Simples e espontâneo: o storytelling que toca os corações

Cofundador de portal de conteúdo positivo explica no episódio 35 do podcast Aqui Se Faz, Aqui Se Doa como sua equipe faz para contar histórias

Rodolfo Stipp Martino

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Contar uma boa história tem o poder de gerar engajamento e inspirar doações. Mas qual é a técnica utilizada em um storytelling para ter sucesso e resultar em impacto social?

Ao acompanhar o 35° episódio do podcast Aqui Se Faz, Aqui Se Doa, o ouvinte conhecerá um pouco de como esse processo é feito pelos integrantes do Razões para Acreditar, um portal de conteúdo positivo que vem obtendo enorme êxito.

A espontaneidade marca o que produzem, e o alcance do trabalho é muito alto: são mais de 5 milhões de seguidores entre diferentes plataformas, com cerca de 20 milhões de interações mensais com os posts.

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Além de disseminar histórias do bem, eles também mantêm um sistema de vaquinha online, a Voaa, e lançam as próprias campanhas para ajudar a transformar os casos que descrevem.

A plataforma, que está há pouco mais de um ano e meio no ar, estima que até fevereiro de 2021 já tenha arrecadado RS$ 17 milhões.

Um dos fundadores do Razões para Acreditar e da Voaa, Marcelo Martins declarou que, com o grande alcance conquistado, muitas histórias são sugeridas a eles. A equipe recebe as ideias e faz um trabalho de curadoria e de averiguação, checando, por exemplo, se não são fake news. Passado por esse filtro, eles analisam se vale a pena ser publicado.

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Segundo Martins, não há uma fórmula especial para fazer com que o storytelling mexa realmente com as pessoas e que se traduza em mais doações para as campanhas. Porém, destacou que eles procuram explicar resumidamente os casos de forma transparente, sem mascarar a verdade.

“O doador precisa entender para onde vai aquele dinheiro e o que impulsionou a Voaa a trazer a história para dentro de uma plataforma de doação. Esse é o caminho, e o storytelling é isso. É poder contar, com verdade, a história de uma forma muito objetiva e simples”, disse ao Aqui Se Faz, Aqui Se Doa, podcast produzido pelo Instituto MOL e pelo Movimento Bem Maior, com o apoio do InfoMoney (ouça aqui).

“Todos os nossos textos são feitos de uma forma muito simples e é dessa forma que a gente consegue atingir o coração de cada um”, continuou.

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Uma das histórias que gerou enorme repercussão foi a do menino João Bernardo, que, aos 9 anos, negociou a compra de uma casa para a mãe ao ver um anúncio no site OLX. Seu pai tinha morrido e, percebendo que a mãe tinha dificuldade em pagar o aluguel, o garoto trocou mensagens com um vendedor fazendo a oferta para comprar em parcelas mensais de R$ 50 uma casa de R$110 mil.

A mãe do menino publicou essa “negociação” na rede social, os posts viralizaram e o caso virou tema de uma campanha na Voaa. No dia seguinte ao lançamento da arrecadação, a meta estipulada foi batida.

“As pessoas ficaram super impressionadas com a atitude dele, com esse valor emocional que ele trouxe para história dele e da família. Isso fez com que a vaquinha dele bombasse”, afirmou Martins. “São essas histórias que instigam as pessoas e que fazem as pessoas a contribuir. Não é necessariamente o nível de pobreza ou o de necessidade.”

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O resultado da campanha surpreendeu a mãe do garoto, Daiana Campiolo. Ela fez questão de agradecer, durante a entrevista ao podcast, a todos que contribuíram para a compra da casa.

“Todos os dias estou dentro da minha casa e fico agradecendo. Eu ainda acho que estou vivendo um sonho, não caiu a ficha até hoje. Então, quero dizer que nós estamos muito felizes e vamos ser gratos a vocês (apoiadores) para sempre”, afirmou.

O Aqui Se Faz, Aqui Se Doa também noticiou que o Razões para Acreditar e a Editora MOL viraram sócios. E o produto de estreia é o livro “O Que Eu Aprendi Até Agora”, uma coleção de 50 postais ilustrados com conselhos de pessoas que já viveram mais de 50 anos. Para cada unidade vendida, um livro infantil será doado para crianças apoiadas pela Voaa e por ONGs parceiras da MOL. Veja mais aqui.