, Tailândia e União Europeia causada por condições climáticas secas. Também foi registrado um início lento da safra de cana-de-açúcar no Brasil.

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Esses problemas se somam ao momento de preços internacionais mais altos do petróleo bruto, o que acaba por aumentar a demanda pelo etanol de cana-de-açúcar.

O índice de preços da carne calculado pela FAO, por sua vez, subiu 1,3% durante o mês, impulsionado principalmente pelas cotações mais altas da carne suína, seguidas pelos preços das aves – que aumentaram em meio à demanda de importações asiáticas e às restrições de produção estimuladas por questões de saúde animal.

Os preços internacionais da carne bovina também aumentaram devido à queda na oferta de gado para abate, principalmente nos Estados Unidos.

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Enquanto isso, os índices de preços de outras grandes categorias de commodities alimentares, com exceção do arroz, continuaram em tendência de queda.

O índice de preços de cereais recuou caiu 1,7% em relação a março e ficou em média 19,8% abaixo do valor de abril de 2022. Os preços internacionais do trigo caíram 2,3%, devido principalmente às grandes disponibilidades de exportação na Austrália e na Rússia.

Já os preços mundiais do milho caíram 3,2%, uma vez que os suprimentos na América do Sul aumentaram sazonalmente com as colheitas em andamento. Por outro lado, em um cenário de safras reduzidas causadas por custos mais altos de insumos e clima adverso, especialmente fora da Ásia, as vendas para compradores asiáticos sustentaram o aumento dos preços internacionais do arroz.

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Os índice de preços do óleo vegetal subiram 1,3% no mês e os dos lácteos avançou 1,7%. Os preços mundiais do óleo de palma permaneceram estáveis, enquanto as cotações dos óleos de soja, colza e girassol diminuíram em sintonia com a pressão da colheita de uma safra de soja potencialmente recorde no Brasil.

Segundo Maximo Torero, economista-chefe da FAO, é preciso acompanhar de perto a evolução dos preços e as razões dos aumentos. “À medida que as economias se recuperam de desacelerações significativas, a demanda aumentará, exercendo pressão de alta sobre os preços dos alimentos”, alertou.