14 ações caem mais de 15% em maio e ação fora do Ibovespa sobe 100%; veja destaque do mês

Enquanto o principal índice da Bolsa afundou 10% no mês encerrado hoje, apenas 3 ações registraram ganhos de mais 10%

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Em um mês marcado pelo afastamento da presidente Dilma Rousseff e a entrada de Michel Temer na presidência, a indefinição do cenário político com a demora por novas medidas – e a dificuldade que o novo governo terá em aprová-las – fez com que o mercado registrasse forte queda em maio, caindo 10,09%, aos 48.471 pontos. Neste cenário, 14 ações do Ibovespa registraram queda de mais de 15%, enquanto apenas 3 papéis subiram mais de 10%, sendo que nenhum ativo teve ganho de mais de 16%.

Na ponta negativa, o destaque ficou para todo o setor de siderurgia e a mineradora Vale (VALE3; VALE5), que ficaram nas piores posições do mês. A CSN (CSNA3) registrou perdas de 50,23% em maio, ficando cotada a R$ 6,54. Na sequência ficaram as ações da Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 1,93, -33,68%), Usiminas (USIM5, R$ 1,67, -33,20%) e Gerdau (GGBR4, R$ 5,57, -28,68%). Já a Vale, viu suas ações ordinárias caírem 27,78%, cotadas a R$ 14,22, ao passo que os papéis preferenciais recuaram 28,59%, para R$ 11,24.

Ajudando na pressão sobre o Ibovespa, as ações dos estatais Banco do Brasil (BBAS3) e Petrobras (PETR3; PETR4) também caíram mais de 20%. O banco viu seus papéis recuarem 24,92%, cotados a R$ 16,47. Enquanto isso, as ações ordinárias da petrolífera caíram 23,29%, a R$ 10,18, enquanto as preferenciais tiveram desvalorização de 21,41%, cotadas a R$ 8,04.

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Para conferir o desempenho de todas as ações em maio, clique aqui e acesse a ferramenta Altas e Baixas do InfoMoney.

Maiores altas do mês
Já entre as maiores altas, destaque para papéis ligados ao dólar, como Suzano (SUZB5) e Fibria (FIBR3) que subiram 11,65% e 9,94%, respectivamente, a R$ 14,66 e R$ 33,40. Porém, a maior alta de maio ficou com a JBS (JBSS3, R$ 10,00, +15,81%), que subiu forte após o anúncio de sua reestruturação, que prevê a criação de uma nova empresa com sede na Irlanda e listada na bolsa de valores de Nova York.

Batizada de JBS Foods International, a companhia vai incorporar os negócios do JBS S/A no exterior e a Seara Alimentos. As unidades de carne bovina no Brasil, biodiesel, colágeno, a transportadora do grupo e a divisão global de couros permanecem sob a estrutura do JBS S/A, que passará a se chamar JBS Brasil.

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Porém, o grande destaque positivo veio de fora do Ibovespa, com a Vanguarda Agro (VAGR3) disparando 111,45%, cotada a R$ 12,37 nestes 31 dias. A companhia até agora tem sido a grande favorecida pelas primeiras medidas anunciadas por Temer. Notícias recentes apontam que o governo quer rever o parecer da AGU (Advocacia-Geral da União) de 2010 que suspendeu a possibilidade de estrangeiros comprarem terras no Brasil.

Segundo a equipe de analistas do BTG Pactual, players detentores de terras, caso da Vanguarda Agro, são altamente impactados pois tem a sua capacidade de monetizar as suas terras hoje de forma bastante limitada. “Qualquer mudança nesse sentido é notícia positiva para os players de terras como os citados acima”, disseram.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.