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Apesar de considerar, até o momento, como acidente a queda na terça-feira (15) de destroços de um míssil russo no povoado de Przewodow, causando a morte de duas pessoas, o governo da Polônia mantém a possibilidade de invocar a qualquer momento o Artigo 4° da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
Esse artigo do tratado estipula que as nações manterão consultas entre si sempre que, na opinião de qualquer delas, estiver ameaçada a integridade territorial, a independência política ou a segurança de uma das partes. Os artigos que tratam sobre as providências a serem tomadas em caso de ataque armado contra qualquer aliado são o 5° e o 6°.
O Conselho de Segurança Nacional da Polônia se reuniu nesta quarta-feira (16) e chegou à conclusão que os materiais recolhidos nos locais atingidos indicam que a explosão na cidade localizada no leste do país foi provocada pelo abate e destruição de um míssil russo.
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“Nenhuma intenção”
Segundo comunicado do Conselho, forças ucranianas lançaram seus mísseis em resposta a um ataque massivo de mísseis russos e um deles caiu em território polonês, “sem nenhuma intenção de nenhum dos lados”.
Esse míssil teria caído num silo de grão perto da vila de Przewodow, que fica a cerca de 10 quilômetros da fronteira ucraniana, matando duas pessoas. Segundo a imprensa polonesa, foi a primeira vez que moradores de um país da OTAN morreram por causa da guerra Rússia-Ucrânia.
O presidente da Polônia, Andrzej Duda, afirmou em entrevista nesta manhã que é “altamente provável” que o embaixador da Polônia peça à aliança que invoque o Artigo 4. O presidente Duda também conversou com o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, e outros líderes, incluindo Rishi Sunak, o primeiro-ministro britânico.
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O governo informou que elevou o nível de alerta para a polícia, guarda da fronteira, bombeiros e serviços de segurança, informou o primeiro-ministro Mateusz Morawiecki.
Enquanto isso, a Alemanha se ofereceu para ajudar a Polônia a monitorar seu espaço aéreo, disse porta-voz do Ministério da Defesa alemão. A ajuda envolverá patrulhas estendidas sob a operação de policiamento aéreo da OTAN, que podem começar a partir de amanhã, se a Polônia desejar. Essas patrulhas adicionais seriam realizadas pelos jatos Eurofighter da Força Aérea Alemã a partir de bases na Alemanha.
“Responsabilidade russa”
O secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, que desde o início da “guerra ilegal” da Rússia na Ucrânia, a Otan tem aumentado a vigilância no flanco oriental. Ele afirmou ainda que é preciso aguardar o resultado da investigação em andamento, mas “não temos indícios de que isso tenha sido resultado de um ataque deliberado e não temos indícios de que a Rússia esteja preparando ações militares ofensivas contra a Otan”.
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“Nossa análise preliminar sugere que o incidente foi provavelmente causado por um míssil de defesa aérea ucraniano disparado para defender o território ucraniano contra ataques de mísseis de cruzeiro russos. Mas deixe-me esclarecer: isso não é culpa da Ucrânia. A Rússia tem a responsabilidade final ao continuar sua guerra ilegal contra a Ucrânia.”