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Em 2020, o Censo GIFE (Grupo de Institutos, Fundações e Empresas) revelou que o volume doado por organizações para terceiros foi maior do que o utilizado em iniciativas próprias, com aumento de 105% em relação ao levantamento anterior e com volume de R$ 2,5 bilhões em investimentos. Os números demonstram que a prática do grantmaking é uma tendência interessante para o terceiro setor brasileiro, e que pode garantir o futuro de projetos e instituições a longo prazo.
Mas afinal, o que é grantmaking e como essa estratégia pode consolidar a colaboração entre organizações com interesses em comum?
Em linhas gerais, o grantmaking é o repasse de recursos financeiros para organizações ou iniciativas de terceiros, priorizadas frente a criação de projetos ou iniciativas próprias. Esse recurso financeiro pode estar atrelado a projetos e iniciativas, mas também (e o que é muito importante) para a manutenção institucional das organizações da sociedade civil. Apoiar projetos com interesses em comum evita a duplicidade de esforços e considera que o impacto social pode ser muito maior do que criar iniciativas próprias do zero, valorizando o aprendizado de quem já vem trabalhando com a mesma causa há algum tempo.
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“Grandes empresas e institutos estão cada vez mais aprendendo a trabalhar em rede e ao apoio de projetos e organizações já existentes. Na minha visão é muito melhor apoiar do que fazer algo do zero, apoiar alguém que já sabe o que está fazendo e faz bem”, comenta Richard Sippli, coordenador de relações institucionais do Movimento Bem Maior, em entrevista ao podcast Aqui se Faz, Aqui se Doa, produzido pelo Instituto MOL com apoio de Movimento Bem Maior, Morro do Conselho Participações e Ambev, e divulgação do Infomoney.
Por meio de um edital, o Programa Futuro Bem Maior seleciona organizações da sociedade civil e coletivos que atuam em municípios com até 200 mil habitantes que são apoiadas financeiramente por um ano, além de receberem capacitações, acompanhamento de projetos e contarem com oportunidades de parcerias estratégicas.
Uma das organizações apoiadas pelo Programa é o Instituto ITI, sediado em Itabira, Minas Gerais. A ONG oferece programas de educação, desenvolvimento social, geração de renda e preservação ambiental para os habitantes da cidade. “O valor que foi repassado através do edital do Movimento Bem Maior para o Instituto ITI foi de extrema importância, foi um divisor de águas. Porque com parte desse recurso conseguimos ampliar nossa linha de atendimento, começar a desenvolver e principalmente colocar em prática nossos projetos”, conta Ronaldo Silvestre, fundador e presidente do Instituto ITI.
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“A proposta é olhar para os desafios como um todo e observar a complexidade social de uma maneira mais ampla, para estimular a colaboração. É uma mudança de mentalidade, que demonstra que a cooperação pode ser muito mais lucrativa e interessante do que a concorrência da maneira tradicional como a gente já conhece”, conclui Richard.
(Por Ana Julia Rodrigues)