Ações de bancos caem até 3%; M.Dias Branco tem baixa de 6% com balanço fraco, Locaweb sobe 5% após entrar em prévia do Ibovespa

Confira os destaques da B3 na sessão desta quinta-feira (1)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Em uma sessão de queda para o Ibovespa em meio às preocupações fiscais, principalmente por conta do impasse com o Orçamento e também repercutindo os dados negativos da indústria no Brasil, mostrando o desafio da retomada no coronavírus, ainda mais levando em conta a piora da pandemia no país.

Neste cenário, as ações de bancos como o Bradesco (BBDC3, R$ 22,70, -3,45%; BBDC4, R$ 25,79, -3,66%), Itaú (ITUB4, R$ 27,10, -3,06%), Santander Brasil (SANB11, R$ 38,55, -2,65%) e Banco Brasil (BBAS3, R$ 29,95, -1,64%) fechando com expressiva queda de até 3,7%.

As ações de siderúrgicas como Gerdau (GGBR4, R$ 29,38, -2,78%), Usiminas (USIM5, R$ 16,61, -2,87%) e Gerdau (GGBR4, R$ 29,38, -2,78%) também fecharam em queda, apesar da avaliação de que as companhias devem se beneficiar com o plano trilionário de infraestrutura do presidente dos EUA, Joe Biden, em especial a Gerdau (veja mais clicando aqui). Contudo, vale destacar que os ativos GGBR4 registraram uma das maiores altas do Ibovespa no primeiro trimestre de 2021, com ganhos de quase 25%.

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Mas o maior destaque de baixa do Ibovespa ficou com a Qualicorp (QUAL3, R$ 29,0, -4,42%), seguindo a repercussão dos resultados considerados negativos do quarto trimestre.

As ações de algumas empresas fora do Ibovespa também foram destaque na sessão desta quinta. Os ativos da M.Dias Branco (MDIA3, R$ 28,80, -6,19%) fecharam em queda de cerca de 6%. A fabricante de alimentos  apresentou lucro líquido de R$ 209,0 milhões no quarto trimestre do ano passado. O resultado representa queda de 21,1% na comparação com igual período de 2019, quando a empresa reportou lucro líquido de R$ 264,9 milhões.

Conforme destaca a Levante Ideias de Investimentos, o  auxílio emergencial em menor valor, combinados com o reajuste de preços ao consumidor dos produtos da marca no trimestre para repassar a alta de custos, gerou um movimento de redução no consumo dos produtos vendidos pela empresa (massas, biscoitos e afins), se tornando itens supérfluos no orçamento das famílias. Eles veem pressão de custos ainda pela frente, o que deve seguir prejudicando a rentabilidade por mais alguns meses.

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Saiba mais: Carteira de ações ‘low carb’ e as dificuldades enfrentadas pela M. Dias Branco

As ações da  Enauta (ENAT3, R$ 15,43, -2,34%), por sua vez, chegaram a cair 7,85% após o resultado, mas diminuíram as perdas. O lucro líquido da Enauta totalizou R$ 124 milhões em 2020, 32,6% inferior ao lucro registrado em 2019. No quarto trimestre, a companhia contabilizou lucro de R$ 38,2 milhões, queda de 68,7%. A produção média diária do período sofreu especialmente devido a problemas operacionais no FPSO do Campo de Atlanta. Em fevereiro de 2021 houve a retomada da produção em Atlanta, com previsão de retorno de outros dois poços do Sistema de Produção Antecipada (SPA) no segundo semestre do ano.

Já a ação da Cogna (COGN3, R$ 3,84, -3,52%), após avançar 3,11% na véspera após o resultado mostrar uma “limpeza” do balanço da companhia, apesar dos números ainda fracos, caiu nesta quinta. O Credit Suisse destacou em relatório que empresas do setor enfrentam um ano difícil para novas matrículas e redução da evasão, já que a crise de Covid pode influenciar também o segundo semestre, devido a queda na renda e medidas de isolamento. Assim, os resultados da Cogna continuam incertos. O banco mantém avaliação de underperform (perspectiva de valorização abaixo da média do mercado), com preço-alvo de R$ 6.

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Entre as altas, estão os ativos da Locaweb (LWSA3, R$ 24,01, +5,08%), com ganhos de mais de 5%. Os papéis da companhia entraram na primeira prévia da carteira do Ibovespa, que vigora entre maio e agosto.

Voltando para o Ibovespa, entre as poucas altas, estiveram ações das empresas ligadas ao segmento de e-commerce, em um movimento de recuperação depois de uma expressiva queda nos primeiros três meses de 2021: Via Varejo (VVAR3, R$ 12,25, +1,49%), B2W (BTOW3, R$ 61,57, +1,35%) e Magazine Luiza (MGLU3, R$ 20,44, +0,99%) registraram ganhos entre 1% e 1,5%.

Já Embraer (EMBR3, R$ 13,90, -0,79%) que abriu seguindo a tendência positiva do primeiro trimestre e chegou a saltar 4,43%%, e as aéreas Gol (GOLL4, R$ 21,68, +0,79%) e Azul (AZUL4, R$ 37,99, 0,37%) perderam o fôlego durante a sessão.

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No radar do setor, o Itaú BBA iniciou cobertura para as ações da Gol com recomendação marketperform (desempenho em linha com a média do mercado) e preço-alvo de R$ 24,50 para os ativos GOLL4 e de US$ 9,50 para os American Depositary Receipts (ADRs, ou ações negociadas na NYSE) dos ativos.

As ações de PetroRio (PRIO3, R$ 90,98, -1,41%) e Petrobras (PETR3, R$ 23,62, -1,34%;PETR4, R$ 23,89 ,-0,87%) também fecharam em queda, apesar do dia de alta para o petróleo na esteira da decisão da Opep+ de aumentar gradualmente a produção de petróleo entre maio e julho.

Confira os destaques:

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Banco do Brasil (BBAS3, R$ 29,95, -1,64%)

A indicação do novo presidente do Banco do Brasil, Fausto de Andrade Ribeiro, foi aprovada em reunião realizada na terça-feira pelo Comitê de Pessoas, Remuneração e Elegibilidade (Corem). Ele foi indicado pela União para substituir André Brandão, que comunicou sua renúncia em março.

Em manifestação em separado de seus votos, os membros do comitê Cibele Castro, Luiz Serafim Spinola Santos e Paulo Roberto Evangelista de Lima alertam que “a atuação deste Comitê, no particular, não deveria ser o de exclusivamente verificar a conformidade do processo, o atendimento aos requisitos legais ‘objetivos’ e a ausência de vedações, mas também o de apreciar ‘requisitos subjetivos'”.

E prosseguem em tom crítico. “Em nossa visão, tendo em conta que o indicado exercerá a função de principal executivo da companhia, cumulativamente à de membro do Conselho de Administração, caberia ao Corem ir além de uma análise burocrática, de forma a realizar juízo crítico acerca da aderência do perfil do candidato aos cargos para os quais foi indicado. Tal prática estaria melhor alinhada ao hígido e já usual processo interno da companhia para avaliação, preparação e seleção de seus futuros executivos, no qual a cultura da meritocracia vem sendo priorizada e valorizada”.

Com isso, acrescentam os membros do Corem, “negligenciar ou relegar a segundo plano o papel do Conselho de Administração na seleção e aprovação do principal executivo da companhia, como no presente caso, equivale a reduzir o Conselho a um mero homologador, o que não se coaduna com as Leis 6.404/1976 e 13.303/2016, tampouco com os manuais e códigos de melhores práticas de governança corporativa globalmente reconhecidos. Para enriquecimento do processo de escolha, por exemplo, poderia o controlador ter se valido de empresa especializada em recrutamento de executivos para a indicação do Presidente, ou mesmo envolvido o Conselho de Administração na proposição ou avaliação de potenciais candidatos”.

Petrobras (PETR3, R$ 23,62, -1,34%;PETR4, R$ 23,89 ,-0,87%)

Técnicos do Tribunal de Contas da União (TCU) têm cinco dias úteis para analisar se vão pedir a suspensão da venda da Refinaria Landulpho Alves (Rlam) pela Petrobras ao Mubadala, fundo financeiro dos Emirados Árabes, anunciada no último dia 24. A medida tem como objetivo evitar “prejuízo ao interesse público”, como afirmou em plenário o ministro Walton Alencar, na última quarta-feira, 31.

O TCU questiona o valor de US$ 1,65 bilhão fechado com o Mubadala, que estaria abaixo do preço de mercado, de US$ 3,04 bilhões, definido pela própria Petrobras.

“Recebi Ofício do Subprocurador-Geral, Lucas Rocha Furtado, ressaltando a recente decisão do conselho de administração da Petrobras em vender a Refinaria Landulpho Alves (Rlam) a preços abaixo de seu valor de mercado”, disse o ministro, na sessão de ontem.

Questionada, a empresa enviou ao tribunal as justificativas por que seu conselho de administração e refinaria aprovaram a venda da refinaria abaixo desse valor. Com os documentos em mãos, o ministro repassou à área técnica a responsabilidade de analisar definitivamente o caso.

“Ante o risco de conclusão do negócio antes que este Tribunal possa se debruçar sobre a matéria, com possível prejuízo ao interesse público, bem como considerando as consequências que essa decisão possa carrear para a venda das demais refinarias, entendo fundamental determinar que a Unidade Técnica submeta a este Relator, em 5 dias úteis, análise conclusiva a respeito da necessidade ou não de concessão de cautelar para a suspensão da alienação em andamento”, afirmou o Alencar, em plenário.

Desde que as negociações com o Mubadala foram concluídas, o valor de US$ 1,65 bilhão, a ser pago pelo fundo, tem sido questionado pelo mercado. O Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep) estimou a Rlam em US$ 3 bilhões. Enquanto analistas do banco BTG Pactual dizem que o total a ser pago pelo ativo está 35% abaixo do limite inferior projetado por eles. A XP Investimentos avalia que, com esse dinheiro, a Petrobras vai conseguir atingir uma parcela muito pequena das suas metas financeiras.

Ainda no radar da companhia, a Petrobras informou que recebeu a indicação da Franklin Templeton Investment Fund, acionista detentora de ações preferenciais, sobre candidatos para o conselho fiscal, cuja eleição ocorrerá na Assembleia Geral Ordinária de 14 de abril de 2021. Os nomes são Reginaldo Ferreira Alexandre e Paulo Roberto Franceschi.

Segundo o currículo enviado à Petrobras, Reginaldo Ferreira Alexandre é economista com experiência em análise de investimentos, com passagens por Citibank, Unibanco, BBA (atual Itaú-BBA) e Itaú Corretora de Valores. Ele trabalhou como analista de crédito corporativo no Citibank e como consultor nas áreas de estratégia da Accenture e de corporate finance da Deloitte. Também atuou na ProxyCon Consultoria Empresarial, dedicada a assessoria e prestação de serviços nas áreas de mercado de capitais, finanças e governança corporativa, entre 2003 e 2017. Atualmente, é membro dos conselhos fiscais de Sanepar, Sabesp, CEB, Rumo, Ser Educacional e suplente dos conselhos de CPFL Energia, Braskem e Fras-Le.

Paulo Roberto Franceschi é formado em ciências contábeis pela Fundação de Estudos Sociais de Paraná e em ciências econômicas pela FAE Business School. É sócio da Audicontrol Auditoria e Controle S.S. É titular do conselho fiscal de Equatorial Energia; Celpa Centrais Elétricas do Pará, controlada da Equatorial; Companhia Energética do Maranhão, controlada da Equatorial; Triunfo Participações e Investimentos; Companhia Energética de São Paulo; e Sanepar.

Vale (VALE3, R$ 97,39, -0,59%) e siderúrgicas

Os futuros do vergalhão de aço e do minério de ferro na China avançaram nesta quinta-feira, apoiados por expectativas de maior demanda em meio a indicadores econômicos positivos e esforços do governo chinês para estimular o consumo. As vendas de escavadeiras nos primeiros dois meses de 2021 saltaram 149% frente ao mesmo período do ano anterior, segundo notícias na mídia estatal, sugerindo um setor de infraestrutura em alta.

Enquanto isso, o ministério da indústria e outros departamentos emitiram em conjunto um comunicado encorajando vendas de veículos elétricos em cidades menores e áreas rurais. Os futuros do minério de ferro na bolsa de commodities de Xangai DCIOcv1 também recuaram, com o contrato mais ativo, para maio, avançando 1,2%, para 1.104 iuanes por tonelada.

M.Dias Branco (MDIA3, R$ 28,80, -6,19%)

A fabricante de alimentos M.Dias Branco apresentou lucro líquido de R$ 209,0 milhões no quarto trimestre do ano passado. O resultado representa queda de 21,1% na comparação com igual período de 2019, quando a empresa reportou lucro líquido de R$ 264,9 milhões.

O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda) atingiu R$ 192,2 milhões, recuo de 33,5% frente aos R$ 289,2 milhões do quarto trimestre do ano anterior. A margem Ebitda ficou em 11,3%, ante 17,1% de um ano antes, retração de 5,8 pontos porcentuais. A alavancagem da empresa (relação entre dívida líquida e Ebitda) ficou em 0,4 vez, ante 0,8 vez reportada em igual período do ano passado.

A receita líquida subiu 0,4% na mesma base comparativa, alcançando R$ 1,702 bilhão ante R$ 1,694 bilhão do quarto trimestre de 2019. Do montante total, R$ 45,9 milhões vieram da receita com vendas externas – alta de 201,3% na comparação anual.

A variação positiva da receita é atribuída pela companhia ao aumento de 18,9% no preço médio dos produtos, que foi suficiente para compensar a queda de 15,5% do volume de vendas no período. “Observamos desaceleração do nosso crescimento, fruto do arrefecimento da demanda e dos reajustes nos preços, especialmente na região de defesa (Norte e Nordeste)”, destacou a M. Dias em comunicado divulgado para imprensa e investidores.

O resultado da M. Dias Branco interrompe um ciclo de quatro altas consecutivas no lucro líquido. Já a receita cresceu pelo quinto trimestre seguido.

A companhia, assim como outras empresas do setor de alimentos, teve o desempenho nos três primeiros trimestres do ano passado impulsionado, em parte, pelo aumento na demanda doméstica por seus produtos, uma vez que as medidas de isolamento social resultaram no fechamento de food service e exigiram mais refeições em casa. No quarto trimestre, contudo, o desempenho do setor arrefeceu diante da retração no consumo de produtos derivados de farinha de trigo.

Em comunicado, a M. Dias aponta que seus resultados trimestrais foram afetados negativamente pela elevação dos custos dos insumos cotados em dólar, diante da desvalorização do real ante a moeda norte-americana – especialmente das duas principais commodities utilizadas na sua produção, trigo e óleo de palma.

O Bradesco BBI afirma que o Ebitda ajustado divulgado pela M. Dias Branco para o quarto trimestre ficou 72% abaixo do consenso e 78% abaixo de sua estimativa, com volumes mais fracos do que o esperado. O banco ressalta que a ação da empresa teve desempenho 8 pontos percentuais abaixo da média do Ibovespa nesse ano, com investidores precificando o impacto negativo da alta de preços das commodities sobre os custos. Mas o Bradesco diz que gostaria de ter mais informações sobre o quão temporária essa fraqueza pode ser, após a empresa e a concorrência realizarem aumentos significativos de preços.

Apesar dos resultados abaixo do esperado, o banco mantém avaliação de outperform com preço-alvo em 2021 em R$ 42, frente aos R$ 30,7 negociados na quarta.

Enauta (ENAT3, R$ 15,43, -2,34%)

O lucro líquido da Enauta totalizou R$ 124 milhões em 2020, 32,6% inferior ao lucro registrado em 2019. No quarto trimestre, a companhia contabilizou lucro de R$ 38,2 milhões, queda de 68,7%.

A receita do quarto trimestre apresentou queda de 53,8% na base anual, para R$ 186,9 milhões, principalmente em função
da redução da produção do Campo de Atlanta. No período, a produção foi realizada por meio de um poço durante 60 dias e teve a produção interrompida nos demais dias. A receita do Campo também foi impactada pela queda do preço da commodity, parcialmente compensada pelo efeito positivo do ganho cambial.

Na comparação anual, a receita registrou queda de 15%, para R$ 945,4 milhões, refletindo principalmente a queda
de produção do Campo de Manati, em função do declínio natural do Campo. “A redução da receita no Campo de Atlanta em 2020 se deve ao Brent médio de venda no período, que apresentou queda de 33,8% em relação ao ano de 2019, efeito compensado pela valorização do dólar médio de 34,4% no mesmo período, variando de uma média de R$ 4,00 ao longo do
ano de 2019 para R$ 5,20 no mesmo período em 2020. Também em 2020, a companhia registrou R$ 71,5 milhões referentes ao exercício das opções de venda, em comparação a um montante negativo de R$ 2,2 milhões em 2019”, destacou a companhia em seu release de resultados.

Gol (GOLL4, R$ 21,68, +0,79%)

O Itaú BBA iniciou cobertura para as ações da Gol com recomendação marketperform (desempenho em linha com a média do mercado) e preço-alvo de R$ 24,50 para os ativos GOLL4 e de US$ 9,50 para os American Depositary Receipts (ADRs, ou ações negociadas na NYSE) dos ativos.

As premissas atuais indicam um potencial de aumento limitado de 14%, mas os analistas apontam “estarem prontos para revisar as projeções para cima no caso de uma recuperação mais rápida”.

Os analistas ressaltam que a Gol tem reconstruído gradualmente sua rede após o forte impacto da crise COVID-19 no tráfego aéreo em 2020. Eles destacam que os ventos contrários de curto prazo com a segunda onda da pandemia impedem uma perspectiva mais construtiva para o primeiro semestre, mas o cenário base ainda indica um segundo semestre melhor.

Os analistas apontam que a oferta doméstica da Gol só retornará aos níveis de 2019 em 2022, seguido por uma adição gradual de capacidade a partir de então. “Esperamos que o setor permaneça racional, com todos os participantes buscando recuperar a lucratividade após os desafios de 2020 e do primeiro semestre de 2021 e com perspectivas ainda incertas; no entanto, é importante monitorar a capacidade dos recém-chegados, a adição de capacidade dos atuais players e os sinais de dinâmica de preços agressiva”, avaliam.

Assim, dado que a recuperação do segmento de negócios permanece um ponto de interrogação, a Gol terá que continuar a otimizar os ganhos com os viajantes a turismo, que não foram capazes de compensar totalmente a queda no tráfego no segmento corporativo até agora – uma tendência que deve continuar. Por outro lado, os rendimentos médios foram um tanto resilientes para a Gol.

“A estratégia de frota única da empresa (em busca constante de aumento da utilização da aeronave), o plano de transformação da frota atual e o controle rígido de custos / despesas continuarão a ser os principais impulsionadores para alcançar o CASK [ custo operacional dividido pelo total de assentos-quilômetro oferecidos]  mais baixo entre os pares e recuperar a lucratividade”, avaliam.

Quanto ao endividamento, os analistas apontam que a empresa tem adotado diversas medidas para preservar o caixa e fortalecer a liquidez, o que será vital para enfrentar a crise. Por outro lado, alguns desembolsos ocorrerão à medida que as operações se recuperarem junto com a melhora da demanda, apesar de alguns ganhos de eficiência em curso.

“Projetamos que a relação dívida líquida / Ebitda encerrará 2021 em 11,5 vezes, significativamente abaixo do nível de 2020, com quedas graduais a partir de então para 5,9 vezes em 2022 e 4,4 vezes em 2023. Não desconsideramos o potencial da GOL acessando o mercado de capitais novamente no próximo futuro, dada a queima de caixa relacionada à pandemia repentina em 2020, ventos contrários de curto prazo com a segunda onda de COVID-19, perspectivas ainda incertas à frente e desembolso de caixa na incorporação da Smiles”, ressaltam.

Cielo (CIEL3, R$ 3,62,-2,69%)

A Cielo informou na quarta-feira que concluiu a venda dos direitos da plataforma de processamento e ao autorizador de transações desenvolvidos pela empresa para a bandeira Elo por R$ 380 milhões.

A transação acertada com a própria Elo Serviços, deduzida de valores reconhecidos como receitas de licenciamento, de R$ 187,5 milhões, acrescida de atualização monetária, e líquida da baixa de custos residuais de desenvolvimento e efeitos fiscais, “produzirá um efeito inicialmente estimado em R$ 75,9 milhões e será lançada no resultado do primeiro trimestre”, informou a Cielo.

Locaweb (LWSA3, R$ 24,01, +5,08%)

A B3 incluiu Locaweb na primeira carteira teórica do Índice Bovespa válida para o período entre janeiro e abril de 2021. Não houve a exclusão de nenhum papel, e com isso, o Ibovespa passa a contar com 83 ações.

A empresa de tecnologia, que estreou na Bolsa em fevereiro do ano passado e desde então acumula valorização superior a 420%, entra com o peso de 0,46% de participação na primeira prévia do índice. A entrada do papel já era esperada pelo mercado.

Em relatórios, tanto XP quanto Bank of America projetavam alta probabilidade de entrada levando em conta o histórico de volume, número de ações negociadas e número de negociações dos ativos.

Copasa (CSMG3, R$ 15,16, +0,40%)

A Copasa MG (Companhia de Saneamento de Minas Gerais) comunicou que a Arsae MG (Agência Reguladora de Serviços de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário do Estado de Minas Gerais) divulgou os resultados sobre audiências públicas que discutiram metodologias para a reconstrução das tarifas da Copasa MG e da Copanor no próximo ciclo tarifário.

A Copasa diz que vai analisar o material e, possivelmente, se manifestar. A próxima etapa do processo, que compreende a definição da metodologia para os reajustes anuais, está prevista para conclusão em 30 de junho. A finalização do processo está prevista para 2 de julho, e a aplicação, para 1º de agosto.

Atom (ATOM3, R$ 11,31, +27,94%)

As ações da Atom dispararam 131% na quarta e mais 27,94% nesta quinta, após a Exame, controlada pelo BTG Pactual, comprar participação de 34,78% na companhia, especialista em publicações e materiais didáticos para o mercado financeiro. Após o acordo, a WHPH Participações e Empreendimentos, que detinha 69,569%, ficará com fatia de 34,78%. No âmbito da operação, ainda foi acertado um acordo de acionistas entre WHPH e Exame, segundo fato relevante mais cedo na quarta.

Vitru (NASDAQ: VITRU)

O Morgan Stanley comentou os resultados divulgados pela Vitru. O banco avaliou os resultados como fortes, e se movimentando na direção correta em 2020, com expansão da margem Ebitda e de resultados acadêmicos. Os dados preliminares do primeiro trimestre indicam um outro ano forte, diz o Morgan Stanley, com um ciclo de matrículas potencialmente forte.

A receita com educação digital subiu 33% na comparação anual, enquanto a receita com aulas presenciais caiu 33% devido à pandemia. A receita líquida de R$ 136 milhões ficou levemente abaixo de suas estimativa. A base de matrículas fechou em 310 mil, acima da estimativa do banco, de 286 mil. A educação digital representou 97,4% do total no quarto trimestre.

Em 28,2%, a margem Ebitda ajustada de 2020 ficou acima da guidance (documento com previsões e planos divulgado pelas empresas), de entre 26% e 27,2%, e da estimativa do Morgan Stanley, de 27%.

O banco mantém avaliação de overweight (perspectiva de crescimento acima da média do mercado), e preço-alvo de US$ 18,5, frente aos US$ 14,85 para as ações VITRU negociadas na Nasdaq na véspera.

Arco (NASDAQ: ARCE)

O Morgan Stanley comentou os a guidance (previsões e planos divulgados por empresas) da Arco para 2021, de faturamento de R$ 1,163 bilhão confirmando a guidance anterior, e indicando alta de 21%. A nova guidance para o Ebitda ajustado, de entre 35,5% e 37,5% é a mesma de 2020 e em linha com a estimativa do banco, de 36,8%.

O banco aponta que a empresa usa tecnologia de última geração e processamento de dados para melhorar os resultados acadêmicos das escolas do ensino fundamental. Assim, está acelerando a incorporação de novos clientes, com taxa de retenção maior do que 90%, e potencial de vendas em novos segmentos e mercados. Assim, o ano de 2021 é de transição, desacelerando o potencial de crescimento orgânico. Isso impede que o banco seja mais otimista. O Morgan Stanley mantém avaliação equal-weight para a Arco, com preço-alvo de US$ 43,7 para os papéis ARCE, negociados na quarta por US$ 25,34 na Nasdaq.

O Credit Suisse classificou os resultados da Arco como fortes, com a receita indicando alta de 20% na comparação anual acima da guidance. O Ebitda ajustado de R$ 126 milhões representou alta de 18%, fEchando o ano em R$ 381 milhões, e margem de 38%, acima da guidance de entre 35,5% e 37,5%.

O banco reforçou sua visão positiva para a Arco, dizendo avaliar que os problemas são de curto prazo, e de que o faturamento de 2022 deve indicar forte recuperação. Assim, o banco reforça avaliação de outperform para a Arco, e vê a recente venda de ações como injustificada. Fusões e aquisições continuam a ser impulsionadoras das ações, apesar de as metas serem, provavelmente, menores no curto prazo. O banco mantém preço-alvo de US$ 55 para os papéis ARCE cotados na Nasdaq, frente aos R$ 25,34 negociados na quarta.

Lojas Renner (LREN3, R$ 42,92, +0,77%)

O Bradesco BBI participou do dia do investidor da Renner. O banco ressalta que, em fevereiro, a gestão divulgou uma guidance prevendo contração da margem, que o Bradesco estima em entre 3 e 4 pontos percentuais, em 2021, na comparação com 2019. Isso se deveria em parte a investimentos em transformação digital e em outras áreas.

O banco aponta que, no dia do investidor, o CEO da Renner, Fabio Faccio, apresentou um panorama de como o negócio está evoluindo e sua estratégia. Mas ressaltou que não foi divulgada guidance relativa a aceleração das vendas, que deve ser a questão mais importante a partir de 2022. O banco mantém recomendação outperform (expectativa de valorização acima da média do mercado) para a Renner, com preço-alvo para 2021 em R$ 50, frente aos R$ 42,5 negociados na quarta.

Já o Credit Suisse, que também participou do evento, afirmou que a empresa apresentou uma abordagem de ecossistema, ampliando as ofertas de serviços financeiros e de varejo, mantendo moda e estilo de vida em foco. O banco espera que a empresa saia mais forte da crise, e mantém avaliação outperform.

Copel (CPLE6, R$ 6,36, -3,03%)

O Itaú BBA comentou o processo de consulta aberto para discutir a mudança tarifária na Copel. A parcela B ajustada, de R$ 2,747 bilhões ficou abaixo de sua estimativa de R$ 3,047 bilhões. Mas o banco ressalta que a parcela B ajustada para itens não recorrentes e outras recentes, de R$ 3,085 bilhões, ficou apenas 3,5% abaixo de sua estimativa.

O Ebitda regulatório de R$ 1,374 bilhão fica abaixo de sua estimativa de R$ 1,424 bilhão. O banco diz que vê as notícias como neutras para os papéis da empresa, mantém avaliação de outperform, com preço-alvo de R$ 7,4, frente aos R$ 7,13 para os papéis CPLE6.

(com Reuters e Estadão Conteúdo)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.