(ANSA) – Um relatório divulgado nesta quarta-feira (06) pelo Ministério do Interior da Itália alerta para o risco dos tentarem se apropriar das vacinas contra a Covid-19 por conta da “elevada demanda” e “da baixa oferta inicial” de doses vista em todo o mundo.
O documento foi produzido por uma entidade de monitoramento da Polícia, a pedido do Ministério, sobre o risco de infiltração dos mafiosos na economia, e complementa outros alertas dados pela pasta ao longo de toda a crise sanitária do coronavírus Sars-CoV-2.
Além de poder agir em territórios onde os imunizantes estão sendo distribuídos, os interesses sobre a vacina também foram demonstrados nos recentes ataques hackers contra o sistema sanitário italiano e da busca para tentar obter “informações confidenciais” tanto sobre os imunizantes como nas áreas de transporte das doses.
Os criminosos também praticaram diversos pequenos episódios de ataques cibernéticos com ransomware, que exige o pagamento de uma quantia em dinheiro para a devolução de informações bloqueadas.
Nos primeiros 10 meses de 2020, houve um aumento de 353% nas denúncias de ataques hackers do tipo contra instituições de “relevância nacional” e alta de 104% na quantidade de pessoas denunciadas.
Conforme o relatório, houve um aumento de 8% nas operações bancárias suspeitas notificadas à Unidade de Informação Financeira do Banco Central da Itália (Bankitalia) desde o início da pandemia, em março do ano passado, que atingem sobretudo atividades de lavagem de dinheiro (+9%).
Outro temor apontado é que o cansaço dos cidadãos com as regras sanitárias impostas está sendo “instrumentalizado” pelos mafiosos através de movimentos de direita, de torcidas organizadas, de grupos antagonistas e por parte das próprias organizações criminosas para ganhar dinheiro.
Os mafiosos estão se aproveitando dos problemas sociais e econômicos causados pela crise para lucrar ainda mais. Os riscos de infiltrações não estão apenas nos setores mais afetados – como as lojas de venda no varejo, turismo, transporte e atividades culturais e de entretenimento -, mas também em atividades ligadas à pandemia, como nos setores médico-sanitários, limpeza e fúnebres.
Além disso, aumentaram os riscos do chamado “welfare criminoso”, ou seja, a ajuda direta dos criminosos para pessoas e empresas que estão em sérias dificuldades econômicas. Para se ter ideia, a estimativa do órgão é que as fraudes na entrega de máscaras para empresas, por exemplo, rendeu um lucro de cerca de 25 milhões de euros em alguns meses. (ANSA).
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