Taxa de desemprego cai para 8,1% em novembro, dentro do esperado pelo mercado

Número de desempregados caiu para 8,7 milhões, o menor contingente desde o trimestre terminado em junho de 2015

Roberto de Lira

Fila em busca de emprego no Rio de Janeiro (Foto: Mario Tama/Getty Images)
Fila em busca de emprego no Rio de Janeiro (Foto: Mario Tama/Getty Images)

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A taxa de desemprego no Brasil caiu para 8,1% no trimestre móvel encerrado em novembro, uma queda de 0,9 ponto ante os três meses anteriores. Em outubro, a taxa estava em 8,3%. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) e foram divulgados nesta quinta-feira (19) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O dado ficou dentro do esperado pelo mercado, que previa uma taxa de desocupação exatamente de 8,1%, segundo o consenso Refinitiv.

O número de desempregados caiu para 8,7 milhões, o menor contingente desde o trimestre terminado em junho de 2015. São 953 mil pessoas a menos em busca de emprego no país (-9,8%).

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A taxa de desocupação vem caindo de forma significativa há seis trimestres móveis consecutivos. De acordo com a coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE, Adriana Beringuy, a retração no trimestre encerrado em novembro é explicada pelo aumento de 0,7% na ocupação no período, que novamente atingiu o maior nível da série histórica da pesquisa, iniciada em 2012.

Esse percentual equivale a um acréscimo de 680 mil pessoas no mercado de trabalho.

Para Beringuy, as quedas sucessivas na taxa de desocupação também foram um reflexo do aumento no número de ocupados, em um movimento de recuperação do mercado de trabalho observado desde 2021.

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“A partir desse momento, houve essa expansão da população ocupada, primeiramente dos trabalhadores informais e, depois, do emprego com carteira assinada nos mais diversos grupamentos de atividades, como comércio e indústria. Mais recentemente, também houve aumento nos serviços, que exercem um papel importante na recuperação da população ocupada no país”, destacou.

Com e sem carteira

O principal impacto para o aumento da ocupação no trimestre encerrado em novembro veio da categoria de empregados com carteira assinada no setor privado, que ampliou o contingente em 2,3% (ou 817 mil pessoas a mais). No ano, o contingente de trabalhadores com carteira no setor privado se expandiu 7,5%, um crescimento de 2,6 milhões de pessoas.

“Desde o segundo semestre de 2021, observamos o crescimento dessa categoria. É um registro importante, uma vez que não apenas indica o aumento do número de trabalhadores, mas também sinaliza a redução na informalidade da população ocupada”, disse a coordenadora.

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Por outro lado, o número de empregados sem carteira no setor privado ficou estável frente ao trimestre anterior. Esse contingente representava, no trimestre até novembro, 13,3 milhões de pessoas. Quando comparado ao mesmo trimestre do ano anterior, houve aumento de 9,3% (ou 1,1 milhão de pessoas).

Outra categoria representativa dentro do mercado de trabalho informal é a dos empregadores sem CNPJ, que ficaram estáveis frente ao trimestre anterior e ao mesmo período de 2021. Já o número de trabalhadores por conta própria sem CNPJ caiu 2,9% frente ao trimestre anterior (menos 563 mil pessoas) e 4,1% em relação ao trimestre terminado em novembro de 2021 (menos 796 mil).

Quando considerados os empregadores como um todo, somados formais e informais, a categoria ficou estável frente aos três meses anteriores, mas cresceu 12,0% em relação ao mesmo período de 2021. Esse número foi impactado sobretudo pelo crescimento de 12,5% no número de empregadores com CNPJ, o que equivale a 389 mil pessoas.

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Com o aumento do número de trabalhadores, o nível da ocupação, percentual de ocupados na população em idade de trabalhar, foi estimado em 57,4%, uma variação de 0,3 ponto porcentual ante o trimestre anterior (57,1%).

Desalentados

A população fora da força de trabalho cresceu 1,0% no trimestre, o que representa 660 mil pessoas a mais. Já entre os que formam a força de trabalho potencial, houve uma redução de 454 mil pessoas (-5,8%). Essa categoria reúne aqueles que não estavam ocupados nem procuravam uma vaga no mercado, mas tinham potencial para se transformarem em força de trabalho.

No mesmo período, os desalentados foram estimados em 4,1 milhões. Houve redução de 4,8% frente ao último trimestre (ou menos 203 mil pessoas).

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Setores

Em relação aos grupamentos de atividades investigados pela pesquisa, houve aumento no contingente de trabalhadores dos setores de Informação, Comunicação e Atividades Financeiras, Imobiliárias, Profissionais e Administrativas (2,6%, ou mais 307 mil pessoas) e Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (1,8%, ou mais 319 mil pessoas). Na última categoria, os segmentos de saúde e educação se destacaram no avanço da ocupação.

O setor comercial, que costuma oferecer mais oportunidades de trabalho com a proximidade das festas de fim de ano, foi um dos que não avançaram significativamente na comparação com o trimestre anterior. Além do comércio, os outros grupamentos de atividades pesquisados também ficaram estáveis no trimestre.

Rendimento

O rendimento médio real foi estimado em R$ 2.787, um aumento de 3,0% em relação ao trimestre encerrado em agosto. Quando comparado ao mesmo trimestre do ano anterior, o crescimento foi de 7,1%.

A massa de rendimento também cresceu nas duas comparações e chegou a R$ 273 bilhões, novamente atingindo um recorde na série histórica da pesquisa. Frente ao trimestre anterior, o aumento foi de 3,8%, ou mais R$10,1 bilhões.

“A massa de rendimento vem crescendo ao longo do ano. No trimestre encerrado em novembro, o crescimento foi influenciado simultaneamente pela expansão no número de trabalhadores e pelo aumento do rendimento médio real”, destacou Beringuy. Na comparação com o mesmo trimestre de 2021, houve aumento de 13,0%, um acréscimo de R$ 31,4 bilhões.