Publicidade
SÃO PAULO – Na terça-feira (3), o Tesouro anunciou a segunda operação de captação externa do ano, que foi considerada um sucesso pelos investidores pelo custo menor e resultado acima do esperado, em um voto de confiança para o Brasil. A captação de US$ 3 bilhões na emissão de bônus em dólares com vencimento em 2028, com o spread dos títulos de 235 pontos-base sobre os Treasuries, enquanto os investidores projetavam 250 pontos-base, comprovou o maior apetite dos estrangeiros pelos títulos brasileiros e o comportamento do CDS (Credit Default Swaps) refletiu muito bem essa percepção.
Por estar correlacionado com inadimplência, o CDS é conhecido como Risco-País, já que a pontuação deste crédito (que representa quanto o mercado exige de retorno para comprar este ativo) está relacionado com a capacidade do Brasil de honrar suas dívidas – quanto mais alta a pontuação, mais arriscado é este título. Um Risco-País baixo, reduz a percepção de risco e altera (positivamente) o humor do investidor estrangeiro, que, como sabemos, é uma fatia importante na B3.
Em vista do anúncio da captação, o CDS de 10 anos do Brasil, que é a referência mais utilizada pelos investidores para medir o “risco calote” dos países, já recua 8 pontos neste mês e está apenas 5 pontos da mínima do ano cravada em 16 de maio em 289 pontos, voltando para os níveis pré “Joesley Day”, quando o mercado foi abatido pela divulgação dos áudios entre o Joesley Batista e Michel Temer.
Continua depois da publicidade
Fonte: Bloomberg
Brasil na rota dos investidores
De acordo com o porta-voz da secretaria do Tesouro, a demanda dos investidores estrangeiros pelos títulos brasileiros foi várias vezes maior que o volume fechado e isso pode puxar a fila das captações corporativas, que já está agitando o mercado. Segundo informações da Bloomberg, Braskem (BRKM5) e Gerdau (GGBR4) estão conversando com investidores a emissão de pelo menos US$ 500 milhões em títulos, ao passo que a empresa de saneamento Aegea conclui emissão no exterior de US$ 400 milhões. Antevendo um maior fluxo de dólares para a economia, a divisa norte-americana acumula a quarta sessão consecutiva de queda e encaminha-se para a faixa de R$ 3,10, lembrando que a mínima do ano, cravada em 23 de fevereiro, foi em R$ 3,05. No mesmo ritmo, os juros futuros com vencimento em janeiro de 2019 e 2021 recuam 3 pontos-base, negociados a 7,27% e 8,81%, respectivamente.