Líderes europeus não se entendem sobre como enfrentar os altos preços de energia

Países mais endividados discordam dos mais ricos, que conseguem manter programas internos de proteção aos consumidores

Estadão Conteúdo

Praga, capital da República Tcheca, onde acontece o Encontro da Comunidade Política Europeia
Praga, capital da República Tcheca, onde acontece o Encontro da Comunidade Política Europeia

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Líderes europeus que vêm se comprometendo desde o início do ano com respostas em conjunto sobre os efeitos da guerra na Ucrânia, agora enfrentam um conflito sobre como compensar os danos crescentes dos altos preços da energia em suas economias.

A Itália e vários outros países se colocaram de maneira antagônica à Alemanha nesta sexta-feira (7) em reunião do primeiro Encontro da Comunidade Política Europeia (Summit of the European Political Community), realizada em Praga.

Esse tipo de posição reflete desavenças de crises passadas, pois os países mais endividados do continente temem que seus vizinhos mais ricos ganhem vantagem injusta ao apoiar seus negócios e consumidores.

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No centro da batalha está a frustração de governos que dizem que seus pedidos por um limite dos preços do gás na UE foram, até recentemente, deixados de lado. Isso mesmo quando países mais ricos, como Alemanha e França, anunciaram grandes planos de gastos internos para proteger empresas e consumidores do aumento dos preços da energia.

O aperto da Rússia no fornecimento de gás elevou os preços em toda a União Europeia, causando o fechamento de fábricas e aumentando as expectativas de que o bloco está entrando em recessão.

Solidariedade

O primeiro-ministro polonês, Mateusz Morawiecki, disse antes da cúpula esperar que a Alemanha atue em solidariedade com outros membros da UE no enfrentamento da crise.

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O bloco precisa ser capaz de concordar com um denominador comum, disse Morawiecki, “e não esse denominador que é adequado apenas a um país”.

Na semana passada, a Alemanha anunciou um pacote de energia avaliado em até 200 bilhões de euros (cerca de US$ 196 bilhões), que inclui limites de preço para gás e eletricidade, em um sinal do poder de fogo fiscal que Berlim consegue reunir para sustentar sua economia.