O que faz um analista de investimento?
O analista é o profissional que fornece suporte ao investidor. Auxilia na tomada de decisão e depois sugere mudanças de rota, de papel e produtos, quando julgar necessário. A partir da análise das condições da economia, do horizonte para o setor e dos números divulgados nos balanços das empresas, os analistas fazem projeções do preço-justo de um papel e, comparando-o com a cotação atual, produzem recomendações de compra, venda ou manutenção.
Análise técnica x Análise fundamentalista
Há dois tipos diferentes de analistas: os analistas técnicos e os analistas fundamentalistas. Os técnicos utilizam como premissa o estudo da análise técnica (ou análise gráfica) para realizar suas avaliações e indicar suas recomendações de compra ou venda de ações. Já o analista fundamentalista se apoia nos fundamentos da empresa, isto é, faz a análise dos resultados divulgados pela empresa e compara métricas operacionais e financeiras destas empresas com a média do setor (ou a média histórica da própria empresa) para chegar à conclusão de se esta ação está cara ou barata.
Normalmente, a análise técnica tem objetivo de curto prazo, com as recomendações durando dias ou até mesmo algumas horas. Já a análise fundamentalista tem um viés mais assertivo para o longo prazo, com recomendações focadas em semanas, meses ou anos.
Quem quiser se tornar analista fundamentalista precisa tirar a certificação CNPI. Já o analista técnico precisa tirar a certificação CNPI-T. O analista que tirar as duas certificações torna-se analista sênior, com CNPI-P.
Formação
O analista não necessariamente precisa ser economista, mas precisa fazer um curso e ser aprovado para se tornar analista. Ambas exigem uma certificação que será recebida após a aprovação em uma prova com questões referentes a formação que você deseja obter.
Os exames são oferecidos pela Apimec, em geral em tempo contínuo, e são realizados nos Centros de Testes da FGV distribuídos em praticamente todo território nacional. Antes de tirar qualquer um dos dois certificados, o candidato precisa fazer uma prova chamada Conteúdo Brasileiro (CB). Aprovada nessa primeira prova, ele terá o prazo de 12 meses, contados da data da realização do primeiro exame, para ser aprovado no outro exame. A perda deste prazo implicará em nova inscrição e aprovação nos exames.
Para obtenção da certificação o profissional deve ser aprovado nos seguintes exames:
- CB – Conteúdo Brasileiro – fase comum para o analista fundamentalista, técnico e pleno.
Uma prova de duas horas de duração com 60 questões de múltipla escolha contendo as seguintes matérias: Sistema Financeiro Nacional, Mercado de Capitais, Mercado de Renda Fixa, Mercado de Derivativos, Conceitos Econômicos, Ética e Relacionamento, Governança Corporativa.
- CG1 – Conteúdo Global 1 – fase para o analista fundamentalista.
Uma prova de duas horas de duração com 60 questões de múltipla escolha contendo as seguintes matérias:
- Análise e Avaliação de Ações e Finanças Corporativas: 30 questões;
- Contabilidade Financeira e Análise de Relatórios Financeiros: 30 questões
- CT1 – Conteúdo Técnico 1 – fase para o analista técnico.
Uma prova de duas horas de duração com 60 questões de múltipla escolha contendo as seguintes matérias: Princípios de Análise Técnica; Dow, Elliott, Fibonacci e Candle Stick; Retas, Tendências e Médias móveis; Stop, Suporte e Resistência; Volume & Contratos em Aberto.
Acompanhar cenários, preço de commodity, até política internacional são algumas das tarefas do analista, que precisa estar sempre bem informado para poder fazer a análise mais precisa aos seus clientes.
Média salarial
Um analista júnior ganha em torno de R$ 4 mil, um com nível intermediário ganha R$12 mil e um analista sênior acima de R$25 mil. Mas esse mercado funciona como qualquer outro, quanto melhor o analista mais ele ganha. E mesmo um analista jovem, caso ele tenha um índice de acerto muito alto muito poderá ganhar mais do que um com mais tempo de profissão.
Vale lembrar que o analista é proibido de operar assim que imite uma recomendação. Não podendo operar nem 10 dias antes nem cinco dias após fazer o aconselhamento ao seu cliente. De certa forma ele não pode se aproveitar do que ele estudou em benefício próprio.
Mercado
Para o mercado de renda variável o cenário não está muito favorável. Apesar disso, com a evolução do mercado e aumento da complexidade das operações, os analistas tiverem que se especializar mais e ganharam mais valor.
Mas a principal mudança ocorreu nos últimos cinco anos, quando os analistas passarem a ter uma atitude mais ativa. Antes o cliente ou o assessor de investimentos pedia para o analista fazer análises do cenário e ele fazia o estudo e repassava. Com o desenvolvimento da internet e das possibilidades de divulgação de conteúdo, o analista passou a ir até o cliente. E isso exige ainda mais do profissional que precisa estar cada vez mais informado e antenado naquilo que ocorre no mercado, na economia em geral e até mesmo na política.
O cliente espera receber as recomendações antes de tomar a decisão, e isso exige um trabalho muito maior porque o analista precisa ficar sempre à procura das melhores opções, de novas possibilidades de investimento para repassar ao cliente.
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