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Já faz um tempo que a gente ouve falar que os herdeiros de bilionários vão doar mais do que os pais e também começar a doar mais cedo. Muitos assumem compromissos públicos — os chamados pledges — e falam sobre o assunto com naturalidade e propriedade.
De acordo com um levantamento do banco JP Morgan, os baby boomers (nascidos entre 1946 e 1964) irão transferir cerca de US$ 30 trilhões em ativos para a próxima geração. É a maior transferência de riqueza da história da humanidade. E quem vai herdar isso tudo são os millennials (nascidos entre 1980 e 1995). Entender as preferências e comportamentos das duas gerações é essencial para a estratégia de arrecadação de recursos para organizações sociais.
Também é importante estar atento às gerações ainda mais jovens. O Relatório de Tendências do Instagram de 2022, focado especialmente na geração Z, revelou que 37% dos jovens pretendem doar o próprio dinheiro para causas que acreditam e 28% pretendem seguir mais perfis em redes sociais que tratem de temas relacionados à justiça social.
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Será que as gerações estão vindo com um chip diferente em relação à cultura de doação e solidariedade? Marina Pechilivanis, publicitária, escritora e criadora da Plataforma de Educação para a Gentileza e a Generosidade, acredita que diversos fatores influenciam nessa mudança: “Se de um lado, os pais estão mais atentos à importância disso, educar os filhos para isso, para que sejam atentos ao entorno, doadores, voluntários, participativos… Por outro lado, essas crianças já vem mais pré-dispostas pelo contexto.”
Marina tratou sobre a formação de uma nova geração de doadores em entrevista ao podcast Aqui se Faz, Aqui se Doa, produzido pelo Instituto MOL com apoio de Movimento Bem Maior, Morro do Conselho Participações e Ambev, e divulgação do Infomoney.
Ela sublinhou também a importância da escola nesse processo, fator que culminou na elaboração da Plataforma de Educação para Gentileza e Generosidade. Ali, os professores encontram sugestões de atividades que englobam 7 princípios: solidariedade, sustentabilidade, diversidade, respeito e cidadania. São eles que norteiam a busca de uma sociedade mais gentil e generosa.
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“Se a gente tocasse as crianças logo na tenra infância, isso poderia fazer uma grande diferença. A gente semeia essas questões na mente das crianças e, tal como na parábola do semeador, pode brotar! A criança é muito rápida: ela não está com os filtros que a gente tem, com as barreiras, de falar ‘isso não pode, se eu fizer isso implica nisso’ — ela acolhe! E entende muito rápido coisas que alguns adultos não entenderam até agora”, conclui Marina.