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SÃO PAULO – A sessão foi de queda expressiva para o Ibovespa, com a Vale (VALE3, R$ 114,18, -2,08%) e siderúrgicas entre as perdas apesar de uma sessão de relativa estabilidade para o minério de ferro, com a commodity em baixa de 0,13% na Bolsa de Dalian, na China. Desempenho pior para Usiminas (USIM5, R$ 20,23, -3,30%) e Gerdau (GGBR4, R$ 30,66, -3,58%).
Por outro lado, nesta sessão, os temores com relação às questões regulatórias do governo chinês, que atingiu nesta semana o setor de educação, pesam negativamente no sentimento do mercado em geral.
Os ativos da Petrobras (PETR3, R$ 27,83, -0,43%; PETR4, R$ 27,15, -1,16%) também registraram queda, de cerca de 1%, também em meio à maior aversão de risco internacional e apesar do dia de estabilidade para o petróleo.
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Na temporada de balanços, as ações da TIM (TIMS3, R$ 11,46, -0,78%) caíram cerca de 1% após chegarem a subir pela manhã. A operadora de telecomunicações registrou lucro líquido normalizado de R$ 681 milhões no segundo trimestre deste ano, aumento de 154,7% sobre igual período de 2020. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) normalizado somou R$ 2,101 bilhões, alta de 5,9% na mesma base de comparação.
Já a EDP Brasil (ENBR3, R$ 17,60, -0,79%), que reportou lucro líquido de R$ 344 milhões no segundo trimestre do ano, alta de 45,2% em relação ao mesmo período do ano passado, também viu suas ações recuarem.
Carrefour Brasil (CRFB3, R$ 19,80, -0,40%), Vamos Locação (VAMO3, R$ 69,30, -2,19%), CSN (CSNA3, R$ 46,88, -1,01%), Unidas (LCAM3, R$ 29,17, -1,12%), CSN Mineração (CMIN3, R$ 9,17, -0,33%), Assaí (ASAI3, R$ 89,00, -1,33%) e Vivo (VIVT3, R$ 40,79, -0,29%) informam resultados trimestrais nesta terça-feira.
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As ações da OceanPact (OPCT3, R$ 4,65, -11,26%) voltaram a cair forte, mais de 11%, após a baixa de de 27% na véspera.
A companhia anunciou ontem ter fechado acordo coletivo de trabalho com o Sindicato Nacional dos Oficiais da Marinha Mercante (Sindmar). A OceanPact estima que o impacto mensal do acordo será de R$ 2,7 milhões (veja mais clicando aqui).
Já os bancos chamaram atenção do lado positivo, destoando da queda do índice. Os grandes bancos começam a divulgar resultados do segundo trimestre nesta quarta-feira, com o Santander Brasil (SANB11, R$ 41,20, +0,61%) inaugurando a temporada.
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Analistas projetam uma estabilidade nos lucros dos bancos no segundo trimestre na comparação com os primeiros três meses do ano, mas um forte aumento quando comparado ao segundo trimestre de 2020, quando as provisões para devedores duvidosos tiveram expressiva alta em meio à pandemia de coronavírus (veja mais clicando aqui).
Além disso, o Bradesco BBI divulgou na véspera um relatório retomando a cobertura dos bancos com uma visão mais otimista sobre o setor. Nesta sessão, Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 29,82, +0,98%), Bradesco (BBDC3, R$ 20,89, +0,24%; BBDC4, R$ 24,34, +0,79%), Banco do Brasil (BBAS3, R$ 32,42, +0,46%), além do Santander, registraram alta.
Confira os destaques:
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Unifique (FIQE3, R$ 7,90, -8,14%)
As ações da Unifique, que oferece serviços de banda larga por meio de fibra óptica, estreiam nesta terça com o ticker FIQE3. A companhia precificou os papéis a R$ 8,60 em oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês).
Com isso, a operação movimentou R$ 818,073 milhões. O valor por ação ficou perto do piso da faixa indicativa que ia de R$ 8,41 e R$ 10,49.
A operação tem como coordenadores o Itaú BBA (coordenador líder), a XP Investments e o BTG Pactual e prevê esforços restritos de colocação das ações no exterior.
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Segundo a companhia, os recursos líquidos provenientes da oferta primária serão destinados para investimentos em crescimento orgânico, aquisições estratégicas de outros players na Região Sul do país e na expansão da equipe técnica, comercial e de pesquisa e desenvolvimento, além de outros investimentos.
TIM Brasil (TIMS3, R$ 11,46, -0,78%)
A operadora de telecomunicações TIM registrou lucro líquido normalizado de R$ 681 milhões no segundo trimestre deste ano, aumento de 154,7% sobre igual período de 2020. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) normalizado somou R$ 2,101 bilhões, alta de 5,9% na mesma base de comparação.
A receita líquida totalizou R$ 4,407 bilhões, avanço de 10,5% sobre igual período do ano anterior. De acordo com a empresa, o indicador confirma a trajetória de recuperação observada desde o terceiro trimestre de 2020. “Esse cenário é justificado por melhorias operacionais e pelo avanço da recuperação econômica do País, mesmo após a segunda onda de contaminação entre os meses de março e abril, e é confirmado por um crescimento de 1,5% versus o primeiro trimestre. Também contribuiu para um crescimento mais forte uma base comparativa menor, uma vez que os principias impactos da pandemia de covid-19 ocorreram durante o segundo trimestre de 2020, ainda na primeira onda”, explicou a TIM.
A receita líquida de serviços, por sua vez, avançou 8,7% na comparação anual, para R$ 4,266 bilhões. “Todos os componentes de serviços contribuíram positivamente para essa aceleração”, diz a companhia. A receita de serviço móvel cresceu 8,5% para R$ 3,983 bilhões, enquanto a de serviço fixo avançou 11,1%, para R$ 283 milhões.
Já a receita líquida de produtos voltou a crescer e registrou ganho de 130,5% no segundo trimestre e avanço de 26,2% em relação ao primeiro trimestre, para R$ 141 milhões. Essa linha, segundo a Tim, foi fortemente afetada durante a pandemia devido ao fechamento de pontos de venda e redução da circulação de pessoas. Apesar da melhora, cerca de 30% das lojas próprias e revendas ainda foram impactadas por “lockdowns” em junho de 2021.
“Os resultados da TIM Brasil foram bons, porém em linha com as expectativas do mercado em linhas gerais. Acreditamos que os números não tenham empolgado, porém as ações da companhia (TIMS3) devem ter impacto positivo com o crescimento expressivo da infraestrutura de fibra óptica”, apontam os analistas.
Energias do Brasil (ENBR3, R$ 17,60, -0,79%)
A EDP Brasil reportou lucro líquido de R$ 344 milhões no segundo trimestre do ano, alta de 45,2% em relação ao mesmo período do ano passado. No acumulado do primeiro semestre, o lucro da empresa cresceu 65,3% em base anual de comparação, para R$ 840 milhões.
O Ebitda aumentou 36,3% no trimestre, alcançando R$ 800 milhões. No semestre, por sua vez, o indicador atingiu R$ 1,8 bilhão, crescimento de 43,8% em comparação com o mesmo período de 2020.
No segmento de distribuição, o volume de energia distribuída aumentou 16% no trimestre, para 6.416.585 megawatts-hora (MWh), sendo a classe residencial responsável pelo consumo de 1.687.779 MWh, enquanto a industrial por 2.863.067 MWh e a comercial, por 969.395 Mwh.
No trimestre, a quantidade de novos clientes cresceu 2,5% e somou 3,6 milhões de unidades conectadas à rede da EDP.
O Credit Suisse avaliou que a EDP Brasil apresentou resultados regulatórios mais fracos do que o esperado, mas ainda assim bons em uma base anual. O banco diz que os valores refletem gastos administráveis maiores e and resultados levemente mais fracos do que o esperado no braço de geração, parcialmente compensado por volumes mais fortes nas unidades de distribuição.
As receitas consolidadas cresceram 27,7% na comparação anual, o que o banco atribui a temperaturas mais altas e recuperação econômica, alocação maior sobre o setor de geração e ajustes anuais de contratos, além de receitas mais altas da unidade de Pecem, e o início da operação de novas linhas de transmissão. Esses pontos positivos foram parcialmente ofuscados por volumes mais baixos vendidos por contratos bilaterais e unidades hídricas e atividade menor de trading, como resultado da volatilidade mais alta dos preços.
Os custos totais subiram 29,9%, patamar 9,6% superior à estimativa do Credit. As provisões para inadimplência subiram a 1,1% da receita bruta para unidade de São Paulo, e a 1% para a do Espírito Santo, frente a 0,9% para ambas no trimestre anterior. A dívida líquida atingiu R$ 7,972 bilhões, alta de 16,3% no trimestre, devido à contratação de novas dívidas.
Magazine Luiza (MGLU3, R$ 21,45, -2,68%)
O Magazine Luiza anunciou na segunda-feira que concluiu a compra da plataforma de entregas por meio de motocicletas Sode. Criada em 2015, a Sode tem operações em 8 Estados e possui mais de mil entregadores ativos. A plataforma já prestava serviços para o Magazine Luiza, fazendo entregas em até uma hora a partir de lojas da varejista.
“Com a aquisição, o Magalu irá acelerar a expansão da entrega ultrarrápida para a maioria de suas lojas”, afirmou a varejista em comunicado. Em breve a Sode fará entregas também para os vendededores do marketplace do Magazine Luiza e para restaurantes da aplicativo de entrega de refeições AiQFome.
Dexco (DTEX3, R$ 21,30, -1,07%)
A Dexco, ex-Duratex, anunciou na segunda-feira que, após decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS/Cofins, reconhecerá um impacto positivo de R$ 659,3 milhões em seu balanço do segundo trimestre. “Importante mencionar que ainda não houve trânsito em julgado das medidas judiciais da Duratex e que essas ações abrangem o período de 2001 a 2018, tendo sido reconhecido contabilmente o período da documentação eletrônica (2010 a 2018)”, afirmou a companhia em fato relevante.
Engie (EGIE3, R$ 38,79, -0,28%)
A elétrica Engie Brasil Energia registrou no último dia 22 uma máxima recorde de geração de energia eólica, ao atingir 1.105,19 megawatts (MW) em uma média de cinco minutos, em momento em que a companhia busca ampliar o fator de capacidade e sua participação no segmento. Com isso, disse a empresa, foram registrados sucessivos recordes de geração eólica desde maio.
Rumo (RAIL3, R$ 20,80, -2,21%)
A concessionária de ferrovias Rumo abre nesta terça-feira a operação de seu terminal ferroviário em Rio Verde (GO), a maior unidade da Malha Oeste, com capacidade de operação de 11 milhões de toneladas grãos e farelo de soja por ano, para atender Goiás e o leste do Mato Grosso. O terminal, ligado por um trecho de quase 200 quilômetros de trilhos até São Simão (GO), escoará produção da maior região do agronegócio do país até o Porto de Santos (SP), levando fertilizantes no retorno.
Petrobras (PETR3, R$ 27,83, -0,43%; PETR4, R$ 27,15, -1,16%)
No radar da Petrobras, o presidente da companhia, general da reserva Joaquim Silva e Luna, realizou encontro com analistas. De acordo com relatório do Goldman Sachs, Silva e Luna afirmou que a estatal permanece focada em venda de ativos e desalavancagem, em busca de cumprir cronograma acertado com o Cade.
Segundo o banco, Luna reiterou seu compromisso de reduzir a dívida bruta para abaixo de US$ 60 bilhões, sem mencionar prazos, o que desencadearia o pagamento de dividendos significativamente acima dos períodos recentes. Em maio, executivos da empresa haviam mantido meta de reduzir a dívida bruta da companhia para US$ 67 bilhões em 2021 e 60 US$ bilhões em 2022.
O Morgan Stanley também esteve presente na conversa com o general Silva e Luna, e avalia que, apesar de não haver mudanças aparentes na estratégia, a percepção de potencial de intervenção do governo sobre a política da empresa é uma preocupação, especialmente enquanto a agenda de privatização de refinarias não estiver concluída. Assim, o banco mantém avaliação equal-weight (perspectiva de valorização dentro da média do mercado), e preço-alvo de US$ 11 para os papéis negociados na Bolsa de Nova York.
O Bradesco BBI também participou do encontro com o general da reserva Silva e Luna, e afirmou que sentiu um enfoque especial em sustentabilidade e transição energética. O banco diz que o próximo plano estratégico da empresa deverá trazer mais iniciativas para o processo de descarbonização mundial e transição energética.
Os analistas ainda ressaltam que o presidente da Petrobras reconheceu o potencial da empresa de pagar dividendos, e afirmou que procurará formas de maximizá-los. E que a empresa continuará buscando a paridade de preços. O Bradesco BBI também afirma que, na conversa, o general da reserva reforçou que busca seguir critérios meritocráticos para formar seu grupo de diretores. E afirmou que não há pressão do governo para impor qualquer tipo de política específica.
O banco disse que encarou as mensagens do presidente da petroleira como positivas, e visando a continuidade.
Oceanpact (OPCT3, R$ 4,65, -11,26%)
O Bradesco BBI afirma que a indústria de navios offshore sofreu um mês negativo em julho. Após cinco anos de alta dos salários abaixo da inflação, o sindicato dos funcionários Sindmar pressionou a associação patronal Abeam com ameaças de greve. Assim, a Abeam assinou um reajuste de 36,3% para compensar pelos anos anteriores. A Ocean Pact divulgou o novo acordo, e o Bradesco BBI afirma acreditar que, como a indústria requer trabalho intensivo, o impacto deverá ser material. O impacto de curto prazo sobre o lucro Ebitda anual da Ocean Pact deverá ser de R$ 40 milhões negativos, aumentando significativamente, presumindo que a empresa cresça até 2030.
O Bradesco BBI incorporou o novo acordo coletivo em suas estimativas, assim como atrasos em embarcações. Assim, reduziu o preço-alvo de 2021 de R$ 20 para o preço-alvo de 2022 de R$ 13, frente à cotação de R$ 13 de segunda. Mesmo assim, mantém avaliação outperform (perspectiva de valorização acima da média do mercado) por avaliar que a empresa continuará a apresentar aumento do lucro Ebitda, mesmo que em um ritmo mais lento.
Bancos
O Bradesco BBI retomou a cobertura dos bancos brasileiros com uma visão construtiva de curto a médio prazo, uma vez que a qualidade dos lucros tende a melhorar com o melhor desempenho da receita líquida de juros.
O Itaú Unibanco (recomendação de Compra, preço-alvo de R$ 38) é a a escolha preferida entre os bancos de varejo de grande capitalização, uma vez que os analistas acreditam que o crescimento do crédito e um melhor mix de produtos devem levar a uma melhor qualidade dos resultados até pelo menos o quarto trimestre de 2022.
Os analistas classificam o Banco do Brasil (preço-alvo de R$ 39) e o Santander Brasil (preço-alvo de R$ 47) como Neutro, pois tais melhorias parecem ter um preço muito alto para o Santander Brasil, enquanto possuem incertezas com relação a melhorias no ROE para o Banco do Brasil. ABC Brasil (recomendação de Compra, preço-alvo de R$ 20) é o nome preferido entre os bancos menores em crescimento mais rápido de lucros.
Os analistas também classificamos o Banrisul como Neutro devido à falta de visibilidade da expansão do ROE.
“Reconhecemos os desafios estruturais devido à concorrência de novos operadores, bancos digitais e fintechs, mas nos próximos 6 a 12 meses acreditamos que a melhoria na qualidade dos resultados será o driver mais importante dos preços das ações, daí a nossa visão mais construtiva”, afirmam.
(com Reuters e Estadão Conteúdo)
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