Setor de serviços cresce 0,9% em março, diz IBGE, acima do esperado

Ante março de 2022, o setor mostrou crescimento de 6,3%, na 25ª alta seguida; no acumulado no 1° trimestre, setor cresceu 5,8%

Roberto de Lira

Refeição fora de casa (Getty Images)
Refeição fora de casa (Getty Images)

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O volume de serviços no Brasil cresceu 0,9% em março ante fevereiro, na série com ajuste sazonal. Ante março de 2022, o setor mostrou crescimento de 6,3%, na 25ª alta seguida, segundo dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgados nesta terça-feira (16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O desempenho do setor em março foi maior que o projetado pelo consenso Refinitiv, que previa alta de 0,6% na comparação mensal e de 4,6% na leitura ante março de 2022.

No indicador acumulado no primeiro trimestre deste ano, o volume de serviços teve expansão de 5,8% frente a igual período de 2022. Já no acumulado dos últimos doze meses, a alta foi de 7,4%.

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A expansão de 0,9% do volume de serviços em março de 2023 foi acompanhada por três das cinco atividades investigadas, com destaque para o setor de transportes (3,6%) e o de serviços profissionais, administrativos e complementares (2,6%).

O primeiro acumulou ganho de 7,0% em fevereiro e março de 2023 enquanto o segundo recuperou parte da perda de 3,4% acumulada nos dois primeiros meses do ano.

Também foi registrado avanço no mês nos serviços de informação e comunicação (0,2%) que agora acumula alta de 2,5% nos três primeiros meses do ano, após uma queda acumulada de 2,3% nos dois últimos meses de 2022.

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As influências negativas do mês vieram de serviços prestados às famílias (-1,7%) e os outros serviços (-0,6%), com a primeira atividade alcançando o segundo revés seguido, com perda acumulada de 2,5%. O último segmento, no entanto, eliminou o ganho (0,4%) observado em fevereiro.

Segundo o IBGE, a média móvel trimestral mostrou queda de 0,5% no trimestre encerrado em março de 2023 frente ao mês anterior, encerrando 16 meses de taxas positivas registradas desde novembro de 2021.

Entre os setores, ainda na série com ajuste sazonal, três das cinco atividades recuaram frente ao nível do trimestre terminado em fevereiro: serviços prestados às famílias (-0,8%); profissionais, administrativos e complementares (-0,3%) e outros serviços (-3,2%). Por outro lado, transportes (0,8%) e informação e comunicação (0,8%) tiveram taxas positivas.

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Ante março de 2022, houve altas em quatro das cinco atividades e em 57,8% dos 166 tipos de serviços investigados.

As principais contribuições positivas vieram do setor de transportes, de serviços auxiliares aos transportes e correio (8,5%) e de informação e comunicação (6,5%). Os demais avanços vieram dos serviços profissionais, administrativos e complementares (5,5%) e dos serviços prestados às famílias (3,7%). Já o setor de outros serviços (0,0%) mostrou estabilidade.

Regiões

Em março, o volume de serviços cresceu em 24 das 27 Unidades da Federação em relação a fevereiro. Os impactos positivos mais importantes vieram de São Paulo (1,8%) e Rio de Janeiro (2,8%), Minas Gerais (3,2%), Santa Catarina (5,9%) e Rio Grande do Sul (2,8%).

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Já as principais influências negativas vieram de Pernambuco (-2,3%), Mato Grosso (-1,9%) e Amapá (-1,7%).

Ante março de 2022, o avanço do volume de serviços no Brasil (6,3%) foi acompanhado por 26 dos 27 Estados. A principal contribuição positiva ficou com São Paulo (3,4%), seguido por Rio de Janeiro (9,5%), Paraná (11,4%), Minas Gerais (7,3%), e Santa Catarina (14,0%).

Em sentido oposto, Distrito Federal (-0,6%) assinalou o único resultado negativo do mês.

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No acumulado do primeiro trimestre, frente a igual período de 2022, o avanço do volume de serviços no Brasil se deu de forma disseminada entre os locais investigados, já que todas as 27 UFs também mostraram expansão na receita real de serviços.

O principal impacto positivo em termos regionais ocorreu em São Paulo (3,3%), seguido por Rio de Janeiro (8,0%), Minas Gerais (8,9%), Paraná (11,1%) e Rio Grande do Sul (8,1%).

Turismo

Em março de 2023, o índice de atividades turísticas teve variação de +0,1% frente ao mês imediatamente anterior, após registrar queda de 1,3% em fevereiro. Com isso, o segmento de turismo se encontra 1,4% acima do patamar de fevereiro de 2020 e 5,9% abaixo do ponto mais alto da série, alcançado em fevereiro de 2014.

Regionalmente, apenas quatro dos 12 locais pesquisados apresentaram variação positiva, sendo a influência mais relevante vindo de Minas Gerais (2,2%), seguido por São Paulo (0,4%), Paraná (2,6%) e Bahia (1,8%).

Em sentido oposto, Rio de Janeiro (-3,3%), Rio Grande do Sul (-5,5%) e Distrito Federal (-3,6%) assinalaram os principais recuos em termos regionais.

Frente a março de 2022, o volume de atividades turísticas no Brasil cresceu 6,6%, na 24ª taxa positiva seguida, sendo impulsionado, principalmente, pelo aumento na receita nos ramos de locação de automóveis, restaurantes, agências de viagens, hotéis, serviços de bufê, rodoviário coletivo de passageiros e atividades de artes cênicas e espetáculos.

Houve altas em nove das 12 Estados onde o indicador é investigado, com destaque para São Paulo (4,7%), Minas Gerais (23,2%), Paraná (17,4%) e Bahia (12,1%).

Já variações negativas foram em Pernambuco (-1,2%), Rio Grande do Sul (-0,2) e Espírito Santo (-0,1%).

No acumulado do ano, o agregado especial de atividades turísticas cresceu 11,1% frente a igual período de 2022, impulsionado pelos aumentos de receita nos ramos de locação de automóveis, restaurantes, hotéis, agências de viagens, transporte rodoviário coletivo de passageiros e serviços de bufê.

Houve altas nos 12 locais investigados, com destaque para São Paulo (10,6%), Minas Gerais (24,3%), Rio de Janeiro (7,0%), Bahia (15,6%), Paraná (17,6%) e Santa Catarina (15,6%).

Transportes

Em março de 2023, o volume de transporte de passageiros no Brasil recuou 3,3% frente a fevereiro, na série com ajuste sazonal, após avanço de 2,4% em fevereiro. O segmento encontra-se 1,0% acima do nível de fevereiro de 2020 (pré-pandemia) e 22,0% abaixo de fevereiro de 2014 (ponto mais alto da série histórica).

Por sua vez, o volume do transporte de cargas cresceu 4,7%, acumulando ganhos de 7,7% nos dois últimos meses após a perda de 2,7% em janeiro.

Assim, o segmento alcança neste mês o ponto mais alto da série, anteriormente verificado em agosto de 2022. Além disso, transporte de cargas está 39,5% acima de fevereiro de 2020.

Na comparação com março de 2022, o transporte de passageiros assinalou a 24ª taxa positiva seguida ao avançar 3,5% em março de 2023, enquanto o transporte de cargas, no mesmo confronto, cresceu 14,8%, registrando, assim, o 31º resultado positivo consecutivo.

No acumulado do primeiro tri de 2023, o transporte de passageiros cresceu 7,0% frente a igual período de 2022, enquanto o de cargas avançou 11,6% no mesmo intervalo investigado.