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O Índice de Preços ao Produtor (IPP) subiu 1,11% em outubro, acumulando assim a terceira alta mensal seguida, informou nesta quarta-feira (29) o IBGE. A medida de inflação “na porta da fábrica” também tinha sido de 1,11% em setembro ante agosto.
A inflação da indústria acumula queda de 6,13% em 12 meses e o índice acumulado no ano chegou a -4,43%.
Em outubro, 14 das 24 atividades industriais pesquisadas apresentaram variações positivas de preço quando comparadas ao mês anterior. Em setembro, 13 atividades tinham apresentado variações positivas de preço em relação ao mês anterior.
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As atividades industriais com as variações de preço mais expressivas no resultado de outubro foram bebidas (6,12%), indústrias extrativas (5,26%), outros equipamentos de transporte (2,19%) e alimentos (2,00%).
Já as maiores influências vieram de alimentos (0,48 p.p.), indústrias extrativas (0,26 p.p.), bebidas (0,15 p.p.) e refino de petróleo e biocombustíveis (0,10 p.p.).
Murilo Alvim, analista do IPP, lembrou em nota que essa sequência de três meses com resultados positivos da indústria vem após seis meses seguidos de queda. “De agosto a outubro, a alta acumulada é de 2,96%. Apesar disso, o IPP ainda não foi capaz de reverter os resultados negativos nos índices de longo prazo”, comparou.
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Alvim destacou ainda que, nos últimos dois meses, o setor de refino de petróleo e biocombustíveis foi o que mais impactou positivamente no IPP. “Em outubro ele continua sendo um dos destaques, mas não o principal, com variação de 0,92%, a quarta maior influência. Os dois produtos mais importantes do grupo, óleo diesel e gasolina, tiveram aumento de preços em agosto e setembro, mas comportamentos diferentes em outubro, com a gasolina apresentando resultado negativo e segurando a variação do setor”, explicou.
Com a maior variação e terceira influência mais expressiva em outubro, o setor de bebidas teve resultado oposto ao que foi observado em setembro, quando registrou forte queda de 5,04%, segundo o IBGE.
O analista da pesquisa citou que houve alta dos preços nesse grupo nos últimos dois meses e que, em outubro, eles ficaram 0,78% acima do registrado em agosto. “A queda vista em setembro foi devido à margem que as empresas tinham para um reposicionamento de preços por conta de menores custos. Em outubro, com a proximidade do verão e das festas de fim de ano, há um aumento da demanda por produtos como cerveja e refrigerante”, comentou.
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Ele destacou ainda que, desde o início da série histórica da atividade no IPP, em 2010, o setor de bebidas mostra resultado positivo em outubro.
O setor de alimentos, o de maior peso no IPP, exerceu a maior influência no resultado do mês e apresentou a quarta variação positiva mais alta. Alvim observou que o preço das carnes bovina e de frango foi determinante para o resultado, pois o grupo econômico de abate e produção de carnes subiu 4,95%.
“No caso da carne bovina existe uma limitação da oferta de animais para abate, que pode estar relacionada ao ciclo da pecuária. Sobre a carne de frango, vemos um aumento da demanda que pode ser uma substituição de um produto por outro”, disse.
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A atividade de indústrias extrativas apresentou a segunda variação mais intensa e ocupou o segundo lugar no ranking de maiores influências em outubro. Na comparação com os preços de setembro, quatro produtos se destacaram tanto em variação quanto em influência.
No entanto, “óleo bruto de petróleo”, cujo peso é o maior no cálculo do setor (40,54% como peso original), não aparece entre eles. A cotação do petróleo no mercado externo teve comportamento distinto em outubro em relação a setembro.
O setor de outros equipamentos de transporte teve alta de 2,19% frente ao mês anterior, registrando a terceira variação mais expressiva. É o terceiro resultado positivo em sequência do setor, o maior desde julho de 2022 (4,41%). “Os preços do setor de equipamentos de transporte estão muito relacionados ao dólar. Os produtos de maior peso desse grupo são os aviões, os quais estão diretamente ligados à cotação da moeda americana, que teve alta de 2,6% frente ao real em outubro”, afirmou Alvim.
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Pela perspectiva das grandes categorias econômicas, a variação de preços observada na passagem de setembro para outubro foi de 0,34% em bens de capital; 1,21% em bens intermediários; e de 1,14% em bens de consumo. A variação nos bens de consumo duráveis foi de 0,47%, enquanto nos bens de consumo semiduráveis e não duráveis foi de 1,28%.