Na Argentina, Milei promete ‘choque’ nas contas públicas e equilíbrio fiscal no fim de 2024

Presidente eleito da Argentina quer fazer correção fiscal equivalente a 15 pontos percentuais do PIB do país, sem prejudicar os mais pobres

Estadão Conteúdo

Javier Milei, candidato à presidência da Argentina, fala após o 1º turno das eleições em Buenos Aires (Tomas Cuesta/Getty Images)
Javier Milei, candidato à presidência da Argentina, fala após o 1º turno das eleições em Buenos Aires (Tomas Cuesta/Getty Images)

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O presidente eleito da Argentina, Javier Milei, prometeu executar um “choque de ajuste” nas contas públicas com o objetivo de encerrar 2024 em um quadro de equilíbrio fiscal. Em entrevista ao jornalista Alejandro Fantino, da rádio Neura FM, o libertário reafirmou os planos de empreender drásticos cortes nos gastos públicos.

Milei ressaltou que pretende realizar uma correção fiscal de 15 pontos percentuais do Produto Interno Bruto (PIB). O futuro presidente, no entanto, assegurou que os mais pobres não serão afetados pelas reformas e que o impacto principal recairá sobre a classe política. “2025 vai ser brilhante, com uma taxa de inflação caindo e os salários voando em dólares”, garantiu.

Economistas consideram que, se implementada integralmente, a agenda econômica de Milei pode impor uma recessão à Argentina, embora deva colocar o país em uma situação mais sustentável no longo prazo. A S&P Global Ratings avalia que a reformulação do complexo cenário econômico argentino dependerá essencialmente de uma postura política “astuta” combinada com eficiência na comunicação com eleitorado, incluindo a classe média, sindicatos, empresas e movimentos sociais.