Cada vez mais, a diversificação internacional se torna acessível e necessária, especialmente para quem busca mais alternativas de investimentos e, ao mesmo tempo, deseja mitigar o risco-país do patrimônio.
Neste contexto, é muito importante conhecer os principais mercados financeiros do mundo, bem como seus principais índices. Entre os mais importantes – como S&P 500, Dow Jones e MCSI – está o FTSE 100, um dos mais famosos da Bolsa de Valores de Londres.
Neste guia, mostraremos como funciona e qual a importância desse índice, como se pode investir nele e quais outros índices europeus são igualmente representativos no mercado internacional. Portanto, se você está em busca de mais conhecimento sobre investimentos no exterior, continue a leitura.
O que é o índice FTSE 100?
Também conhecido como TF 100, UK 100 Index ou, simplesmente, Footsie, o FTSE 100 é o principal índice do mercado acionário britânico. Ele foi criado em 1984, com a união do Financial Times de Londres e da London Stock Exchange (LSE), a bolsa londrina, sendo essa a origem de seu nome.
O Footsie – como é conhecido popularmente – representa as 100 maiores empresas listadas na Bolsa de Valores de Londres. Somadas, essas companhias (que podem ser britânicas ou não) representam 80% do valor de mercado de todas as ações negociadas na LSE.
Para fins de comparação, o Footsie é o equivalente ao nosso Ibovespa, principal índice da B3, a bolsa brasileira. Ou seja, ele é o que melhor representa as blue chips da bolsa de Londres.
Nomes como Astrazeneca, Shell, HSBC, Unilever, Diageo, Rio Tinto, British American Tobacco, LLoyds Group e outros gigantes fazem parte da composição do FTSE 100. A lista completa de empresas, você pode acessar diretamente no site da London Stock Exchange.
Como esse índice funciona?
O FTSE 100 foi criado em um nível básico de 1000 pontos, atendendo à demanda do mercado financeiro por um índice que tivesse atualização constante. A cada 15 segundos, o preço desse indicador é reportado, desde a abertura do mercado, às 8h da manhã no horário local, até o encerramento, às 16h30.
As quedas e altas do índice são medidas em relação ao fechamento do mercado do dia anterior. Em outras palavras, quando o Footsie cai, significa que as gigantes da LSE perderam valor. Por outro lado, quando ele fecha em alta, isso quer dizer que as companhias que o compõem se valorizaram no pregão.
O índice sofre revisões periódicas, que ocorrem a cada três meses, sempre na primeira sexta-feira de março, junho, setembro e dezembro. Quando isso acontece, novas empresas podem ser indexadas ao FTSE 100, assim como algumas podem ser excluídas de sua composição.
Quem realiza essas atualizações é o FTSE Group, empresa subsidiária da bolsa de Londres responsável por manter o índice.
Assim como ocorre com outros índices acionários, o cálculo do Footsie estabelece a representatividade das ações de acordo com a ponderação entre preço e volume livre para negociação (free float). Ou seja, quanto mais alto o preço de uma ação e maior a quantidade em circulação, mais importante ela será no índice.
Qual a importância do FTSE 100?
Como vimos, o Footsie representa as ações mais relevantes da bolsa londrina, que, por sua vez, possui mais de 2000 companhias listadas. Na prática, os setores mais representativos da economia global participam da composição do índice.
Além disso, é importante observar que muitas dessas empresas são multinacionais, com sede fora do Reino Unido. Isso faz com que o FTSE 100 seja muito sensível a eventos econômicos e políticos que acontecem não só na Grã-Bretanha, mas também ao redor do mundo.
Variações do FTSE
O FTSE 100 deu origem ao índice FTSE 250, que reúne as 250 maiores companhias listadas na LSE depois das 100 principais. Ou seja, essa variação contempla as empresas classificadas do 101° ao 350° lugar no ranking de capitalização de mercado da bolsa britânica.
Há também o FTSE 350, formado pela união dos dois índices anteriores. Dessa forma, ele representa as 350 maiores companhias listadas na bolsa de Londres.
Representando as empresas de menor capitalização, temos o FTSE SmallCap Index, que contempla as posições que vão do 351° ao 619° na ordem de capitalização de mercado. Por fim, o mais antigo e abrangente índice da série, o FTSE All-Share, é composto pelo somatório de todos os três, e reflete praticamente a totalidade do mercado acionário britânico.
Outros índices europeus importantes
Além da London Stock Exchange, outras bolsas europeias que estão entre as maiores e mais importantes do mundo são a de Frankfurt e a Euronext. A seguir, veja os principais índices que cada uma delas calcula.
Bolsa de Frankfurt
A Bolsa de Frankfurt é mais conhecida no mercado financeiro mundial pelo seu principal índice: o DAX 30, que representa as 30 maiores companhias negociadas em seus pregões.
Esse índice contempla gigantes alemãs de diversos segmentos, como Adidas, Airbus Group, Basf, Bayer, Mercedes-Benz, Merk, Siemens, entre outras.
Euronext
A Euronext (European New Exchange Technology) teve origem no ano de 2000, resultado da fusão entre as bolsas francesa, holandesa e belga. Em 2002, adquiriu a LIFFE (bolsa de opções e futuros inglesa) e a Bolsa de Portugal.
Já em 2007, ocorreu a fusão de suas atividades com a Bolsa de Nova York (NYSE), o que deu origem à NYSE Euronext. Em 2013, foi comprada pela Intercontinental Exchange, até que, depois de uma nova oferta pública, voltou a ser independente em 2014.
Entre os principais índices da Euronext, destacam-se:
Euronext 100: representa as 100 empresas mais negociadas e com maior capitalização.
AEX: composto pelas 25 ações de companhias holandesas mais negociadas na Euronext.
CAC 40: reúne as 40 empresas mais negociadas da França.
BEL 20: principal índice da bolsa Euronext Bruxelas, sua composição contempla no mínimo 10 e no máximo 20 empresas, selecionadas de acordo com sua capitalização de mercado.
PSI 20: principal índice do mercado acionário português, representa as 20 companhias de maior capitalização.
Como investir no FTSE 100?
Na verdade, não há como investir diretamente no FTSE 100, pois, como vimos, ele é um índice do mercado acionário internacional, e não um ativo em si. No entanto, é possível acompanhar a performance do índice investindo em cotas de um ETF referenciado no FTSE 100.
O investidor também pode optar por comprar diretamente as ações. Mas isso seria bem mais custoso e nada prático, pois trata-se de 100 empresas, e, para replicar o índice, seria preciso comprá-las na mesma proporção que cada uma representa na sua composição. Por isso, os ETFs são uma alternativa mais simples.