Anonymous começa ataque ao EI: qual o poder do grupo para derrubar os terroristas?

O grupo anunciou na terça-feira (17) que 5.500 contas no Twitter ligadas ao EI já haviam sido denunciadas e tiradas do ar

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – O grupo de ativistas hacker Anonymous mostrou que não está para brincadeira. Após anunciar durante o fim de semana que iria “caçar” os integrantes do Estado Islâmico por conta dos atentados terroristas em Paris, na França, o ataque dos hackers já começou a mostrar resultado. O grupo anunciou na terça-feira (17) que 5.500 contas no Twitter ligadas ao EI já haviam sido denunciadas e tiradas do ar.

Mas a pergunta que fica é: como um grupo de hackers pode derrubar as operações de uma das maiores comunidades terroristas do mundo? Esta derrubada de contas do Twitter é apenas o primeiro passo. Mas, segundo especialistas, o grande objetivo é acabar com o principal mecanismo de recrutamento do EI. Os terroristas utilizam principalmente e-mail, chats na web, Skype, Twitter, vídeos no YouTube e, mais recentemente, o Telegram, como ferramentas de recrutamento.

Uma abordagem que o Anonymous poderia tomar é a de encerrar as contas on-line dos integrantes do EI e, assim, minar as ferramentas de recrutamento do grupo. Outra ideia, segundo o vice-presidente de estratégia da companhia de segurança cibernética Lieberman Software, Jonathan Sander, é constranger o EI através da publicação de provas da hipocrisia entre seus líderes.

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“Quando eles vão recrutar, eles são extremamente dependentes da sua presença on-line”, disse Sander à rede americana CNBC. “Se o Anonymous derrubar tudo isso, será como tampar as receitas de uma empresa”, completou. Em vídeo divulgado no início da semana, um porta-voz do Anonymous disse que o grupo “vai lançar a maior operação da história” contra o Estado Islâmico.

Além de afetar as ferramentas de recrutamento, o Anonymous pode se empenhar também em expor as finanças, comunicações e logística do grupo terrorista, assim como informações de inteligência reunidas por várias organizações governamentais, disse Paula Longo, diretora executiva da DataGravity, desenvolvedora de tecnologia de armazenamento de dados, para a CNBC. Os governos que tiveram sites invadidos por Anonymous nos últimos anos incluem Canadá, Austrália, Tunísia e Turquia.

Mas há um possível impacto negativo nesta operação. Ken Westin, especialista do mercado de segurança, acredita que o Estado Islâmico pode levar estes ataques à sério e decidir melhorar sua estratégia cibernética, o que poderia elevar o nível de proteção de seus sistemas e tornar o combate muito mais complicado.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.