Pesquisa realizada pela XP Investimentos com seus assessores e clientes mostra que 51% dos clientes que investem em renda variável pretendem diminuir a exposição ao mercado acionário. O mesmo estudo mostra que o processo que começou em agosto, se intensificou em setembro. Para ler o estudo completo, clique aqui.
A alocação em renda variável caiu para 18% dos seus clientes, o que representa uma queda de 6 pontos percentuais em relação a agosto, quando era 24%. Esse é o menor volume da série histórica da corretora.
O Ibovespa (índice da Bolsa de Valores de São Paulo) também reflete a queda. Até junho, acreditava-se que tinha chance de chegar aos 150 mil pontos. Hoje, metade dos assessores (45%) apostam que a Bolsa deve terminar o ano entre 120 mil e 130 mil pontos. Em agosto, 49% dos assessores apostava na faixa entre 130 mil e 140 mil pontos.
Os investimentos que os clientes da XP Inc. se mostraram mais interessados foram:
1 – Tesouro Direto e Renda Fixa (69%)
2 – Investimento internacionais (68%)
3 – Fundos de Renda Fixa (48%)
4 – Fundos imobiliários (30%)
5 – Fundos Multimercado (20%)
6 – Fundos de Renda Variável (13%)
7 – Ouro (7%)
O Estrategista Chefe e Head do Research da XP, Fernando Ferreira, explicou que uma pequena porcentagem (2%) de investidores se mostrou interessada na categoria “Outros ativos”, onde alguns especificaram as criptomoedas e/ou criptoativos. “Temos visto esse interesse de forma consistente nos últimos meses, apesar de ainda ser um número ainda bem baixo, e iremos monitorar com atenção daqui para a frente”, afirma.
Turbulência política e incertezas internacionais
Entre os principais motivos da troca de aplicações estão a alta da inflação e o sobe e desce da Bolsa de Valores, além do risco fiscal e ruídos políticos. Em setembro o Ibovespa fechou em queda de 6,57%, a maior desde março de 2020 quando estourou a pandemia. Além disso, os aumentos da taxa Selic – já avançou da mínima histórica de 2% para 6,25% – com tendência de chegar ao final do ano com os juros em torno de 8,25% .
A estrategista de ações da XP, Jennie Li, explica que no mercado de renda fixa os investidores passaram a exigir taxas de juros bem maiores com esse cenário conturbado. “A situação mudou. Hoje em dia já encontramos títulos acima de 10%. Não dá mais para ignorar a renda fixa, que não engloba apenas títulos públicos, mas também CDBs, LCIs, LCAs e debêntures. Esse mercado está oferecendo ótimas opções sem a volatilidade do mercado de ações”, diz.
“Nesse momento, o investidor pode começar a fazer os seus aportes em renda fixa pensando na diversificação da sua carteira. Aos que já estão posicionados em bolsa o ideal é analisar e compreender que o momento é de cautela, se seu posicionamento é de longo prazo não existe a necessidade de pânico e pode indicar uma excelente oportunidade de compra”, pontua.
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Desafios para investir em 2022
Li acrescenta que a situação fiscal é o ponto crucial que deveria ser discutido no país. “Impacta diretamente na curva de juros e na questão cambial – com consequente aumento da inflação – tanto pelas incertezas do cenário interno quanto externo. Ano que vem, já sabemos que vai ser marcado pelas eleições presidenciais e o mercado já está começando a refletir o aumento das tensões políticas. Além disso, temos preocupações com o aumento do teto de gastos, a crise hídrica, a subida na taxa de juros”, lista.
Li acrescenta ao imbróglio nacional, as incertezas internacionais. A inflação não é um problema só no Brasil. Outros países também estão sofrendo com a inflação devido aos estímulos financeiros ofertados para conter os efeitos da pandemia da Covid. Para controlar o processo, o Banco Central americano começou a reduzir os estímulos monetários e pretende subir os juros.
Junte-se a isso, o cerco regulatório chinês, que reduz o apetite por commodities e já provocou a derrocada da Evergrande. “Os preços das commodities já começaram a se acomodar em patamares menores. Isso coloca fim ao ciclo mais positivo que durou de meados de 2019 até este ano e é especialmente benéfico para a economia brasileira, pois representa mais de 50% das exportações do país”, afirma Jennie Li.
“Todos esses fatores refletem nos preços dos ativos. Nos últimos meses, a polarização tem aumentado, antecipando o processo eleitoral de 2022, que afeta os investimentos. As tensões internacionais também. Mas eu pergunto: o que de fato mudou a situação das empresas listadas na Bolsa para justificar uma queda assim? Na prática, pouca coisa mudou. No mundo real, longe das especulações políticas e das teorias econômicas, as empresas brasileiras vêm apresentando resultados bem positivos. Quando você tem empresa de qualidade, com lucro, mas com preço das ações bastante depreciados, significa que temos uma verdadeira liquidação na Bolsa”, diz.
A estrategista conta que enquanto alguns estão preocupados com os preços caindo e começando a se desfazer dos seus ativos, fazendo o preço cair mais ainda no curto prazo, outros estão indo às compras e colocando em seu portfólio empresas que são uma verdadeira barganha.
“Em 2002, durante as eleições, o dólar explodiu. Todo ano o mercado passa por momentos de crise e volatilidade. Mesmo assim, sobrevive com alguns ativos indo melhores do que outros. Para reduzir riscos em anos complexos é muito importante escolher os investimentos e as empresas certas no momento certo. Uma assessoria, que tenha equipe de analistas para orientar, é indispensável”, aconselha.
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