Taxa de desocupação sobe para 8,8% no 1° trimestre de 2023, diz IBGE

Segundo a PNAD Contínua, número de pessoas ocupadas chegou a 97,8 milhões no 1° tri, uma queda de 1,6% ante o trimestre anterior

Roberto de Lira

Mutirão do emprego em SP
Mutirão do emprego em SP

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A taxa de desocupação no Brasil subiu de 7,9% no quarto trimestre de 2022 para 8,8% no primeiro trimestre de 2023, conforme dados divulgados nesta quinta-feira pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A queda foi maior, de 2,4 pontos percentuais na comparação com o primeiro trimestre de 2022, quando a taxa estava em 11,1%.

No País, o número de pessoas ocupadas chegou a 97,8 milhões no primeiro trimestre, uma queda de 1,6% em relação ao quarto trimestre de 2022, o que representa menos 1,5 milhão de pessoas no mercado de trabalho.

Esse contingente era composto por 68,5% de empregados, 4,3% de empregadores, 25,8% de pessoas que trabalharam por conta própria e 1,5% de trabalhadores familiares auxiliares.

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De acordo com Alessandra Brito, a analista da pesquisa, o aumento da desocupação e a queda da ocupação, de forma simultânea no trimestre, resultaram no crescimento da taxa de desocupação nas grandes regiões, assim como ocorreu no resultado nacional.

“Após um ano de 2022 de recuperação do mercado de trabalho pós-pandemia, em 2023, parece que o movimento sazonal de aumento da desocupação no começo do ano está voltando ao padrão da série histórica”, explicou em nota.

A taxa de desocupação por sexo foi de 7,2% para os homens e 10,8% para as mulheres no primeiro trimestre de 2023. Já a taxa de desocupação por cor ou raça ficou abaixo da média nacional (8,8%) para os brancos (6,8%) e acima para os pretos (11,3%) e pardos (10,1%).

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Na comparação por nível de instrução, a desocupação para as pessoas com ensino médio incompleto (15,2%) foi maior que as dos demais níveis de instrução analisados. Para as pessoas com nível superior incompleto, a taxa foi de 9,2%, mais que o dobro da verificada para o nível superior completo (4,5%).

No primeiro trimestre do ano, o Nordeste seguiu com a maior taxa de desocupação entre as regiões, enquanto o Sul (5,0%) teve a menor. As maiores taxas de desocupação foram observadas na Bahia (14,4%), Pernambuco (14,1%) e Amapá (12,2%). As menores taxas fora as de Rondônia (3,2%), Santa Catarina (3,8%) e Mato Grosso (4,5%).

Para a analista, essa diferença entre os estados está ligada à informalidade. “Bahia e Pernambuco, bem como a região Nordeste como um todo, têm um peso maior de trabalho informal, o que torna a inserção no mercado de trabalho mais volátil, podendo gerar pressão de procura por trabalho, o que se reflete numa maior taxa de desocupação, se comparado à taxa para o Brasil”, disse.

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Rendimento médio

O rendimento médio habitual no País foi estimado em R$ 2.880, ficando estável na comparação com o trimestre anterior. Entre as grandes regiões, apenas o Nordeste (R$1.979) registrou aumento nesse tipo de rendimento, enquanto as demais ficaram estáveis. Ainda assim, a região segue com o menor rendimento médio.

A massa de rendimento, que é a soma dos rendimentos brutos recebidos por todas as pessoas ocupadas, também ficou estável no trimestre e foi estimada em R$ 277,2 bilhões. Na comparação com o primeiro trimestre do ano passado (R$ 250,2 bilhões), houve crescimento desse indicador.