Reabertura da China enfrenta primeiros desafios diplomáticos

País retaliou com medidas de reciprocidade Coreia do Sul e Japão, que estão restringindo a entrada de viajantes chineses

Roberto de Lira

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O foco das discussões sobre o gerenciamento da pandemia na China mudou nesta semana das preocupações sanitárias e econômicas para os impactos diplomáticos. Desde a terça-feira (10), as autoridades passaram retaliar países que continuam a impor restrições à entrada de viajantes chineses. Japão e Coreia do Sul foram os primeiros a enfrentar esse tipo de tratamento recíproco.

A China esperava que a suspensão das restrições de viagens para passageiros domésticos e internacionais, iniciada no último domingo após três anos de proibições, representasse um início de retomada de viagens de negócios e turísticas. Mas vários países passaram a restringir as chegadas da China, citando preocupações cm transparência de dados sobre o atual estágio da doença no país.

Estados Unidos, Canadá, Austrália, Alemanha, Coreia do Sul, Japão e Índia exigem testes de covid-19 para passageiros da China. A Alemanha também desencorajou viagens não essenciais ao país, enquanto a Coreia do Sul suspendeu a emissão de vistos de curto prazo para viajantes chineses até 31 de janeiro.

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A escolha da Coreia do Sul como um dos alvos da retaliação pode ter fatores políticos envolvidos, segundo análise de Shi Yinhong, professor de relações internacionais da Universidade Renmin em Pequim ao jornal South China Morning Post. Recentemente, políticos sul-coreanos visitaram Taiwan e o governo tem se mostrado próximo dos Estados Unidos.

Assim, o relacionamento entre os dois países deve demorar a recuperar o momento pré-pandemia. O número de sul-coreanos na China diminuiu de cerca de 300.000 pessoas em 2019 para 247.000 em 2021, de acordo com o serviço de informações estatísticas coreano.