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SÃO PAULO – A disputa pela Linx (LINX3) entre a Stone e a Totvs (TOTS3) ainda parece longe do fim em meio ao acontecimento dos últimos dias, segundo aponta o Bradesco BBI.
Em relatório divulgado antes da abertura do mercado nesta sexta-feira (6), Fred Mendes, Cristian Faria e Gustavo Tiseo, analistas do Bradesco BBI, ressaltam que a alta recente das ações da Totvs em meio ao rali da Bolsa – entre terça e quinta-feira, os papéis TOTS3 saltaram 12,93%, fechando na véspera a R$ 30,49 – melhoram os termos da oferta da Totvs em relação à proposta da Stone.
Pelas contas do BBI levando em conta a cotação da véspera, a oferta da Totvs é superior em R$ 100 milhões. A oferta da Totvs alcançaria R$ 6,6 bilhões e da Stone cerca de R$ 6,5 bilhões, o que tornaria a oferta da primeira companhia a mais atrativa do ponto de vista puramente financeiro.
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Vale ressaltar que a proposta da Totvs contempla a maior parte do pagamento em ações TOTS3. Desta forma, o desempenho das ações impacta os valores. Na sessão desta sexta, os papéis TOTS3 oscilavam próximas à estabilidade.
“Vemos isso como particularmente positivo para a Totvs, pois a empresa não precisaria atualizar sua proposta para torná-la mais atrativa do que a de sua rival, embora vejamos um espaço potencial para aumentá-la em R$ 500 milhões, considerando a avaliação da Totvs de maior sinergia na comparação com a nossa visão”, avaliam.
Os analistas do Bradesco BBI possuem recomendação de compra para a ação, mesmo não levando em conta a aquisição, possuindo preço-alvo de R$ 36 – ou um potencial de 18% em relação ao fechamento da véspera. Caso a Totvs leve a Linx, haveria um potencial adicional de R$ 4,70 de alta (representando um upside de 33,5%).
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A equipe de análise ainda destaca três notícias que estão no radar do mercado: i) o pedido de acionistas da Linx para suspender a assembleia de acionistas marcada para 17 de novembro, que visava analisar apenas a oferta de Stone; ii) o fato de a consultoria de aconselhamento de investidores Institutional Shareholder Services recomendar que os acionistas da Linx votem contra a aquisição da empresa pela StoneCo, enquanto a Glass Lewis é favorável ao negócio e iii) a saída da gestora FAMA Investimentos do seu investimento na Linx.
“As consultorias de recomendação podem afetar a disputa, mas o foco está na movimentação dos acionistas. A principal novidade, a nosso ver, foi o pedido de suspensão da assembleia (…). Durante a recente teleconferência de resultados da Totvs, os executivos apontaram que a empresa esperava um movimento semelhante e que, na mesma reunião, deveriam ser analisadas as propostas da Totvs e de Stone. Enquanto isso, as notícias de que as agências de recomendação ISS e Glass Lewis divergem em opiniões também contribuem para um processo menos claro”, avaliam os analistas.
Além disso, há processos paralelos de algumas instituições têm apresentado barreiras para Stone, como no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e B3. Vale destacar que a Stone entrou com representação no Conselho contra a Itaú Asset, tendo como objetivo neutralizar a atuação da gestora de recursos do Itaú na decisão sobre a proposta de compra da empresa de software. A Itaú Asset possui 5% dos papéis da Linx.
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No mês passado, por sua vez, a B3 criticou a multa de R$ 112,5 milhões caso os acionistas da Linx não aceitem a oferta da Stone; ela seria aplicada caso os acionistas da Linx rejeitassem a dispensa da adesão da companhia que será criada após a incorporação ao Novo Mercado. Contudo, de acordo com a Bolsa, a multa infringe o regulamento do segmento. No fim de outubro, a Stone afirmou que desistiu de receber a multa.
Por outro lado, a FAMA Investimentos zerou a sua fatia na Linx faltando menos de duas semanas para a assembleia em que os acionistas. A gestora tem sido uma das vozes mais críticas aos termos da proposta feita pela Stone.
“A FAMA está entre os principais acionistas que se manifestaram contra a oferta da Stone, incluindo uma carta divulgada ao mercado, onde levantou questões sobre possíveis questões de governança dados alguns pontos específicos da oferta. (…) Vemos [a saída de participação] como uma notícia negativa para a Totvs, pois a FAMA dava sinais de que iria contra a oferta de Stone, provavelmente votando a favor da Totvs”, apontam.
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De todo modo, para eles, os eventos recentes têm um impacto líquido positivo para a Totvs, pois parece aumentar as chances de sucesso da empresa na aquisição da Linx.
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