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SÃO PAULO – Em uma semana fortemente positiva para os ativos, a BRF (BRFS3, R$ 26,93, +16,28%) voltou a registrar ganhos expressivos, superando os 15% nesta sexta-feira (21).
De acordo com informações do Valor Econômico, a Marfrig (MRFG3, R$ 18,05, -5,20%) tem comprado grande volume em ações da BRF enquanto prepara para o final do dia um comunicado no qual informará a posição atingida na companhia. As ações da BRF dispararam nos últimos dias, com negociações atípicas. Segundo a publicação, a Marfrig teria preparado com o JP Morgan uma estratégia coordenada de compra de papéis da rival com operações à vista e aluguel de ações.
O Brazil Journal destacou que, num leilão ocorrido nesta tarde, a Previ tinha a intenção de vender cerca de 24 milhões de ações a R$ 27,15 — e a Marfrig intenciona comprar parte substancial. O site especializado destaca que o objetivo de Marcos Molina, da Marfrig, não é fundir as duas empresas, mas chegar a 20% do capital na BRF, tornando um acionista de referência. As implicações regulatórias ainda não são claras.
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Cabe ressaltar que, em 2019, BRF e Marfrig chegaram a anunciar que poderiam se fundir, mas desistiram por falta de acordo sobre a sociedade. Questionada sobre o assunto, a Marfrig não comentou. Disse ainda que rumores de fusão não procedem. Já a BRF afirmou que não recebeu qualquer informação sobre compra de ações da companhia pela Marfrig.
Ainda em destaque, ficaram as ações da Petrobras (PETR3, R$ 25,42, +0,99%; PETR4, R$ 25,95, +0,08%). O dia foi bastante movimentado para a estatal, com atenção para três notícias: o anúncio do impacto da decisão do Supremo sobre o valor do ICMS a ser excluído da base de cálculo do PIS-Cofins sobre os números da companhia, a nova fala do presidente Jair Bolsonaro sobre a companhia e o dia de ganhos para o petróleo.
A estatal informou na véspera que a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que determinou que o valor do ICMS a ser excluído da base de cálculo do PIS-Cofins é o destacado em nota fiscal gerará um impacto positivo de R$ 4,4 bilhões no balanço do segundo trimestre da companhia.
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Por outro lado, durante sua live, Bolsonaro voltou a prometer nesta quinta-feira mudanças nos preços dos combustíveis da Petrobras; contudo, ao mesmo tempo, disse que não vai interferir na estatal. “A Petrobras vai visar o lucro sim, mas também vai ver a parte social. Tem certos preços que não têm cabimento continuar. E não é na canetada não, fiquem tranquilos. Ninguém está pensando em fazer isso. Aqui é respeitando a lei de mercado”, afirmou (veja mais clicando aqui).
Cabe destacar que a sessão também é de recuperação para os preços do petróleo, com os principais contratos do WTI e do brent subindo cerca de 2% após três dias seguidos de quedas após diplomatas afirmarem que houve um progresso em potencial acordo que poderá suspender as sanções dos EUA ao Irã, o que poderia impulsionar a oferta de petróleo.
Fora do índice, atenção para outra companhia relacionada ao setor de petróleo, a OceanPact (OPCT3, R$ 8,07, +5,49%), que viu seus ativos subirem forte. Cabe destacar que os analistas do Bradesco BBI e do Itaú BBA possuem visão positiva para a companhia, que presta suporte a plataformas em alto-mar e serviços ambientais, vendo potencial de alta de até 160% para os ativos (veja mais clicando aqui).
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As ações da Usiminas (USIM5, R$ 19,88, -1,97%), por sua vez, caíram. A companhia anunciou novo adiamento da reforma do alto-forno nº 3 de sua usina em Ipatinga (MG) e elevou em 12% a estimativa de investimento na tarefa.
Confira mais destaques abaixo:
Vale (VALE3, R$ 109,40, -1,54%) e siderúrgicas
O minério de ferro tem um novo dia de queda, em baixa de cerca de 3,39% na bolsa de Dalian, na China, e fechando a semana com desvalorização de 5,4%, na pior semana desde março, em meio às declarações do governo da China que iria adotar mecanismos para reduzir as altas “irracionais” em meio às preocupações com a inflação.
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Analistas ouvidos pela Reuters, no entanto, dizem que a menos que a China tome medidas para limitar o consumo de commodities industriais, o que poderia dificultar sua sólida recuperação de uma queda provocada pela pandemia, o impacto das medidas nos preços até agora é temporário.
“Essas (agências governamentais chinesas) conseguiram alguma mudança fundamental ou estrutural na indústria, além de criar especulação desnecessária e volatilidade do mercado?” perguntou Atilla Widnell, diretor-gerente da Navigate Commodities, com sede em Cingapura.
“A resposta é não. Permitir que a mão invisível cuide de seus negócios teria sido a estratégia correta.”
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Apesar da pressão de venda do minério de ferro, os preços, principalmente dos materiais de alta qualidade, continuam elevados, com o preço à vista próximo a US$ 250 a tonelada, criando problemas para os produtores de aço.
Petrobras (PETR3, R$ 25,42, +0,99%; PETR4, R$ 25,95, +0,08%)
A Petrobras informou na quinta-feira que a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que determinou que o valor do ICMS a ser excluído da base de cálculo do PIS-Cofins é o destacado em nota fiscal gerará um impacto positivo de R$ 4,4 bilhões no balanço do segundo trimestre da companhia. O impacto informado pela estatal decorre da “melhor estimativa dos valores a serem recuperados para as competências compreendidas entre o período de outubro de 2001 a junho de 2020”, e se refere à cifra antes dos efeitos fiscais.
Em fato relevante, a petroleira acrescentou que sua expectativa é de aproveitar o crédito nos próximos meses, mediante a compensação de tributos federais.
Por outro lado, durante sua live, Bolsonaro voltou a prometer nesta quinta-feira mudanças nos preços dos combustíveis da Petrobras; contudo, ao mesmo tempo, disse que não vai interferir na estatal.
“A Petrobras vai visar o lucro sim, mas também vai ver a parte social. Tem certos preços que não têm cabimento continuar. E não é na canetada não, fiquem tranquilos. Ninguém está pensando em fazer isso. Aqui é respeitando a lei de mercado”, afirmou.
Está em estudo a potencial criação de um fundo de estabilidade para os preços do diesel, o que, na avaliação do Bradesco BBI, poderia impulsionar as ações, ajudando também a resolver o impasse sobre os reajustes. O governo está buscando a criação desse fundo, que começaria com contribuições provenientes do leilão Atapu / Sépia previsto para 17 de dezembro deste ano. “Embora não esperemos uma grande quantidade de recursos arrecadados com este leilão, seria o início de uma solução sustentável para o dilema do diesel que o Brasil tem com os caminhoneiros”, apontaram.
Cabe destacar que, nas últimas semanas, casas de análise elevaram a recomendação para os ativos, com base em declarações positivas de continuidade de políticas pró-mercado pela estatal, ainda que destacando os riscos de que algumas dessas políticas não prossigam (veja mais clicando aqui).
SLC Agrícola (SLCE3, R$ 48,39, -1,43%) e Terra Santa (TESA3, R$ 44,17, +4,17%)
Os conselhos de administração da SLC Agrícola e da Terra Santa aprovaram acordo de incorporação de ações para a combinação dos negócios, formando uma gigante da produção de grãos e oleaginosas no Brasil, informaram as companhias na noite de quinta-feira.
Pelo acordo, as ações da Terra Santa serão incorporadas pela SLC, em uma transação que eleva potencialmente a área de plantio da companhia para cerca de 600 mil hectares, em um momento em que os preços de commodities como soja e milho estão historicamente elevados.
Após a consumação da incorporação de ações, serão emitidas em favor dos acionistas da Terra Santa novas ações ordinárias de emissão da SLC negociadas no segmento do Novo Mercado da B3, em substituição às ações de emissão da Terra Santa anteriormente detidas por estes.
A transação envolveria valores equivalentes a R$ 750 milhões, informou anteriormente a SLC.
A SLC disse antes que o acordo tem potencial para incrementar em aproximadamente 130 mil hectares sua área de plantio.
A área de plantio da SLC para a safra 2020/21 foi estimada em 468,2 mil hectares, aumento de 4,4% no comparativo anual.
Brasilagro (AGRO3, R$ 30,67, -2,91%) e São Martinho (SMTO3, R$ 32,73, -2,79%)
Ainda no radar do setor agro, o Morgan Stanley discutiu com a Unica (União da Agroindústria Canavieira) sobre a perspectiva para a próxima lavoura. A expectativa é de que haja produção de açúcar de 34 milhões de toneladas no Centro-Sul, queda de 12% na comparação anual, devido a menor disponibilidade de cana por conta do clima e de mudança de culturas. É possível que novas reduções ocorram no futuro, uma perspectiva que também dá apoio aos preços do açúcar.
O diretor-técnico da Unica, Antônio de Pádua, diz acreditar que haverá uma queda importante na produção de açúcar do Brasil, por conta de redução de 8% na moagem da cana e um mix de produtos tendendo mais à produção de etanol. Sua estimativa é próxima à do Morgan Stanley, de 34,5 milhões de toneladas.
A Unica espera que a moagem caia a 560 toneladas, um recuo de 8% na comparação anual, na temporada, caso o clima permaneça seco. A estimativa inicial do banco era de 580 milhões de toneladas, e da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), de 572 milhões de toneladas.
Por enquanto, o Morgan Stanley mantém avaliação equal weight (expectativa de valorização dentro da média do mercado) para o setor de açúcar, citando as empresas Brasilagro e São Martinho. E diz esperar valorização principalmente em 2022, quando a Brasilagro deverá ter resultados melhores do que os da São Martinho devido à exposição regional a efeitos do clima e a uma proporção maior da cana própria utilizada para a moagem.
Marfrig (MRFG3, R$ 18,05, -5,20%)
Executivos da Marfrig Global Foods receberam na véspera a visita do embaixador da Argentina no Brasil, Daniel Scioli, para debater a suspensão das exportações de carnes imposta pelo governo argentino, e esperam que a medida não afete as unidades da companhia no país vizinho.
“Segundo o embaixador, a situação é temporária e tende a se regularizar em breve, o que não deve prejudicar as operações da Marfrig no momento”, disse a Marfrig em nota à Reuters. Com isso, a companhia afirmou que pretende manter os investimentos na Argentina, sem dar mais detalhes.
Usiminas (USIM5, R$ 19,88, -1,97%)
A Usiminas anunciou novo adiamento da reforma do alto-forno nº 3 de sua usina em Ipatinga (MG) e elevou em 12% a estimativa de investimento na tarefa, citando efeitos da pandemia da Covid-19 e desvalorização cambial. Em fato relevante, a companhia explicou que a medida aprovada por seu conselho de administração posterga a reforma do equipamento por 10 meses.
Com isso, a unidade seguirá operando normalmente até meados de 2023, quando a reforma vai ser iniciada. O plano anterior, anunciado no fim do ano passado, previa que o equipamento seguiria operando até meados de 2022.
Setor de construção
O Credit Suisse realizou um evento com Carlos Tibério, CEO e acionista controlador da Tibério Construções, uma das maiores construtoras não listadas de São Paulo, com valor de R$ 1 bilhão, e banco de terrenos em R$ 2 bilhões.
Tibério mostrou preocupação com o setor de construção como um todo. Ele afirmou que os custos devem continuar a se acelerar em São Paulo, ultrapassando o índice de inflação da construção. Os custos de materiais estão sob os holofotes, mas os custos da mão de obra também têm aumentado significativamente, acima do que foi reportado pelo índice, dada a oferta limitada e a demanda aquecida.
Tibério também afirma que as empresas terão dificuldades em aumentar preços, dada a concorrência mais dura e à perspectiva negativa sobre acessibilidade econômica.
Duratex (DTEX3, R$ 22,20, +4,87%)
O Bradesco BBI se encontrou com Marcelo Izzo, vice-presidente da Duratex responsável pela Deca e por azulejos de cerâmica. O banco afirmou que saiu com mensagens positivas sobre as tendências do mercado no curto prazo, e perspectiva de progresso nas estratégias comercial e de crescimento.
A demanda continua alta e os estoques, baixos. A Deca busca compensar pressões de custos significativas com altas de preços. Em 2021 e subsequentemente a empresa deve continuar em um caminho de otimização, com oportunidades em melhorar o portfólio de produção, processo de produção e estratégia comercial. Opções de crescimento também estão no horizonte, incluindo fusões e aquisições, expansões orgânicas e parcerias. Os analistas, contudo, mant~em avaliação neutra para a Duratex, e preço-alvo de R$ 23.
Vinci Partners (NASDAQ: VINP) e Patria Investments (NASDAQ: PAX)
O Itaú BBA iniciou a cobertura da VNP (Vinci Partners), com uma avaliação outperform e preço-alvo de 2021 em US$ 18, frente aos 12,91 de fechamento registrados na quinta pelos papéis VINP na Nasdaq. E também da Patria Investments, com avaliação outperform e preço-alvo de US$ 21, frente aos US$ 14,95 negociados pelos papéis PAX na Nasdaq.
Ambas as ações foram listadas na Nasdaq neste ano. O banco afirma que, para a maior parte da “comunidade de investidores brasileira”, ter gestoras de ativos listadas em bolsas é uma novidade e diz que ambas as empresas têm valorações atrativas e potencial de alta, mesmo no cenário sob estresse, com baixo fluxo líquido ou taxas de performance reduzidas.
Localiza (RENT3, R$ 62,88, +0,66%) e Unidas (LCAM3, R$ 26,79, +1,90%)
Ontem, o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) publicou uma atualização do processo de proposta de fusão da Localiza-Unidas, caracterizando a fusão entre a Localiza e Unidas como “complexa”. Mas, no mesmo dia, as ações subiram forte.
Os analistas da XP apontam que, embora reconheçam a importância do resultado da fusão para o setor, não veem uma ligação entre a alta dos ativos na data de ontem e a avaliação do Cade, apontando que o que pode explicar o desempenho recente das ações é a forte correlação inversa entre as ações de Locadoras de Automóveis e as taxas de juros de longo prazo (taxa americana de 10 anos, no caso). Saiba mais clicando aqui.
Banco Inter (BIDI11, R$ 178,87, -3,00%)
O Banco Inter afirmou que o Banco Central homologou o desdobramento de suas ações em deliberação tomada em assembleia geral ordinária e extraordinária realizada em 28 de abril de 2021.
Atualmente o Banco Inter conta com 764.444.645 ações representativas do capital social, sendo que 383.452.029 são ações ordinárias e 380.992.616 são preferenciais.
Elas serão desdobradas em 3 ações da mesma espécie. O capital total do banco, será formado por 2.293.333.935 ações, das quais 1.150.356.087 ordinárias (direito a voto) e 1.142.977.848 preferenciais (prioridade no recebimento de dividendos).
A partir de 26 de maio de 2021, as ações do Inter passarão a ser negociadas ex-direito ao desdobramento, ou seja, com nova configuração. A operação não altera no valor do capital social do banco.
(com Reuters e Estadão Conteúdo)
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