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BRASÍLIA (Reuters) – O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, afirmou nesta quarta-feira que existe a preocupação de que o conflito entre Israel e o grupo palestino Hamas se espalhe para outros países da região.
O chanceler acrescentou, em audiência pública na Comissão de Relações Exteriores do Senado, que o Brasil centra todo o seu trabalho em evitar uma ampliação do conflito e na busca de um corredor humanitário para a Faixa de Gaza, onde cerca de 30 brasileiros aguardam a abertura de fronteira com o Egito para deixar Gaza.
“Preocupa-nos o risco também do transbordamento do conflito para países da região, onde igualmente residem milhares de brasileiros e brasileiras”, disse o chanceler à comissão, acrescentando que a conjuntura internacional apresenta uma “superposição inédita de crises” que tornam a realidade “ainda mais complexa”.
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Vieira comentou a votação, mais cedo nesta quarta-feira, de projeto de resolução no Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU), presidido temporariamente pelo Brasil.
O texto, que acabou sendo vetado pelos Estados Unidos, solicitava pausas humanitárias no conflito entre Israel e o grupo militante palestino Hamas para permitir o acesso de ajuda humanitária à Faixa de Gaza, enclave sob cerco de Israel que já sofre com escassez de água, alimentos, medicamentos e energia.
Doze membros votaram a favor do texto preliminar nesta quarta-feira, enquanto Rússia e Reino Unido se abstiveram.
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Vieira afirmou que o Brasil segue a linha de buscar uma solução para a paz por meio do diálogo. Ele também se posicionou favorável à instituição de dois Estados na região: um israelense e outro palestino.
“Essa tem sido a tônica da nossa atuação no exercício da presidência de turno do Conselho de Segurança neste mês: a busca da paz. O Brasil não poupará esforços para evitar a escalada do conflito e para conseguir a criação de um corredor humanitário”, disse.
Israel tem imposto um cerco total a Gaza e submetido o território a um intenso bombardeio. O país prometeu aniquilar o Hamas após o grupo militante islâmico matar 1.400 pessoas e fazer cerca de 200 reféns em ataque a Israel no dia 7 de outubro. Autoridades palestinas dizem que mais de 3.000 palestinos foram mortos desde então.
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A tensão na região sofreu uma escalada na terça-feira, após o bombardeio ao hospital Al-Ahli al-Arabi em Gaza, deixando centenas de mortos e feridos. Também suscitou protestos na Cisjordânia ocupada e em toda a região, inclusive na Jordânia e na Turquia, além de provocar críticas de países ocidentais e árabes.
O incidente teve impacto, ainda, na viagem do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, para a região nesta quarta-feira, para se reunir com autoridades israelenses e árabes — que cancelaram as agendas com o norte-americano após a explosão no hospital.
Autoridades palestinas afirmam que o ataque aéreo ao hospital partiu dos israelenses. Israel, por outro lado, sustenta que a explosão foi causada por falha em lançamento de foguete do grupo militante palestino Jihad Islâmica, que negou a responsabilidade.