Ação da B3 (B3SA3) chega a cair 6% após resultado abaixo do esperado, com pressão de despesas

Analistas avaliam que juros não devem cair como o esperado em 2023, o que pode prejudicar a operadora da Bolsa

Equipe InfoMoney

(shutterstock)
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As ações da B3 (B3SA3) operaram em forte baixa nesta quinta-feira (16), dia seguinte à divulgação dos resultados da operadora da Bolsa brasileira no quarto trimestre. Os papéis chegaram a cair 6% na mínima do dia, mas conseguiram reduzir perdas. Terminaram o pregão em baixa de 2,07%, a R$ 11,35.

A operadora da Bolsa B3  teve um lucro líquido recorrente de R$ 1,15 bilhão no período, queda de 6,3% ante mesma etapa do ano anterior.

A receita total atingiu R$ 2,5687 bilhões, alta de 5,6% na mesma base de comparação. O consenso Refinitiv apontava para lucro líquido de R$ 1,278 bilhão e receita líquida de R$ 9,288 bilhões.

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O Itaú BBA destaca que as margens foram afetadas por efeitos de sazonais mais fortes e despesas pontuais. Além disso, o impulso da receita parece mais fraco até agora em janeiro, o que deve pesar ainda mais nas expectativas de margem.

Contudo, a casa mantém classificação outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra), com preço-alvo de R$ 16.

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Já o Credit Suisse observa que o lucro líquido recorrente ficou 6% abaixo do consenso, pressionado por despesas operacionais acima do esperado.

Além disso, com volume médio de negociações diárias (ADTV) e volume de negócios abaixo do esperado em janeiro, analistas veem uma piora na recompensa de risco para a B3.

Em uma perspectiva deteriorada dos mercados de capitais, com um cenário de juros altos por mais tempo, destacam risco de queda de estimativas para 2023.

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O banco mantém recomendação neutra e preço-alvo de R$ 14.

Já para a XP, os resultados foram marginalmente positivos. Em mais um trimestre, a B3 foi capaz de manter uma rentabilidade sólida, contando com uma receita mais forte de Balcão e Tecnologia e Serviços, que vem compensando a menor receita de seu segmento listado nos últimos trimestres.

Porém, os analistas avaliam que as maiores despesas operacionais impactaram o lucro e o Ebitda.

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“Esperamos que o balanço da B3 continue pressionado pelo menor ADTV e pelos recentes investimentos em seus negócios ligados à tecnologia (Neoway, Neurotech e Datastock) até que comecem a render frutos”, afirma o analista Matheus Guimarães.

“No entanto, é importante ressaltar que o nível atual de margem Ebitda é semelhante ao nível pré-pandemia, mostrando a resiliência do negócio mesmo em um cenário macroeconômico desafiador”.

A recomendação para a ação é neutra, com preço-alvo de R$ 14.

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A Genial Investimentos ressalta ainda que, apesar do valuation atraente, a possibilidade de juros significativamente mas baixos, que poderia ajudar vários produtos da B3, fica cada vez mais distante, dado a piora das discussões político-econômicas.

Além disso, a Genial observa que a companhia continua a receber intimações relacionadas a disputas judiciais fiscais e improbidade administrativa.

Por fim, em fevereiro, o fundo soberano de Abu Dhabi Mubadala Capital comprou a Americas Trading Group (ATG), um concorrente potencial da B3.

“Sem muitos gatilhos de curto prazo, apesar de gostarmos das iniciativas de crescimento, tecnologia e diversificação, além do valuation atraente, reconhecemos que faltam motivos para ver o papel descolar da bolsa no curto prazo”, aponta.

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