Retomada de eventos sociais requer cobertura vacinal de 80%, diz Fiocruz

Boletim considera percentual da população total imunizada

Agência Brasil

Público em show (Pixabay/audience-g4bdad9b20_1280)
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O novo Boletim do Observatório Covid-19 da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado hoje (4) pela instituição, adverte para a necessidade de cautela na retomada de eventos sociais com aglomeração, considerando somente o percentual de adultos completamente vacinados.

Os pesquisadores do Observatório afirmaram ser fundamental que se atinja o patamar de 80% de cobertura vacinal da população total para que sejam retomados eventos com grande público. Alcançada essa meta, alertam que, além dos adultos, a campanha de imunização deve atingir também crianças e adolescentes.

Os cientistas lembraram que a população de adolescentes, pelo tipo de comportamento social que tem, é um dos grupos com maior intensidade de circulação nas ruas e convive com outros grupos etários e sociais mais vulneráveis.

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“Por isso, é equivocado pensar que, com a população somente adulta coberta adequadamente, a retomada irrestrita dos hábitos que aglomeram pessoas é possível”, diz o boletim.

De acordo com o boletim, a cobertura vacinal vem aumentando gradualmente, tendo atingido, recentemente, 55% da população total, portanto ainda distante do patamar ideal. O documento destaca também a existência de uma quantidade significativa de pessoas que precisam retornar aos postos de saúde para a segunda aplicação da vacina contra a covid-19.

Segundo destacam os pesquisadores, a recomendação é que, enquanto se caminha para um patamar ideal de cobertura vacinal, medidas de distanciamento físico, uso de máscaras e higienização das mãos devem ser mantidas e a realização de atividades que representem maior concentração e aglomeração de pessoas só sejam realizadas com comprovante de vacinação.

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O documento acentua que países do Leste Europeu, bem como os Estados Unidos, vêm apresentando surtos de covid-19 em condições de baixa cobertura de vacinação, o que deve ser evitado no Brasil.

Estabilidade

Na avaliação dos pesquisadores da Fiocruz, o cenário brasileiro ainda é de estabilidade nas taxas de transmissão do vírus Sars-CoV-2. Foram notificados, em média, 11.500 casos e 320 óbitos diários, ao longo da Semana Epidemiológica (SE) 43, compreendida entre os dias 24 e 30 de outubro.

Esses números representam redução de 0,7% ao dia nos registros de casos e menor velocidade de redução do número de óbitos no país, que agora atinge 0,4%, depois de 14 semanas de redução acelerada e sustentada, com velocidade de 1% a 2%.

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Os cientistas acentuaram que embora o registro de casos e de óbitos por covid-19 se mantenha em trajetória declinante, a taxa de positividade dos testes de diagnóstico permanece alta, o que pode ser atribuído à exposição ao vírus e à presença de indivíduos fora de casa. “O Índice de Permanência Domiciliar mostra, por exemplo, que há mais pessoas nas ruas do que antes da pandemia”, indica o boletim.

No que se refere à ocupação de leitos de UTI covid-19 para adultos no Sistema Único de Saúde (SUS), o indicador se mantém em patamares inferiores a 50% na maior parte das unidades da Federação. Segundo o documento da Fiocruz, o único estado na zona de alerta intermediário é o Espírito Santo (67%).

Com exceção dos estados onde não ocorreu a retirada de leitos destinados à covid-19, os aumentos mais significativos do indicador foram registrados no Pará (34% para 47%) e no Rio Grande do Norte (41% para 50%), entre os dias 25 de outubro e 1º de novembro.

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“É importante também comentar que as taxas do Rio Grande do Sul (54%) e sua capital, Porto Alegre (63%), estão baseadas em todo o conjunto de leitos de UTI disponíveis no SUS, tanto para covid-19 quanto para outras causas de internação, e que possivelmente as taxas específicas para covid-19 seriam mais baixas”, observaram os pesquisadores.

Ocorreram reduções nos leitos de UTI para adultos destinados à covid-19 no SUS em Rondônia (89 para 79 leitos), Amazonas (155 para 135 leitos), Amapá (116 para 76 Leitos), Ceará (133 para 90 leitos), Pernambuco (777 para 760 leitos), Bahia (562 para 536 leitos), Minas Gerais (2.516 para 2.449 leitos), Rio de Janeiro (1.614 para 1.522 leitos), Paraná (1.436 para 1.215 leitos), Santa Catarina (786 para 761 leitos), Mato Grosso do Sul (259 para 239 leitos) e Mato Grosso (275 para 248 leitos).

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