Ação da Usiminas cai 3%, enquanto Klabin avança 3,5% com notícia sobre reajuste de preços; Sanepar tem baixa de 6,4%

Confira os destaques da B3 na sessão desta quarta-feira (30)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A última sessão de 2020 marcou a chegada do Ibovespa à marca histórica dos 120 mil pontos e, apesar de não conseguir sustentar a alta durante a sessão, o índice ainda conseguiu encerrar o ano marcado pela volatilidade com a pandemia do coronavírus com uma modesta alta de 2,92%.

Em uma sessão de baixa de 0,33% para o índice, a maior queda na sessão ficou para a ação da Usiminas (USIM5, R$ 14,61, -3,12%), com os investidores atentos ao movimento das commodities.

Os futuros de minério de ferro de referência na China caíram quase 6% nesta quarta-feira, depois que o país instou a indústria de aço a produzir menos no ano que vem em meio ao esquema de neutralidade de carbono do governo. O Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação pediu ao setor siderúrgico que corte “resolutamente” a produção de aço bruto e garanta uma queda anual em 2021.

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A China, maior produtora de aço do mundo, vem tentando cortar sua capacidade de aço, mas raramente pede aos produtores que reduzam a produção. Os contratos futuros de minério de ferro mais negociados na bolsa de Dalian DCIOcv1, para entrega em maio, fecharam em queda de 3,5%, para 984 iuanes (US$ 150,65) a tonelada, o menor valor em quase três semanas. Durante a sessão, chegou a cair 5,9%, para 959 iuanes por tonelada.

CSN (CSNA3, R$ 31,85, -2,15%) também fechou em queda mas, ainda assim, conquistou o título de ação de maior alta do Ibovespa no ano, com alta de 126%, enquanto Usiminas fechou em alta de quase 55%.

Já o petróleo avançou nesta quarta-feira devido a um dólar mais fraco, uma queda nos estoques dos EUA e após o Reino Unido ter aprovado outra vacina contra o coronavírus, ainda que ambos os contratos de referência devam encerrar 2020 em queda de cerca de 20%.

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Os futuros do petróleo Brent com vencimento em fevereiro de 2021 avançaram 0,48% para US$ 51,34 o barril, tendo começado o ano acima de US$ 66 dólares por barril. Já o petróleo nos EUA também com vencimento em fevereiro subia 0,83% para US$ 48,40, abaixo dos cerca de US$ 62 no início de 2020. A sessão foi de leve alta para a petroleira Petrobras (PETR3, R$ 28,85, +0,63%;PETR4, R$ 28,34, +0,25%), enquanto PetroRio (PRIO3, R$ 70,19, +3,49%) teve alta mais expressivas.

Também entre as altas, a Klabin (KLBN11, R$ 26,47, +3,48%) subiu mais de 3% com notícia de reajuste de preços.

Entre as perdas, mas fora do índice, destaque para as units da Sanepar (SAPR11, R$ 26,00, -6,41%), com queda de mais de 6%, após o reajuste da tarifa de água e esgoto da companhia, suspenso desde setembro, ser redefinido em 5,11%. O aumento na cobrança começará a partir de 5 de fevereiro de 2021 e corresponde ao ano de 2019. De início, o reajuste aprovado pela Agepar no fim de agosto era de 9,62%. A aplicação do índice começaria em outubro. Porém, o Governo do estado suspendeu a aplicação do reajuste em setembro.

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Para reduzir o reajuste da tarifa, a Agepar excluiu provisoriamente a parcela do diferimento referente à revisão tarifária periódica de 2017, que era de 3,4439%. Adicionalmente, houve substituição do Índice Geral de Preços Mercado (IGP-M) pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Conforme o órgão regulador, a retirada provisória da parcela de diferimento será analisada no processo de revisão tarifária que ocorrerá em duas partes, em 2021 e 2022.

“Consideramos tanto o anúncio do reajuste tarifário de 2020 como o cálculo preliminar dos revisão tarifária de 2021 da Sanepar como negativos. Em primeiro lugar, a remoção do componente de diferimento da revisão tarifária de 2017 e a alteração do indexador de IGP-M para IPCA são sinais negativos de intervenção nas tarifas. Em segundo lugar, ainda que não seja possível saber os motivos dos resultados da revisão tarifária estarem abaixo das nossas estimativas, o fato dos números estarem abaixo do que esperávamos nos inspira cautela”, destaca a equipe de análise da XP. Já o Bradesco BBI reduziu a recomendação para as ações depois da decisão da Agepar.

No acumulado de dezembro, em que o Ibovespa fechou em alta de 9,30%, Via Varejo (VVAR3) viu seus papéis caírem 8,96% no mês, fechando a R$ 16,16, sendo seguida pelo Carrefour Brasil (CRFB3), com baixa de 3,58%. Entre as maiores altas, destaque para a alta de PetroRio e CSN, com alta superior a 30% no período, sendo seguidas pelo IRB (IRBR3), que avançou 23,38%.

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Confira os destaques:

Petrobras (PETR3;PETR4)

A Petrobras recebeu a quantia de R$ 232,6 milhões em decorrência de acordo de leniência celebrado entre o Ministério Público Federal (MPF) e a Vitol. Assim, o total de recursos devolvidos para a companhia em decorrência de acordos de colaboração, leniência e repatriações, no âmbito da Operação Lava Jato, ultrapassa o montante de R$ 4,8 bilhões.

A Vitol opera na compra e venda de petróleo e derivados no mercado externo e foi um dos alvos da 57ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada em 05 de dezembro de 2018. O acordo foi homologado em 18 de dezembro de 2020 pela Câmara de Combate à Corrupção do MPF.

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A companhia também informou, que, na qualidade de única acionista, aprovou a redução do capital social de sua subsidiária integral Transpetro no montante de R$ 557 milhões.

A redução do capital foi realizada a valor contábil, sem alterar a quantidade de ações, mediante a entrega à Petrobras, a título de devolução de sua participação no capital social, de bens e direitos referentes aos investimentos realizados pela Transpetro nos ativos arrendados da Petrobras, e que fazem parte do escopo do desinvestimento das refinarias da companhia e seus respectivos ativos logísticos.

“Essa é uma etapa preparatória para o desinvestimento e observa as obrigações estabelecidas no Termo de Compromisso de Cessação (TCC) celebrado com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), em 11/06/2019”, afirmou.

Klabin (KLBN11)

Segundo o banco Credit Suisse, a Klabin informou seus clientes europeus durante a semana do Natal que o novo preço que vai praticar para os embarques feitos a partir de 1° de janeiro de celulose de eucalipto será de US$ 750 por tonelada, alta de US$ 70 por tonelada considerando a mínima de US$ 680 registrada nos últimos meses. Na China, a Klabin informou que o novo preço para janeiro é de US$ 530 por tonelada, alta de US$ 30.

Randon (RAPT4)

A Randon anunciou na terça-feira que concluiu o reconhecimento de receita de R$ 860,8 milhões referentes à vitória num processo tributário no qual pedia a exclusão do ICMS da base de cálculo de PIS/Confins nas notas fiscais.

Desse montante, R$ 82,5 milhões foram reconhecidos ao longo deste ano, enquanto o saldo remanescente de R$ 778,3 milhões comporá o resultado consolidado de 2020, “cujo lucro líquido ajustado será base para o cálculo dos dividendos”.

“A expectativa para compensação dos créditos gira em torno de cinco anos, a depender dos resultados futuros da companhia”, informou a Randon em fato relevante.

O Bradesco BBI afirmou que espera uma resposta positiva do mercado à notícia sobre o crédito tributário obtido pela Randon, que fica acima da estimativa preliminar de entre R$ 485 milhões e R$ 560 milhões.

De acordo com o banco, o valor líquido do crédito pode chegar a R$ 1,50 por ação. O Bradesco manteve avaliação em outperform (expectativa de valorização acima da média do mercado) para a Randon, e ampliou o preço-alvo para R$ 17 para as ações preferenciais (RAPT4), incorporando o crédito tributário, frente os R$ 16 anteriores e os R$ 16,30 de fechamento na terça (29).

Sanepar (SAPR11)

O reajuste da tarifa de água e esgoto da Sanepar, suspenso desde setembro, foi redefinido em 5,11% na terça-feira (29) pela Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados do Paraná (Agepar). A cobrança começará a partir de 5 de fevereiro de 2021.

O reajuste homologado pela agência no fim de agosto deste ano era de 9,62%, sendo que a aplicação do índice começaria em outubro. Porém, o Governo do Paraná – que controla a Sanepar – entrou com pedido para suspender o aumento, que foi aprovado em setembro.

A Agepar também definiu que a Consulta Pública nº 01/2021 referente à primeira fase da Segunda Revisão Tarifária Periódica (2ª RTP) se iniciará no dia no 04 de janeiro de 2021. Os resultados dos estudos preliminares elaborados pela Agepar apontam para a tarifa básica preliminar, a vigorar no próximo ciclo, no valor de R$ 5,3031/m³. O valor representa uma redução de -2,5882% em relação à tarifa que passará a vigorar em 05 de fevereiro de 2021. Nossa expectativa de tarifa em nossas estimativas era de R$5,3679/m³, ou uma elevação de +2,58%;

O Credit Suisse avaliou a tarifa de 5,11% como negativa. O banco ressalta que o ajuste fica abaixo dos 9% requisitados, e está atrasado.

Segundo a XP Investimentos, tanto o anúncio do reajuste tarifário de 2020 como o cálculo preliminar dos revisão tarifária de 2021 da Sanepar são negativos. Em primeiro lugar, a remoção do componente de diferimento da revisão tarifária de 2017 e a alteração do indexador de IGP-M para IPCA são sinais negativos de intervenção nas tarifas. “Em segundo lugar, ainda que não seja possível saber os motivos dos resultados da revisão tarifária estarem abaixo das nossas estimativas, o fato dos números estarem abaixo do que esperávamos nos inspira cautela. Temos recomendação de compra nas ações da Sanepar, mas esperamos reação negativa das ações no pregão de hoje”, destacaram os analistas antes da abertura do mercado.

O Bradesco BBI avaliou que a nova tarifa representa apenas o repasse ao consumidor final da inflação e de mudanças de custos não controláveis, e não inclui a quarta parcela da revisão tarifária referente a 2017.

O banco destaca que a nova tarifa será aplicada apenas em fevereiro de 2021, um novo atraso frente o pazo de outubro de 2020, previsto quando se discutia a possibilidade de estabelecer uma tarifa de 9,62%. Este prazo já representava um atraso de 5 meses.

A Agepar afirma que a perda de receita em 2020 será incluída para análise, como parte da revisão periódica da tarifa no primeiro trimestre de 2021. Mas o Bradesco BBI avalia que o movimento mais recente indica o risco de que, novamente, o repasse na tarifa seja visto como alto demais pela Agepar.

O banco afirma que os cálculos preliminares apresentados pela Agepar para a revisão periódica da tarifa em 2021 parecem não incluir a perda de receita em 2020, apesar de faltarem detalhes.

Na avaliação do Bradesco BBI, a Agepar parece preocupada em não repassar aos consumidores uma tarifa que considere alta demais, “o que nunca é uma boa política ou um bom sinal para investidores”.

O banco reduziu a recomendação para a Sanepar de outperform (expectativa de ganhos acima da média do mercado) para neutra (expectativa de ganhos dentro da média do mercado). O preço-alvo para o ativo PN da companhia (SAPR4) é de R$ 34 em 2021, frente os R$ 27,78 pelos quais os papéis foram negociadas na terça.

O banco acrescenta que os sinais da Agepar podem impactar também o desempenho da Copel (CPLE6), que também é controlada pelo estado do Paraná. Os temores sobre a governança corporativa da empresa podem se tornar um ponto especialmente sensível para a Copel à medida que o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) já anunciou que pretende vender suas ações na empresa, um negócio de cerca de R$ 4 bilhões.

Copel (CPLE6)

Falando sobre Copel, a companhia paranaense de energia anunciou a conclusão do seu Programa de Demissão Incentivada (PDI) na área de Call Center da Copel Distribuição.

Dos 375 empregados elegíveis, 169 aderiram ao programa. O resultado, acrescenta a companhia, representa um custo estimado de R$ 25,3 milhões com indenizações e uma potencial redução de R$ 9 milhões em custos anuais a partir de 2022. De acordo com a Copel, as indenizações estão estimadas em R$ 61,9 milhões. Já o potencial de redução de custos é estimado em R$ 68,1 milhões a partir de 2021, valor que sobe para R$ 77,1 milhões a partir de 2022 – a partir de reflexos do PDI do Call Center.

Emae (EMAE3)

A elétrica paulista Emae informou que seus acionistas aprovaram em assembleia geral extraordinária nesta terça-feira o pagamento de um recorde de cerca de R$ 221,6 milhões em dividendos, mediante reversão parcial de saldo de reserva de lucros. O valor dos dividendos é o maior já pago pela empresa de energia desde ao menos 2009, segundo informações do site da Emae que remetem até essa data.

BR Distribuidora (BRDT3)

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) publicou na terça as metas preliminares para as compras de créditos de descarbonização (CBios) por distribuidoras de combustíveis em 2021, indicando que a BR Distribuidora terá o maior objetivo individual entre as empresas do setor para o ano que vem.

A meta total de comercialização de CBios foi mantida em 24,8 milhões de títulos, conforme projetado pelo governo brasileiro em setembro.

Segundo a resolução da ANP, a BR Distribuidora será responsável pela compra de 6,54 milhões de CBios no ano que vem, o equivalente a 26,3% do total. Cada crédito representa uma tonelada de dióxido de carbono que deixa de ser emitida.

Alper (APER3)

A Alper Consultoria e Corretora de Seguros anunciou na terça o contrato de compra de 100% do capital social da Next Marka Corretora de Seguros, especializada no ramo de seguros agrícolas e seguros corporativos, com sede em Porto Alegre. Em 2020, a empresa movimentou prêmios totais de aproximadamente R$ 35 milhões, afirmou a Alper.

A aquisição tem um valor total estimado de R$ 22,86 milhões. A compra prevê o pagamento de R$ 11,9 milhões à vista, e o restante será pago entre 2022 a 2025 em parcelas anuais. O negócio será submetido a aprovação dos acionistas.

JSL (JSLG3)

A JSL informou que seu conselho de administração aprovou o pagamento de juros sobre o capital próprio no valor bruto total de R$ 15,4 milhões, equivalente a R$ R$ 0,055446188. O pagamento deverá ser realizado em 29 de janeiro.

Simpar (SIMH3)

A Simpar anunciou na terça que a reunião do conselho de administração aprovou o pagamento de juros sobre o capital próprio aos acionistas no valor bruto de R$ 24 milhões, correspondente a R$ 0,116540648 por ação, a serem pagos em 29 de janeiro de 2021.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.