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As ações da Petrobras (PETR3;PETR4) tiveram um dia de forte volatilidade: os papéis chegaram a ter perdas de cerca de 4% no fim da manhã desta quarta-feira (5) após o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmar em entrevista para a GloboNews que haveria mudança na política de preços dos combustíveis praticada pela estatal.
Contudo, os papéis amenizaram as baixas durante à tarde. Nas últimas horas do pregão, os ativos viraram para leves ganhos e conseguiriam fechar em alta, de 0,15% (R$ 27,40) para PETR3 e de 0,33% (R$ 24,35) para PETR4. A estatal prestou esclarecimentos ao mercado no início da tarde em comunicado, o que também ajudou a atenuar o sentimento de aversão ao risco com relação à estatal.
Durante a manhã, o ministro classificou as atuais diretrizes de preços da Petrobras, que levam em conta as movimentações internacionais, de “verdadeiro absurdo”. Segundo o ministro, a empresa vai passar a levar em conta o mercado nacional. Ele afirmou ainda que a medida deve provocar redução entre R$ 0,22 e R$ 0,25 no preço do diesel, o que puxou as ações da Petrobras para baixo.
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O ministro apontou que a Petrobras vai voltar a ter função de amortecimento para diminuir o impacto de crises internacionais no preço dos combustíveis nas refinarias brasileiras. “A Petrobras vai continuar sendo respeitada na sua governança, vai continuar sendo respeitada na sua natureza jurídica. Mas nós vamos exigir da Petrobras, como controladores da Petrobras, que ela respeite o povo brasileiro. Que ela cumpra, que está nas Lei das Estatais, na Constituição Federal, com as sua função estatal, que é criar um colchão de amortecimento nessas crises internacionais de preço dos combustíveis”, disse.
O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, que tomou posse em janeiro após ser indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, já afirmou diversas vezes que deixará de seguir o indicador de paridade de importação, mas sem se desconectar dos preços internacionais.
A Petrobras prestou esclarecimento em nota ao mercado no início tarde em que reiterou compromisso com a prática de preços competitivos e em equilíbrio com o mercado nacional, “ao mesmo tempo em que evita o repasse imediato das volatilidades externas e da taxa de câmbio causadas por eventos conjunturais”.
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A empresa afirmou ainda que não recebeu nenhuma proposta do Ministério das Minas e Energia a respeito da alteração da Política de Preços e afirmou que quaisquer propostas neste sentido recebidas do acionista controlador serão comunicadas oportunamente ao mercado, e conduzidas pelos mecanismos habituais de governança interna da companhia.
“A companhia reitera que ajustes de preços de produtos são realizados no curso normal de seus negócios, em razão do contínuo monitoramento dos mercados, o que compreende, dentre outros procedimentos, a análise diária do comportamento de nossos preços relativamente às cotações internacionais, o seu market share, dentre outras variáveis”, afirmou.
A cautela sobre uma mudança na política de preços da estatal, contudo, segue no radar dos investidores.
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Sidney Lima analista da Top Gain, aponta que “algumas preocupações ainda seguem no radar, porque ao desancorar o preço dos combustíveis com o mercado internacional e o petróleo, a empresa pode no médio prazo sofrer caso exista uma alta considerável da commodity. Um dos motivos é que a empresa não é autossuficiente na capacidade de refino, obrigando a empresa a importar alguns compostos e derivados que seguirão sendo precificados conforme os parâmetros internacionais”, avalia.