Ano de 2011 decepciona e analistas já cortam projeção para Ibovespa

Deutsche Bank, ICAP e HSBC reduziram expectativa do índice; Ágora, Spinelli e Walpires mantêm números

Flávia Furlan Nunes

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SÃO PAULO – O ano de 2011 vem sendo marcado por incertezas que têm afetado as bolsas em todo o mundo, principalmente o que se refere a recuperação da economia norte-americana, o aperto monetário chinês e a crise fiscal na Europa. Diante disso, o Ibovespa não tem tido um ano tão bom quanto se esperava e, mesmo assim, alguns analistas resistem em mudar suas expectativas de fechamento do ano para o índice, enquanto outros já estão cortando as projeções.

Na semana passada, a equipe do banco alemão Deutsche Bank anunciou que cortou a projeção para o Ibovespa ao final do ano de 79 mil pontos para 73 mil pontos, o que reflete a apreciação do real frente ao dólar desde a última revisão, feita em novembro de 2010. A pontuação teórica projetada para o Ibovespa na moeda norte-americana permaneceu a mesma, uma vez que não houve grande alteração na tese para os mercados emergentes em 2011, com fuga de capitais.

O corte de projeções também foi acompanhado pela equipe da ICAP, que projetava, no final do ano passado, o Ibovespa a 80 mil pontos neste ano, mas agora já prevê a pontuação de 72 mil. Os 80 mil pontos, por sua vez, passaram a ser defendidos pelos analistas do HSBC, que também reduziram a expectativa para o índice. No início do ano, eles estavam mais otimistas e esperavam um Ibovespa a 85 mil pontos em 2011.

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Sem mudanças
Se existem casas que já estão revendo suas projeções, outras ainda resistem às suas teses e mantêm a mesma pontuação para o Ibovespa, como é o caso da Ágora, que vê o índice chegar a 86 mil pontos no final deste ano, a maior pontuação apontada na apuração feita pelo portal InfoMoney.

A Spinelli Corretora, por sua vez, disse que no início do ano trabalhava com a expectativa de o Ibovespa subir até 79.657 pontos. Apesar de manter o número, a corretora acredita que o cenário precisa “melhorar muito” para que ele possa ser alcançado. De acordo com a analista Kelly Trentin, a mudança não foi feita basicamente porque as empresas que compõem o índice têm potencial de valorização.

“Vamos supor que, no segundo semestre, aconteça alguma coisa que melhore o cenário, como por exemplo a dívida da Grécia seja solucionada, nenhum temor de problemas na Zona do Euro, a economia dos EUA volte a dar sinais de recuperação e a inflação se mostre mais controlada, ou o Banco Central mostre mais controle sobre a inflação. Se acontecesse isso, o mercado se valorizaria e iria buscar esse potencial. Porém, com esse problemas, não tem liquidez para fazer o índice subir. Não vejo sentido reduzir esse patamar”, disse.

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De acordo com ela, é importante ter em mente que a projeção é um potencial do índice, não sendo certo se ele pode alcançar ou não. “Ele tem potencial de alcançar. Agora, se vai, o cenário está complicado, está difícil”.

O analista-chefe da Walpires Corretora, Leandro Martins, também se mantém fiel ao número que tinha indicado no início do ano. “Minha previsão para o fechamento do Ibovespa era buscar o topo histórico e ainda acredito ser possível, caso o índice respeite o suporte nos 62 mil pontos e rompa agora neste mês os 66 mil pontos. Com isso, ainda tenho a expectativa de buscar os 74 mil pontos, apesar da inflação elevada e da alta taxa de juro”.

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