PMI de serviços do Brasil recua para 51,6 em novembro, ante 54,0 em outubro, diz S&P Global

Embora tenha sido inferior ao mês anterior, o indicador ainda se manteve acima dos 50,0, limite que separa a expansão da retração

Roberto de Lira

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O aumento da incerteza do mercado pesou sobre o desempenho do setor de serviços do Brasil em novembro. Segundo dados divulgados hoje pela S&P Global, o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) do País em novembro caiu para 51,6 ante os 54,0 verificados em outubro. Embora tenha sido inferior ao mês anterior, o indicador ainda se manteve acima dos 50,0, limite que separa a expansão da retração.

O PMI composto global caiu de 53,4 em outubro para 49,8 em novembro.

Segundo a S&P Global, o volume de novos pedidos e a atividade de negócios se expandiram em novembro às taxas mais lentas em um ano e meio. Houve uma recuperação mais branda no emprego e a confiança em relação ao futuro caiu para o menor nível em 13 meses. Com relação aos preços, a valorização do dólar levaram a uma intensificação da inflação dos preços de insumos, mas os preços de venda subiram a uma taxa mais lenta.

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Na pesquisa, várias empresas relacionaram níveis mais altos de produção a novos ganhos comerciais, enquanto algumas indicaram que a incerteza do mercado e a perda dos clientes existentes diminuíram o crescimento.

As empresas indicaram que a valorização do dólar implicou pagar mais por itens como equipamentos, fertilizantes, alimentos, materiais de reforma e produtos de higiene. Também houve menções a maiores custos de mão de obra e transporte.

A taxa geral de aumento das despesas foi acentuada e ultrapassou sua média de longo prazo. Os preços cobrados pela prestação de serviços no Brasil continuaram subindo em novembro com o aumento dos custos transferidos pelas empresas aos seus clientes.

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Impacto das eleições

Para Pollyanna De Lima, diretora associada de Economia da S&P Global Market Intelligence, os impactos das eleições presidenciais divididas no Brasil extravasaram do campo político para o campo econômico, significativamente mais na indústria do que no setor de serviços.

“O crescimento da atividade neste último desacelerou para o nível mais fraco em um ano e meio em novembro, com uma contração imediata observada na produção industrial. Os provedores de serviços indicaram que a incerteza em relação ao futuro para as políticas públicas e a economia em geral diminuíram a demanda em novembro”, comentou.

“As empresas do setor de serviços também ficaram divididas em suas próprias projeções para o futuro. Cerca de 54% das empresas preveem crescimento da produção em 2023, com o otimismo centrado na esperança de reformas estruturais, taxas de juros mais baixas e inflação contida”, disse.