Número de mortos em ataque em Cabul, no Afeganistão, passa de 100

Talibã pediu para militares turcos fazerem segurança no aeroporto

ANSA Brasil

(Pixabay)
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(ANSA) – O número de mortes no atentado ao aeroporto Hamid Karzai em Cabul, no Afeganistão, já passou de 100, segundo informa o jornal norte-americano Washington Post nesta sexta-feira (27). Entre as vítimas, estão os 13 soldados do país e, ao menos, 90 cidadãos afegãos. Há ainda mais de 150 feridos.

O ataque de quinta-feira (26) foi reivindicado pelo grupo terrorista Estado Islâmico de Khorasan (ou Isis-K), uma célula ligada ao EI e que atua na região desde 2014, sendo um rival direto da Al Qaeda. Os extremistas da organização fundada por Osama bin Laden contam com a proteção do Talibã, que reassumiu o poder no país em 15 de agosto.

O risco de um ataque do tipo já estava sendo alertado pelas agências de Inteligência de diversos países, como os Estados Unidos, o Reino Unido e a Alemanha. Segundo os relatórios, diversos homens-bomba do EI estavam se dirigindo para Cabul para se aproveitar da caótica evacuação que está sendo realizada por países ocidentais para atingir os talibãs.

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Apesar de negarem que algum dos membros do grupo morreu no ataque desta quinta-feira, os fundamentalistas do governo pediram ajuda da Turquia para garantir a segurança no aeroporto.

“Os talibãs nos propuseram gerir o aeroporto de Cabul, com técnicos civis, mas ainda não tomamos uma decisão. Não é possível dar o luxo a ninguém sobre quem, onde, quando e como devemos conversar. No Afeganistão, há um sério vácuo administrativo, e aqui estamos tendo as conversas necessárias”, disse o presidente turco, Recep Tayyp Erdogan, após um encontro de três horas e meia em Ancara com representantes afegãos.

Erdogan ainda lembrou que “quando todos deixaram o Afeganistão, a Turquia não os abandonou” e alertou que o ataque cometido pelo EI nesta quinta “mostra o quanto essa organização é perigosa na região e no mundo”.

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Mesmo com as conversas em andamento sobre a gestão do aeroporto, o mandatário confirmou que seu país vai evacuar todos os militares e civis que ainda estão no país até o prazo final de 31 de agosto.

O temor de novos atentados no aeroporto, e em Cabul em geral, não é um medo apenas do Talibã. As forças norte-americana, segundo o Washington Post, também estão preocupadas com novos ataques, especialmente, com aqueles feitos com carros-bomba. Há o temor, até mesmo, do lançamento de foguetes contra o aeroporto.

“Acreditamos que eles querem continuar com os ataques e nós esperamos que eles continuarão a atacar”, disse um representante ao jornal.

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Rússia e China condenam ataque

Em declarações oficiais, os governos da Rússia e da China condenaram nesta sexta-feira o atentado terrorista em Cabul.

O porta-voz do presidente Vladimir Putin, Dmitri Peskov, disse que Moscou “condena fortemente” a ação terrorista, mas que o mandatário não deve fazer declarações públicas sobre o assunto porque o país não está envolvido nos trabalhos de evacuação.

Já um dos porta-vozes do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, afirmou que o governo está “chocado” com o ataque e “condena com força” os atentados contra militares dos EUA e os civis.

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“Isso demonstra que a situação da segurança no Afeganistão é ainda complicada e grave”, acrescentou Zhao.

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